Crítica
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Sinopse
Conhecido por sua incrível lógica dedutiva, o detetive Sherlock Holmes está às voltas com a iminente perda de seu companheiro, o dr. John Watson, que está prestes a se casar. Mas, eles ainda terão uma difícil missão derradeira.
Crítica
Qualquer estudioso da obra de Conan Doyle poderia supor, após os minutos iniciais de Sherlock Holmes, que o conceituado escritor provavelmente estaria se revirando no túmulo com a recente incursão no cinema de sua criação mais popular. Ao término da projeção, no entanto, esta mesma impressão não poderia ser mais equivocada. Afinal, o longa do diretor inglês Guy Ritchie (ex-marido de Madonna) pode causar uma certa estranheza no princípio, principalmente ser tão diferente de tudo que já havia sido feito anteriormente com o famoso detetive, mas com o desenrolar da trama percebemos que esta é uma adaptação à altura da fama do personagem, e que lhe deixa em sintonia com os tempos atuais, modernizando-o sem desrespeitar suas características mais importantes. Se Doyle o imaginasse nos dias de hoje, é bem fácil acreditar que ele seria exatamente como o Ritchie o descreve.
Um dos pontos fundamentais para o sucesso de Sherlock Holmes na tela grande (em menos de um mês em cartaz já faturou mais de US$ 200 milhões nas bilheterias de todo o mundo, posicionando-o como o filme mais lucrativo do período, ficando atrás apenas do fenomenal Avatar) é o seu protagonista, Robert Downey Jr., que desde que deu vida ao Homem de Ferro parece estar em estado de graça, participando de um longa melhor do que o outro. Depois do divertidíssimo Trovão Tropical (pelo qual recebeu sua segunda indicação ao Oscar) e do subestimado O Solista, Downey Jr. está de volta ao terreno dos blockbusters, neste que tem tudo para ser o capítulo inicial de mais uma bem sucedida franquia (na metade de 2010 chega às telas Homem de Ferro 2, preparem-se!). Ele oferece todo o cinismo e malandragem que este tipo tão especial necessita, aliado a uma verdadeira inteligência e uma perspicácia singular. Com ele conseguimos acreditar nas descobertas fantásticas que o levam a solucionar os mais intrincados mistérios. Mark Strong (RockNRolla) está igualmente perfeito como o vilão Lord Blackwood, assustador e imperial em suas ambições, assim como Jude Law, que deixa de lado a posição de galã sem consistência para assumir o papel do parceiro ideal, Dr. Watson, o fiel escudeiro e braço direito do investigador. Talvez o único deslize seja a participação da bela e boa atriz Rachel McAdams, porém aqui colocada numa condição que evidencia sua juventude e falta de experiência ao aparecer como interesse romântico do herói.
Sherlock Holmes, o filme, começa com o fim de um caso bem complicado: Holmes descobre que Blackwood, um nobre, envolveu-se com magia negra é está prestes a cometer seu sexto assassinato. Preso, é condenado à morte e enforcado em praça pública. Surpreendentemente, no dia seguinte à sua execução ele se levanta do túmulo e, inexplicavelmente, volta a agir, dando continuidade aos seus planos de dominação mundial. O famoso detetive é mais uma vez convocado para impedir o bandido, e aos poucos descobre estar envolvido numa conspiração que vai dos altos escalões do governo até as ordens mais secretas. E se a trama é repleta de reviravoltas, de amores não correspondidos e de missões com duplo sentido, o melhor é perceber que mesmo diante de todo o agito e correria ainda há um enigma a ser desvendado e um homem que usa acima de tudo sua dedução e um poder de observação singular em cada ínfimo detalhe para solucionar os desafios que lhe são propostos.
Guy Ritchie já foi acusado anteriormente de fazer sempre o mesmo filme, e aqui essa conclusão pode ser aplicada. Porém é certo também que, quando ele se debruça sobre temas que lhe são próximos, como humor negro, ironia, tiroteios, violência estilizada e enredos que guardam várias possíveis leituras, o resultado é sempre acima do satisfatório. Sherlock Holmes é um tiro tão certeiro que o seu final já aponta para uma segunda parte, e se o público está mais do que satisfeito, a crítica também tem respondido à altura. Downey Jr., por exemplo, foi indicado ao Globo de Ouro como Melhor Ator por este desempenho, e a possibilidade do filme figurar em várias categorias do Oscar é muito grande. Conquistas absolutamente justas e merecedoras. Este é um produto para qualquer espectador, que busca uma faixa bem ampla de mercado, e que ao mesmo tempo trata com respeito o material usado como fonte. Nada mais adequado.
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