Crítica
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Sinopse
Desempregado e diante da rejeição da namorada, um escritor está sem perspectivas pessoais e profissionais quando um velho amigo lhe apresenta uma droga capaz de elevar sua capacidade mental a níveis inimagináveis.
Crítica
Está cada vez mais comum astros da televisão norte-americana se estabelecerem em Hollywood. O que não quer dizer, no entanto, que esse seja um processo fácil. Mas Bradley Cooper parece ter conseguido fazer esta transição com tranquilidade, e o thriller Sem Limites é uma boa prova disso. Bem movimentado, com uma trama engenhosa e repleta de reviravoltas e coadjuvantes de luxo, Cooper assume o papel de protagonista definitivo com muita segurança, mostrando-se apto a vôos ainda maiores e mais desafiadores.
“E se uma pílula conseguisse te transformar em um homem rico e poderoso?” Essa é a frase que colabora na divulgação de Sem Limites, um filme que parte de um pressuposto meio fantasioso, porém não inverossímil: e se a indústria farmacêutica conseguisse produzir um remédio que nos auxiliasse a melhor aproveitar o potencial do cérebro humano? Hoje estudos comprovam que conseguimos acessar menos de 10% da nossa capacidade. Liberando 100% do que possuímos, seríamos capazes de lembrar de tudo, aprender tudo, identificar tudo, criar tudo. Ou seja, nos tornaríamos cidadãos completamente acima da média. E, dessa forma, tudo estaria muito mais facilmente ao nosso alcance, principalmente em assuntos que envolvem estudo e boa percepção, como a bolsa de valores e jogos de azar. E é por esse caminho que Eddie Morra (Cooper) irá seguir.
De escritor fracassado, dono de um contrato para um livro que ele não consegue escrever e recém abandonado pela ex-namorada, Morra se transforma num homem bem sucedido, autor de um best seller e mestre das finanças. Mas, ao mesmo tempo em que precisa lidar com os efeitos colaterais do remédio milagroso – na verdade, uma droga experimental e viciante – ele terá que se desvencilhar daqueles que estão atrás dele para conseguir o segredo desse sucesso aparentemente repentino. Um jogo de aparências que pode significar uma linha muito tênue entre vida, morte e sanidade mental.
Sem Limites é um projeto menor, mas que chegou aos cinemas tomado por um cuidado muito especial. Essa época do ano é um período particularmente delicado, pois há pouco saímos da temporada do Oscar – com os filmes mais elogiados do ano – e ainda não entramos na corrida dos blockbusters, quando as superproduções entram em cartaz arrebatando milhões e atropelando concorrentes. Assim, com o mercado aparentemente em baixa, qualquer um que consiga se destacar e chamar atenção irá captar uma fatia do público carente por boas histórias e astros em ascensão. Ou seja, justamente esse caso. E se o filme peca por alguns excessos – beber sangue, não! – ao menos é dinâmico o suficiente para prender o espectador, que permanece ligado a cada novo acontecimento. E sai da história se perguntando: “faria eu diferente se fosse comigo?”
Além de ter passado praticamente ileso pela crítica especializada, que apontou a originalidade do roteiro e o carisma do protagonista como pontos principais, Sem Limites fez bonito também nas bilheterias, tendo estreado em primeiro lugar nos Estados Unidos, com uma arrecadação inicial de quase US$ 20 milhões – baixa, mas respeitável, ainda mais se levarmos em conta que o orçamento total foi de US$ 27 milhões. E muito se deve também aos outros créditos envolvidos, com o diretor Neil Burger, que sabe para onde ir e o que exigir do seu elenco, e os coadjuvantes Abbie Cornish e, principalmente, Robert De Niro, que mesmo num papel pequeno oferece um ar ameaçador e envolvente, digno do talento do seu intérprete. Por fim, temos uma conjunção de fatores num produto acima da média, que entretém e faz pensar de forma leve e divertida, com muita competência. E, de bônus, somos apresentados a um novo astro que tem tudo para se consagrar num futuro bastante próximo.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 7 |
Sarah Lyra | 7 |
Chico Fireman | 6 |
Edu Fernandes | 6 |
MÉDIA | 6.5 |
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