Sinopse
Um enorme tornado que surge no litoral da Califórnia, nos Estados Unidos, interfere na vida de inúmeros tubarões que são literalmente sugados das águas e arremessados por toda Los Angeles, obviamente com isso causando caos.
Crítica
Fruto de uma profunda falta de noção do estúdio Asylum, unindo a fobia comum dos cinéfilos aos assuntos que tangem o predador marinho tubarão a uma estética e elenco de baixa qualidade, Sharknado, de Anthony C. Ferrante, já começa a todo vapor com uma estranha tempestade que captura um “cardume” de tubarões, seguido de uma cena que não faz sentido algum, à bordo de um barco pesqueiro que é atacado por alguns dos predadores do título.
Thunder Levin escreveu o argumento, povoando a praia costeira da Califórnia de sub celebridades, a começar por Ian Ziering (Barrados no Baile, 1990-2000), que vive o surfista Fin Sheppard, um dos nadadores mais preparados para o resgate das vítimas dos animais assassinos. A partir desses eventos, começa uma corrida maluca pela sobrevivência, quando Fin e seus amigos, todos com zero talento dramático, tem que correr a fim de salvar a si mesmos e os familiares distantes de tubarões com CGI dos mais vagabundos, que conseguem atacar mesmo sem abundância de água, quando não em ambiente completamente seco. A natureza resolve se vingar do homem pelos séculos de maus tratos, devolvendo em fúria os infortúnios que recebeu destes. Pessoas são atacadas mortalmente, enquanto outras, que estão a passos de distância, andam vagarosamente para as saídas mais próximas, sem qualquer senso de urgência. Até a péssima direção de atores e efeitos climáticos artificiais mambembes servem à trama, funcionando como paralelo para a letargia do homem diante dos perigos imediatos que o cercam.
Os diálogos envolvem explicações sobre o funcionamento das ondas, até bravatas típicas dos filmes de brucutu oitentistas, acompanhados de mulheres belas em trajes sumários e reencontros de cunho emocional oportunista. Entre elas temos Tara Reid, que aparece como April, ex-esposa do improvável herói. Em um universo em que é plausível uma tormenta eólica envolvendo predadores repletos de dentes afiados atacando Los Angeles, é natural que se imagine um intérprete de carreira decadente cometendo atos de altruísmo, salvando ônibus escolares comandados por um nerd de peso excessivo e cabelo que varia entre a calvície e as madeixas longas – personagem que evidentemente, dura pouco. O grupo de sobreviventes age de maneira completamente desesperada, o que de certa forma ajuda a explicar algumas disputas de carência entre os filhos de Fin, assim como a explicação para cicatrizes das atrizes bonitas e, claro, para a genial ideia de combater o tornado com bombas. Apesar de achincalhado por parte da crítica de cinema – que simplesmente não entendeu o intuito do filme – o público abraçou o produto, tanto que se tornou uma franquia.
O desfecho mostra Fin resgatando a descartável garota refém, interpretada por Cassie Scerbo, de dentro de um tubarão enorme, sendo engolido pelo animal e saindo vivo – e com a moça – após retalhar o monstro internamente com uma serra elétrica. O impacto visual da cena só não é mais chocante que a contemplação romântica que os personagens dão ao seu algoz, reparando, sentimentalmente, nas vísceras que se espalham pelo quintal do asilo de velhinhos onde estão. Por conseguir juntas tantos elementos dissonantes e sinônimos de fracasso em uma catarse que fez sucesso, Sharknado acaba por entrar no hall da fama dos filmes trash, contrariando a sua ruindade ao apresentar um produto curto, grosso e extremamente debochado, transformando seus defeitos em bons adjetivos.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Filipe Pereira | 8 |
Ailton Monteiro | 6 |
Chico Fireman | 6 |
Francisco Carbone | 6 |
MÉDIA | 6.5 |
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