Sing: Quem Canta Seus Males Espanta
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Garth Jennings, Christophe Lourdelet
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Sing
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2016
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Japão / EUA / França
Crítica
Leitores
Sinopse
Buster é um coala que reúne seus amigos para organizar uma competição de canto. A disputa que deveria ser discreta logo se torna um super concurso que atrai um número enorme de participantes.
Crítica
O ano de 2016, no que diz respeito às animações, começou com uma surpresa inesperada: o incrível sucesso de bilheteria de Zootopia (2016), que ultrapassou a barreira do US$ 1 bilhão arrecadado ao redor do mundo. Pois numa temporada marcada por produções do gênero protagonizadas por animais – tivemos ainda Procurando Dory (2016), Pets: A Vida Secreta dos Bichos (2016), Angry Birds (2016) e Cegonhas (2016), apenas para ficarmos nos de maior destaque – é apropriado, portanto, encerrarmos esse período com mais um exemplar que se encaixa perfeitamente nesta corrente: Sing: Quem Canta Seus Males Espanta, longa que, felizmente, supera estes anteriores não apenas em termos de qualidade técnica, mas também em originalidade e carisma.
Afinal, a história criada por Garth Jennings (O Guia do Mochileiro das Galáxias, 2005) não parte de personagens já conhecidos, como Dory ou Angry Birds, e mesmo assim consegue dar bem o seu recado. E isso porque seu conceito é tão familiar que poderia se passar, por exemplo, na mesma cidade que dá título ao já citado Zootopia: temos um universo em que os seres humanos não existem, e quem se comporta como esses são bichos de todas as espécies. Eles não apenas falam e se expressam de forma humanizada – eles também agem, se movimentam e tem as mesmas preocupações e necessidades. Por isso, uma figura como o coala Buster Moon (voz de Matthew McConaughey) soa compreensível: dono de um teatro decadente, ele sonha em voltar aos áureos tempos promovendo um concurso de talentos, para com os melhores realizar um novo espetáculo musical. Ao invés de apostar em fórmulas consagradas, prefere investir na espontaneidade de jovens desconhecidos. Nada muito diferente, como se percebe, do que já nos acostumamos a ver em reality shows televisivos.
O charme de Sing, no entanto, não está apenas na personalidade de Moon, mas também na dos seus selecionados. Entre eles temos o jovem gorila (Taron Egerton) obrigado a trabalhar com o pai em uma gangue de assaltantes, a porquinha (Reese Witherspoon) que busca uma folga dos filhos e do marido constantemente cansado e desinteressado, o ratinho malandro (Seth MacFarlane) com voz potente e a porca-espinha (Scarlett Johansson) que quer encontrar seu próprio estilo. Entre os dubladores nacionais, destaque para a cantora e atriz Sandy, que se sai muito bem como a elefanta tímida que esconde um grande talento. E não esquecer, é claro, da grande diva Nana (dividida entre as vozes de Jennifer Saunders e da oscarizada Jennifer Hudson, está quando está cantando), que serve como inspiração e parâmetro para todos os desafios que essa trupe de cantores improvisados terá que enfrentar.
Buster Moon é o tipo que faz tudo errado – mente, trapaceia, engana e enrola – porém sempre com bom coração e com as melhores das intenções e, justamente por isso, é impossível não torcer para que no fim ele se endireite e consiga dar a volta por cima. Conta para isso, também, o fato dele não se cercar dos melhores profissionais – como a secretária idosa e com olho de vidro – o que só piora sua situação. Mas ele tem amigos fiéis – como Norman, a ovelha – e é empolgado o suficiente para motivar aqueles ao seu lado. Percebemos, assim, importantes mensagens, como a união familiar (seja entre os porcos, gorilas ou elefantes), a conquista de uma melhor auto-estima (porcos, porcos-espinhos e elefantes), valorização da individualidade (gorilas, ratinhos) e fidelidade (ratinhos, ovelhas). Os rostos e as trapalhadas podem falar direto com as crianças, mas os sentimentos que os unem são bastante adultos.
Indicado ao Globo de Ouro 2017 nas categorias de Melhor Longa de Animação e de Melhor Canção Original (para a irresistível “Faith”, de Stevie Wonder), Sing tem tudo, também, para fazer bonito entre os finalistas do próximo Oscar. É uma animação bonita, dinâmica e atenta aos detalhes, preocupada com seu público primário, o infantil, mas em que nenhum momento subestima outras leituras diante os espectadores mais crescidos. E longe de ser apenas uma sucessão de videoclipes (como o recente Trolls, 2016), é eficiente em combinar uma trilha sonora contagiante – que inclui ainda nomes como Ariana Grande, Queen, David Bowie, Gipsy Kings e versões de Katy Perry, Lady Gaga e Frank Sinatra – com uma trama envolvente, que justifica toda a expectativa levantada.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 8 |
Ailton Monteiro | 5 |
MÉDIA | 6.5 |
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