Crítica
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Sinopse
Confundido com um trapezista, um operário circense é raptado na companhia de um amigo e levado ao navio do malfeitor das redondezas. Os dois agora terão de dar um jeito de escapar, levando consigo a beleza Luciana.
Crítica
Divertida, inocente e singela comédia lançada em 1976, estrelada por Renato Aragão e Dedé Santana, Simbad: O Marujo Trapalhão era um dos títulos mais presentes na e saborosos da saudosa Sessão da Tarde, no início dos anos 1980. Perseguições de carro, correrias, brigas aceleradas, gritarias e tiroteios motivam as gargalhadas. Rever o filme hoje, quase quatro décadas depois, é uma boa experiência, já que ele ainda consegue entreter com suas piadas inofensivas, os característicos tapas na cara, chutes, acrobacias, paneladas e todo coquetel de um cinema por vezes pastelão, tosco, dotado de um humor genuinamente brasileiro.
A fantasia dá ritmo à Simbad: O Marujo Trapalhão, alimentando nossa imaginação. Kiko e Duda (respectivamente Renato Aragão e Dedé Santana) trabalham no circo e se envolvem numa grande confusão quando o primeiro é confundido com o trapezista Simbad (Edson Rabello). O trapalhão é então raptado pela gangue do mágico Ali Tuffi (Carlos Kurt, o “alemão”), ele que já tem em seu poder o gênio da lâmpada mágica, mas que depende de Simbad para localizar a pedra filosofal que pode torná-lo um homem muito rico, em termos de fortuna e poder. Na tentativa de ajudar os amigos, o verdadeiro Simbad e sua namorada, Luciana (Rosina Malbouisson), também são feitos prisioneiros no navio dos bandidos.
Como não se deixar levar por uma fábula pueril, na qual um gênio que vive em uma garrafa, controlado pelo mágico fajuto, cai na conversa do protagonista malandro, trapalhão e fanfarrão? Carlos Kurt foi um vilão temperamental, consagrado no programa televisivo dos Trapalhões em virtude dos gritos e daquelas caretas típicas, além dos olhos azuis esbugalhados. Simbad: O Marujo Trapalhão tem ainda uma boa atuação de Renato Aragão, responsável também pelo roteiro. Inspirado como o falso Simbad, ele arruma encrencas e confusões com ideias mirabolantes, diz seus primeiros “psits” e “Padim Ciço” no cinema e cria subterfúgios para enganar ou fugir dos bandidos. O longa-metragem mistura aventura e espetáculo circense, com direito a muitas perseguições, seja de carro ou a cavalo.
O filme cai um pouco no meio, principalmente por abusar da repetição, tanto das correrias e das brigas quanto das trapalhadas. Mesmo assim, é curiosa esta produção dirigida por J.B. Tanko. O clímax ocorre numa sequência que figura entre as mais engraçadas das primeiras realizações dos Trapalhões. Encurralado por dois pistoleiros bêbados, Kiko se defende rebatendo as balas com frigideiras. Em meio à algazarra, ele acerta a cabeleira black power da dona do bar, revelando uma prodigiosa e inesperada careca negra. Uma palhaçada digna dos antigos números de picadeiro, que fez a alegria de milhões de crianças e de adultos nas salas de cinema e nas sessões na TV. Num tempo como o nosso, em que sorrir ou simplesmente divertir-se um pouquinho está ficando muito difícil, quando não raro, a nostalgia proporcionada por Simbad: O Marujo Trapalhão cai muito bem, obrigado.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Alexandre Derlam | 6 |
Chico Fireman | 6 |
MÉDIA | 6 |
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