Crítica
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Sinopse
Dois amigos (uma jovem e um rapaz) decidem manter um relacionamento baseado apenas no aspecto físico, sem se deixar levar pelo emocional. Mas o tempo os leva a perceber que ambos querem mais.
Crítica
A Natalie Portman é linda – e acabou de ganhar um Oscar. O Ashton Kutcher é lindo – e faz sempre a mesma coisa, e pelo jeito, bem. Então, como não gostar de Sexo Sem Compromisso? O filme é uma daquelas bobagens deliciosas, que você já sabe de antemão cada passo do roteiro, mas mesmo assim não consegue resistir. O desenrolar dos acontecimentos se dá exatamente da maneira como esperamos, e tudo é tão simpático e divertido que acabamos como os personagens principais: apaixonados. Mas veja bem: é paixão, não amor. Ou seja, é passageiro. Pois logo que a projeção termina, nos damos conta que não passou de uma one night stand, ou seja, de uma transa de uma noite só. E depois saímos sem culpa, sem envolvimento. Sem compromisso, já tendo esquecido tudo o que vimos, e sem nos importar.
Como toda comédia romântica americana, Sexo Sem Compromisso funciona de acordo com o protocolo: as duas estrelas do cartaz se conhecem, se apaixonam, se separam e, depois de muitas idas e vindas, ficam juntas no final. A “grande” diferença aqui é que eles não se envolvem – ao menos não de imediato – pois tentam levar a relação que se estabelece entre eles sem amarras, somente sexo, sem compromisso. Ou seja, exatamente o que acontece nos quase simultâneos Amor e Outras Drogas (2010), com Jake Gyllenhaal e Anne Hathaway, ou Amizade Colorida (2011), com Justin Timberlake e Mila Kunis. E se originalidade, definitivamente, não é o forte da produção, ao menos ela ganha pontos com o carisma dos protagonistas e com a condução segura do veterano Ivan Reitman (Os Caça-Fantasmas, 1984) na direção, que entrega ao público um produto redondinho, bem acabado e de acordo com o esperado. Mas note-se: é um produto, não uma obra de arte. Aliás, longe disso.
A trama de Sexo Sem Compromisso é igual a de praticamente todos os filmes estrelados por Ashton Kutcher. A questão é que ele continua se vendendo como adolescente, mesmo já tendo passado há tempos dos 30 anos. Ou seja, tá mais do que na hora de deixar de lado esse tipo de produção e ousar em projetos mais artísticos e desafiadores. Assim como tem feito Natalie Portman, que consegue alternar algo descartável assim com o elogiado Cisne Negro (2010), que lhe rendeu o Oscar de Melhor Atriz, contabilizando ainda megaproduções como a saga Star Wars, produções coletivas como Paris, Te Amo (2006) e dramas históricos como A Outra (2008), por exemplo. Para ela, esse novo trabalho deve ter sido um descanso, uma mera diversão, sem riscos ou contratempos. Exatamente da mesma forma como deve funcionar junto ao espectador.
Outro fator positivo de Sexo Sem Compromisso é o fato de ter custado apenas US$ 25 milhões – barato para os padrões hollywoodianos, principalmente contando com um elenco tão em evidência. Ainda mais se olharmos sob a perspectiva de que o filme faturou em todo o mundo mais de US$ 130 milhões – superior a 5 vezes o seu custo original! Uma conta que definitivamente comprova que, mesmo sendo mais do mesmo, se a embalagem está bem feita e é atraente, sempre terá quem a compre e ainda saia feliz. Basta não exigir demais e ter consciência do que está acontecendo. Afinal, ninguém aqui é bobo. Não é mesmo?
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 5 |
Edu Fernandes | 5 |
Bianca Zasso | 6 |
Francisco Carbone | 4 |
Thomas Boeira | 4 |
MÉDIA | 4.8 |
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