Crítica
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Sinopse
Depois de perder muitas oportunidades na vida por conta de uma tendência a dizer "não", Carl decide ir a um seminário que supostamente vai lhe ensinar a dizer mais "sim". No entanto, ele vai descobrir que responder positivamente a tudo também pode lhe meter em várias enrascadas.
Crítica
Jim Carrey já foi um dos maiores astros do cinema americano. Ele conseguiu ir além das comédias abobadas do início da carreira, chegando até a se consagrar como um ator de grande potencial dramático. Só que parece ter desistido, cansado de tentar ser original. E o melhor exemplo disso é Sim, Senhor, uma produção que garante algumas boas risadas, mas não oferece nada além daquilo que já conferimos inúmeras vezes nos seus trabalhos anteriores. Até o argumento básico parece ser reciclado. E, no meio de tanto clichê, só há dois caminhos possíveis: a decepção eminente, ou, como disse a ministra, ‘relaxar e gozar’!
Pois bem, isso foi exatamente o que fiz. Às vezes simplesmente esquecemos que certos filmes são nada mais do que apenas isso: filmes! Longas de duas horas com um único objetivo: entreter e, claro, vender. Estas obras são, acima de tudo, produtos comerciais, que não se aproximam – e nem querem, obviamente – de nada levemente artístico ou elevado. É consumo, dinheiro girando, pessoas trabalhando, e uma indústria inteira continuando em atividade. Se, além disso, ainda conseguir garantir alguma diversão e passar uma mensagem, por mais óbvia que esta seja já terá sido o máximo!
A premissa de Sim, Senhor é muito semelhante a de um sucesso antigo de Carrey, O Mentiroso (1997): homem é obrigado a agir seguidamente de um modo contrário ao seu instinto natural, e isso obviamente irá provocar confusões e algumas vantagens, levando-o a encarar a vida sob outra ótica. Antes, era um advogado que precisava passar 24h dizendo nada além da verdade. Desta vez, no entanto, é a vez de um homem amargurado, que recém passou por uma separação difícil e que trabalha num banco como gerente de crédito. Após ir a um seminário de autoajuda, ele passa a acreditar que, caso não seja positivo diante todas as dúvidas do cotidiano, o universo irá amaldiçoá-lo por isso. Sendo assim, passa dizer ‘sim’ a tudo que lhe é proposto. E, entre outras roubadas, encontra um novo amor, é promovido no emprego e redescobre o valor dos amigos e da própria existência. Simples, não? Até, claro, que perceba que nem tudo que é usado em exagero pode provocar bons resultados.
O final do ano passado foi complicado para os grandes nomes de Hollywood. Tom Cruise (Operação Valquíria), Will Smith (Sete Vidas) e Adam Sandler (Um Faz de Conta que Acontece), todos acostumados a grandes bilheterias, viram seus novos filmes renderem bem menos do que o esperado. Com Carrey não foi diferente. Salve-se os mercados internacionais, que somados ao quadro final garantiram um bom desempenho. Mas já é um sinal de que após Número 23 (2007) e, principalmente, Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças (2004), o público do até então comediante está preparado para vê-lo ir adiante e não voltar ao que todos nós já sabemos sabe fazer sem nenhum esforço. Sim, Senhor não é ruim. É previsível, tolo, engraçadinho, clichê, mas garante boa descontração e algumas gargalhadas. Só que está muito aquém do talento reconhecido do seu protagonista.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 6 |
Ailton Monteiro | 7 |
Edu Fernandes | 7 |
Lucas Salgado | 6 |
MÉDIA | 6.5 |
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