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Crítica
Uma história sobre amizade, companheirismo, vingança, justiça, amor e compaixão. Assim pode ser definido Sobre Meninos e Lobos, um dos filmes mais intensos da temporada de 2003. Apontado pelos maiores críticos dos Estados Unidos como um dos favoritos para o Oscar daquele ano, acabou somando seis indicações – inclusive para Melhor Filme e Direção – e levou as merecidas estatuetas de Ator (Sean Penn) e de Ator Coadjuvante (Tim Robbins). Essa produção serviu também para revitalizar a carreira de um das figuras míticas de Hollywood, o eterno cowboy Clint Eastwood, que andava meio em baixa, assinando projetos irregulares como Crime Verdadeiro (1999) e Dívida de Sangue (2002).
Eastwood surgiu nos anos 60 nos clássicos spaghetti westerns de Sergio Leone. Ou seja, definitivamente não era alguém a ser levado a sério. Porém, com uma postura sempre muito séria – chegou a ser prefeito de uma pequena cidade no interior dos EUA – e uma preocupação constante com os rumos de sua carreira, aos poucos sua imagem foi alterada, até a consagração, em 1991, com os quatro Oscars recebido por Os Imperdoáveis – inclusive de Filme e de Direção para ele, além de uma indicação como Melhor Ator. Desde então, realizou apenas duas obras dignas de nota: o arrebatador As Pontes de Madison (1995) e o divertido Cowboys do Espaço (2000). Acreditava-se que sua estrela havia apagado de vez, até ressurgir com esse Sobre Meninos de Lobos.
Dessa vez Eastwood fica apenas atrás das câmeras, deixando a condução da história para um time impressionante de atores, encabeçados por dois atores oscarizados, além de Kevin Bacon e Laurence Fishburne (esse mostrando que há vida pós-Matrix, 1999). Mas as melhores surpresas estão no time feminino, com as premiadas Marcia Gay Harden (Pollock, 2000), numa atuação desconcertante, e Laura Linney (Conte Comigo, 2000), que possui pouquíssimas cenas, mas todas de imenso impacto.
Penn, Bacon e Robbins são três amigos que, na infância, sofreram um grande trauma – certo dia, enquanto brincavam, um deles foi sequestrado e molestado por dois adultos, numa trágica lembrança que perdura até hoje. Anos depois, são forçados a se reencontrarem quando um novo incidente acontece: a filha adolescente de Penn é brutalmente assassinada, e logo as suspeitas recaem sobre Robbins. Bacon e Fishburne são os policiais encarregados das investigações do caso. Linney é a esposa fiel e incentivadora de Penn, enquanto que Gay Harden não tem tantas certezas assim a respeito do caráter de seu marido, Robbins.
Sobre Meninos e Lobos pode ser visto sob diversos pontos de vista, e cada um deles oferece prazeres únicos. Enquanto trama de suspense policial é muito eficiente, apesar de não a ponto de sua revelação final ser uma total surpresa. Uma possibilidade é se colocar como um estudo sobre personalidades conflitantes diante de eventos extremos, e essa é uma escolha mais feliz. Cada um dos personagens envolvidos é tão rico e cheio de conflitos e dualidades que poderiam render, tranquilamente, como protagonistas individuais. Palmas para o diretor, que com muita parcimônia conseguiu harmonizar esse conjunto, oferecendo excelentes oportunidades a todos, sem que isso, no entanto, afetasse o desenrolar da história. Sim, pois no final das contas ele é somente mais um operário, um belo artesão, disposto a fornecer bom entretenimento e, se possível, um pouco de arte também. Felizmente é o que ele aqui consegue, e em abundância.
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Filme espetacular dirigido por Clint Eastwood,onde ele acerta em cheio na escolha do elenco espetacular, e tirando de cada ator o seu melhor.Um filme brilhante, que com certeza ficará na memória de quem o assistiu