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Crítica


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Sinopse

Um faxineiro está limpando banheiros na véspera do Natal quando um improvável apocalipse zumbi começa a entrar em curso.

Crítica

Filmes de zumbi – um dos mais populares subgêneros cinematográficos atualmente – são normalmente associados a alguma ideia metafórica que discurse sobre uma população alienada em contraste com as atitudes dos sobreviventes. Porém, vez ou outra, geram exemplares que exploram ao máximo o potencial trash das situações envolvendo os mortos-vivos. Zumbilândia (2009) e Fome Animal (1992) são bons exemplos de produções que, ao não se levarem a sério, tornaram-se divertidas pelo absurdo que apresentavam, conduzindo de forma descontraída "a boa e velha ultraviolência" – como já diria Alex. Este, em parte, é o caso deste Stalled, cuja produção de baixíssimo custo não permite assim tanta ação, mas que conquista pela inventividade do que faz com o que tem à disposição.

Com sua trama se passando quase que inteiramente dentro de um banheiro feminino, o longa começa quando um zelador (Dan Palmer, que também assina o roteiro) fica preso em uma das cabines na véspera de Natal, logo após ser surpreendido por zumbis. No entanto, em seguida ele descobre que não está sozinho, pois também presa ali encontra-se uma garota. Juntos, começam a trocar ideias para escaparem daquele lugar. O que gera não só algumas criativas sequências em que o protagonista é obrigado a se virar com as ferramentas que tem ao seu alcance – mesmo que sejam dedos humanos – como também propicia o surgimento de uma divertida amizade. Levando em conta que somente ouvimos a moça do cubículo vizinho, esse desenvolvimento é até um grande feito.

A maquiagem é, obviamente, falsa, e a própria textura da imagem denuncia um tratamento mais simples para a estética adotada, algo típico de um projeto de baixo orçamento e que é possível ignorar sem perder a diversão. Não que Stalled seja uma montanha russa, e embora carismático e ágil, é pouco marcante. Afinal, falta de dinheiro na conta nunca foi muleta para justificar roteiros rasos. Para isso, basta pensar que Pi (1998) e Cães de Aluguel (1992), primeiros projetos de Darren Aronofsky e Quentin Tarantino respectivamente, possuíam escassos recursos financeiros e não por isso deixaram de ser as obras admiráveis que são até hoje.

Os créditos iniciais (apropriados) e seu desfecho em um elevador são algumas das mais divertidas sequências da cínica produção, que de certa forma descobre como se converter no cool movie que pendia ser. Dan Palmer não é um grande ator, assim como seu filme não é muito elogiável, mas agrada enquanto dura. Talvez o mais decepcionante não seja o vazio intelectual que paira sobre o argumento, mas, sim, o potencial desperdiçado de preencher este vácuo que o mesmo roteiro promete por mais ou menos uma hora e meia, sem que jamais o cumpra.

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é formado em Produção Audiovisual pela PUCRS, é crítico e comentarista de cinema - e eventualmente escritor, no blog “Classe de Cinema” (classedecinema.blogspot.com.br). Fascinado por História e consumidor voraz de literatura (incluindo HQ’s!), jornalismo, filmes, seriados e arte em geral.
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