Crítica
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Sinopse
Tess e sua filha, de 15 anos de idade, passam o tempo todo brigando. Até que vão longe demais: acabam trocando de corpos. Isso provoca uma série de confusões, inclusive porque a mãe está de casamento marcado. Agora elas têm de encontrar uma maneira de voltarem a ser como eram.
Crítica
Mesmo para quem não tem o costume de acompanhar os filmes exibidos nas tardes da televisão brasileira e que, de certa forma, ajudam a pré-moldar a próxima geração de cinéfilos, é possível supor que Sexta-Feira Muito Louca faça parte dessa nova leva de títulos leves e infanto-juvenis que acompanham crianças e adolescentes tanto quanto Curtindo a Vida Adoidado (1986), Quero Ser Grande (1988) e Minha Mãe é Uma Sereia (1990) estiveram ao lado de gerações anteriores. E se não faz parte, deveria.
Baseado no livro de Mary Rodgers, essa é a terceira vez que a história é adaptada pelos Estúdios Disney. A primeira, Se Eu Fosse Minha Mãe (1976), trazia Jodie Foster e Barbara Harris como protagonistas, enquanto que a segunda foi uma produção feita para a televisão nos anos 1990 sem grandes alardes. O diferente dessa mais recente versão, de 2003, é que se trata do filme em que Lindsay Lohan faz a transição de estrela-mirim para atriz, já que anteriormente o seu trabalho de maior repercussão havia sido Operação Cupido (1999), também realizado pela Disney, e feito quando ela era ainda criança. Aqui, Lohan é dirigida por Mark Waters, com quem viria a fazer no ano seguinte Meninas Malvadas (2004).
Waters entrega um Sexta-Feira Muito Louca como uma clássica história à la Disney, repleta de contrastes e moralismo, mas nem por isso caindo no simplório. É uma produção bem-humorada, arrojada e uma feliz adaptação para os dias atuais em que o tempo é sempre um grande inimigo. Anna (Lohan) é uma garota no auge de sua juventude roqueira e rebelde. Sua mãe, por outro lado, é Tess (Jamie), uma psicóloga viúva que se divide entre o consultório, o lançamento do último livro e os preparativos do novo casamento. Acontece que os desentendimentos com a filha são freqüentes e nenhuma das duas entende as dificuldades da outra. É quando, em um jantar em um restaurante japonês, uma senhora lança um feitiço com biscoitos da sorte fazendo com que troquem de corpos. E o feitiço só perde seu efeito quando ambas alcançarem a harmonia e compreensão mútua. A troca bate exatamente com o dia seguinte em que acontece o jantar de ensaio do matrimônio e também a chance da banda da garota ganhar visibilidade tocando em uma casa noturna conceituada. Ao passo, é claro, que precisam viver um dia na pele uma da outra.
Apesar de entregar uma performance um pouco exagerada em alguns momentos, Lohan mostra que era uma atriz a se levar em consideração futuramente, na época de lançamento do filme. Uma pena que isso não se concretizou completamente devido a todas as complicações da vida pessoal da atriz. Sendo aqui muito mais uma escada para a atuação impecável de Jamie Lee Curtis, a atriz que foi eternizada como uma das rainhas do grito pela sua participação nos filmes que teve início com Halloween: A Noite do Terror (1978). Curtis possui um timing cômico perfeito e sua carreira havia ganhado uma sobrevida com o filme, lhe valendo até mesmo uma indicação ao Globo de Ouro.
Contando com uma trilha sonora pop (Lohan inclusive canta uma das músicas), atuações bem sucedidas e uma direção controlada de Waters, Sexta-Feira Muito Louca é simples e sem muitas ambições além de servir a um público que busca diversão familiar ou um bom entretenimento. Porém, acaba surpreendendo ao alcançar bem mais ao conseguir a aprovação de boa parte da crítica. É um filme que merece ser retomado, seja nas sessões da tarde da televisão aberta ou, quem sabe, em uma ida à videolocadora.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Renato Cabral | 6 |
Robledo Milani | 6 |
Thomas Boeira | 7 |
Gabriel Pazini | 6 |
MÉDIA | 6.3 |
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