Crítica
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Sinopse
Os bastidores de duas apresentações da banda Rolling Stones no Beacon Theater, em Nova Iorque, nos EUA.
Crítica
Não é a toa que nos cartazes e em todo material de divulgação de Rolling Stones – Shine a Light o nome de Martin Scorsese aparecia logo abaixo da banda protagonista. O cineasta é, junto de Mick Jagger, Keith Richards, Ronnie Wood e Charlie Watts, um dos astros deste “rockumentário” que captura a apresentação dos Stones no Beacon Theater, em Nova York. Credenciais não faltam ao diretor em relação ao seu lado musical. Scorsese foi diretor assistente do documentário Woodstock – 3 Dias de Paz, Amor e Música (1970), ajudou na montagem de Elvis On Tour (1972) e, claro, sua maior contribuição para o mundo da música foi o inesquecível documentário The Last Waltz – O Último Concerto de Rock (1978), filme que documentava o que seriam os derradeiros shows do The Band. Dito isso, a expectativa em cima deste trabalho do cineasta era alta. Shine a Light não chega a ser uma decepção, visto que temos um show ótimo dos Stones. Mas acaba não sendo tão imperdível quanto O Último Concerto de Rock foi para sua época.
Isto talvez se deva até pelo formato do documentário. Rolling Stones – Shine a Light é basicamente um show dos Stones. Existe no começo do filme um prólogo bastante divertido com a participação do próprio Scorsese, mostrando as agruras de se trabalhar com um grupo cheio de vontades. A indecisão do setlist e a impossibilidade de prever o que viria são alguns pontos mencionados neste início criativo para o documentário. Depois disso, no entanto, o show é entrecortado com algumas poucas entrevistas de arquivo, que pouco acrescentam no todo. Servem como curiosas incursões ao passado, mas que conversam pouco com o presente. Talvez o melhor mergulho ao pretérito dos Stones é a fala de Jagger, que acreditava (quando a banda completava dois anos de estrada) que duraria no showbizz apenas mais um ano, talvez. Cinqüenta anos depois, vemos que aquele jovem – como todos nós – realmente não sabia o que estava por vir.
No filme, são destilados os grandes sucessos do grupo de Jagger, Richards, Wood e Watts com destaque para Jumpin’ Jack Flash, She Was Hot, As Tears Go By, Sympathy for the Devil, Start me Up e, claro, o hino (I Can’t Get no) Satisfaction. O quarteto é acompanhado no palco por algumas participações especiais vigorosas, como o blues mais do que clássico de Buddy Guy e o pop vistoso de Christina Aguilera. A participação da cantora, inclusive, é um dos momentos quentes do filme, com Jagger e Aguilera mostrando bastante química no palco – e deixemos assim. Musicalmente falando, Jack White (ex-White Stripes) é quem dá maior contribuição, colocando muito carisma em um lado B dos Stones, Loving Cup, dividindo os vocais e os violões com Mick Jagger.
Ainda que não seja um dos melhores trabalhos de Scorsese, ainda é possível ver a mão do cineasta durante o show. As câmeras próximas da banda, os belos movimentos das lentes capturando os músicos são alguns dos pontos que podem ser destacados em Rolling Stones – Shine a Light. Por melhor que seja assistir a um show ao vivo dos Stones, nunca ficaríamos tão perto quanto uma câmera de Scorsese conseguiu ficar. Com isso, temos um contato muito próximo com os músicos, conseguindo vê-los transpirar, cantar e tocar seus instrumentos praticamente grudados. Como se estivéssemos no palco. E isso é um grande predicado deste rockumentário. Para conferir no último volume e em tela grande.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Rodrigo de Oliveira | 8 |
Ailton Monteiro | 8 |
Daniel Oliveira | 6 |
MÉDIA | 7.3 |
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