Crítica


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Sinopse

As histórias e os causos da banda de rock gaúcha DeFalla, uma das mais celebradas formações do pop rock brasileiro.

Crítica

Sobre Amanhã é um documentário preenchido de vida, repleto de energia a cada corte. O média-metragem dirigido por Diego de Godoy e Rodrigo Pesavento reflete os personagens e sua criação musical, a banda DeFalla. Inspirado no músico espanhol Manuel de Falla, o nome aparentemente aleatório do grupo é parte do espírito autoral e desacorrentado de estilos pré-definidos que o documentário transmite com extrema eficiência. Seja através do uso de colagens e efeitos sobre as imagens que remetem a um grande gibi, seja no ritmo com que empregam esses recursos. O resultado é uma dinamicidade que empolga e diverte mesmo o indivíduo que não tinha conhecimento algum sobre a banda, e que saí da exibição desejando o improvável: poderia ser um longa, não?

O média parte do reencontro no palco dos integrantes originais do DeFalla, mais de vinte anos depois deles terem tocado todos juntos pela última vez. Filmagens desse show são entrecortadas por entrevistas em grupo e individuais de Biba, Flu, Castor e, claro, do excêntrico Edu K. Godoy e Pesavento encontram uma narração unificada e coesa na voz de Carlos Eduardo Miranda – Gordo Miranda, como apelidado – produtor do primeiro LP da banda. A partir daí, somos imersos na sua multifacetada trajetória e nos percalços gerados por suas próprias personalidades, principalmente a de Edu K.

Aliás, se no quesito de abordagem – montagem e direção – o documentário é admirável, seu conteúdo não deixa por menos, com os integrantes e amigos da banda dando depoimentos sinceros e muito abertos sobre si mesmos e os demais, méritos também da condução do filme que soube se entrosar e confortar os personagens para extrair deles as melhores histórias. Essa honestidade muitas vezes pode ser trágica, se pensarmos que a banda se desfez logo quando estava estourando, mas como Godoy e Pesavento trazem antes a noção de que todos se resolveram na vida e estão felizes, acaba sendo apenas divertido conhecer os detalhes e opiniões dos entrevistados.

Uma vez que assumem um tom mais descontraído, os diretores chegam a empregar recursos clássicos da comédia que, se em um filme do gênero seriam clichês, no documentário, que tem compromisso com a verdade, acabam sendo muito engraçados. Assim, depois de mostrar, diversas vezes, partes de uma entrevista da banda num programa de televisão nos anos 1990, o filme finalmente revela o visual inusitado de um deles. É uma pena então que Sobre Amanhã termine tão cedo, já que em pouco mais de cinquenta minutos nos hipnotiza com suas cores, suas pessoas e a música delas, esta um belo plano de fundo para um belo documentário.

As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.
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é formado em Produção Audiovisual pela PUCRS, é crítico e comentarista de cinema - e eventualmente escritor, no blog “Classe de Cinema” (classedecinema.blogspot.com.br). Fascinado por História e consumidor voraz de literatura (incluindo HQ’s!), jornalismo, filmes, seriados e arte em geral.
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