Star Wars: Episódio I – A Ameaça Fantasma
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Star Wars: Episode I - The Phantom Menace
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1999
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EUA
Crítica
Leitores
Sinopse
Quando a maquiavélica Federação Comercial planeja invadir o pacífico planeta Naboo, o guerreiro Jedi Qui-Gon Jinn e seu aprendiz Obi-Wan Kenobi embarcam em uma aventura para tentar salvar o planeta. Viajam com eles a jovem Rainha Amidala, que é visada pela Federação pois querem forçá-la a assinar um tratado político. Eles têm de viajar para os distantes planetas Tatooine e Coruscant em uma desesperada tentativa de salvar o mundo de Darth Sidious, o demoníaco líder da Federação que sempre surge em imagens tridimensionais (a ameaça fantasma). Durante a viagem, Qui-Gon Jinn conhece um garoto de nove anos que deseja treiná-lo para ser tornar um Jedi, pois o menino tem todas as qualidades para isto. Mas o tempo revelará que nem sempre as coisas são o que aparentam.
Crítica
São tantos momentos icônicos durante os seis episódios desta que é uma das sagas cinematográficas mais bem sucedidas de todos os tempos que é uma tarefa árdua eleger um ou outro como de maior impacto. Mas uma coisa é certa: nenhum destes melhores momentos se encontra em Star Wars: Episódio 1 – A Ameaça Fantasma, longa que, dentre outros defeitos, marcou a volta de George Lucas como realizador após 22 anos atuando somente como produtor. Ele deu o passo inicial em 1977 com Star Wars: Episódio IV – Uma Nova Esperança (ou, como foi lançado originalmente no Brasil, apenas Guerra nas Estrelas). Os episódios V e VI foram entregues à colaboradores amigos de Lucas, que por sua vez estava mais preocupado com os aspectos mercadológicos de toda essa história. E depois de mais de duas décadas voltou à ativa para contar como tudo havia começando, dessa vez com mais ânimo, sendo responsável pelos três capítulos da segunda trilogia, lançados em 1999, 2002 e 2005. Se Lucas, como diretor, é um ótimo produtor, suas falhas ao menos ficaram menos nítidas nos dois filmes posteriores. Aqui, no entanto, esse efeito não foi possível, e todos os deslizes e ataques de megalomania ficaram absurdamente evidentes, fazendo dessa uma experiência nada memorável.
Star Wars: Episódio 1 – A Ameaça Fantasma é um filme que não soube envelhecer. Se treze anos atrás sua trama já soava estranha, hoje ela parece ainda mais confusa e sem sentido. Para quem está perdido, um resumo rápido: a Federação Galáctica quer cobrar um novo imposto para o transporte de mercadorias aos setores mais afastados do universo, o que gera um bloqueio interplanetário. Em Naboo e Rainha Amidala (Natalie Portman) sofre com os prejuízos que seu povo enfrenta com tantas carências e tenta negociar com o Senado uma solução, mas é atacada por representantes de um planeta invasor. Vão ao seu socorro dois cavaleiros Jedi, Qui-Gon Jinn (Liam Neeson) e Obi-Wan Kenobi (Ewan McGregor). Em sua rota de fuga acabam aterrissando num pequeno e insignificante planeta chamado Tattoine, onde encontram um garoto que pode ser a resposta de uma importante profecia. Seu nome é Anakin Skywalker, e ele é tomado por Qui-Gon como seu aprendiz. Mas no encalço destes está o terrível Darth Sidious, cuja identidade é mantida em segredo, e seu braço direito, Darth Maul. Os dois são representantes dos até então extintos Sith, principal força contrária ao desejo de paz representado pelos Jedi.
Mas então surge a dúvida: por quê estamos falando de Star Wars tanto tempo depois do seu lançamento nos cinemas, em dvd e até mesmo em blu-ray? Pelo simples fato de que a galinha dos ovos de ouro do Sr. Lucas não para nunca de gerar novos frutos, mesmo estando ela mais do que morta e enterrada há muito tempo. O golpe da vez são os tais efeitos tridimensionais, ou como popularmente ficaram conhecidos, a versão 3D. Sim, Star Wars: Episódio 1 – A Ameaça Fantasma está de volta às telas, e agora em 3D. Mas a pergunta que todos querem fazer é: tais modificações se justificam? O filme ficou em algum aspecto diferente – e, principalmente, melhor? A resposta, por sua vez, é bastante simples e objetiva: não. O que vemos é exatamente igual ao que foi visto há mais de uma década, com o acréscimo do incômodo destes óculos escuros. Não há um efeito particularmente interessante que seja realçado com a tecnologia 3D. E sabe por quê? Simplesmente porque este não é um filme feito em 3D, e sim apenas convertido! E isso, acreditem, faz toda a diferença!
Assim como as animações Disney O Rei Leão (1994) e A Bela e a Fera (1991) - terão outras nos próximos meses - e sucessos do passado como Titanic (1997), tudo que um dia foi relevante está renascendo das trevas para tentar somar mais alguns trocados através da picaretagem institucional do 3D convertido. Star Wars: Episódio 1 – A Ameaça Fantasma não é o primeiro e nem será o último. Mas parece, sim, ser um dos que mais está sofrendo com o processo. Ao invés de aparecer mais moderno e adequado à atual geração, o filme que vemos agora, sob a perspectiva do século XXI, é de uma infantilidade atroz e de uma ingenuidade galopante. Personagens como Jar Jar Binks e seu povo submarino, ou o alienígena apostador Boss Nass, são feitos para agradar as crianças – e somente a elas! O pequeno Jake Lloyd, que dá vida ao jovem que no futuro será o mítico Darth Vader, é tão irritante que seus “oops” e “iupiiiee” chegam a provocar náuseas. Nem os geralmente competentes Neeson, McGregor e Portman conseguem escapar da pasmaceira com diálogos amadores e reações infantis, reflexo mais do que direto de uma falta de direção incisiva.
A despeito de tudo, Star Wars: Episódio 1 – A Ameaça Fantasma é o filme da série que mais faturou nos cinemas, tendo arrecadado mais de US$ 900 milhões em todo o mundo (metade disso apenas nos Estados Unidos). Foi, na época, também bem recebido pela indústria, que lhe concedeu três indicações técnicas ao Oscar, nas categorias de Efeitos Visuais, Som e Edição de Som. Um fato curioso foi que estas três estatuetas acabaram indo a um mesmo filme – Matrix – e se naquela época isso já evidenciava o caráter ultrapassado da criação de George Lucas, imagina agora, tanto tempo depois. O 3D até pode servir para histórias que sejam criadas tendo-o em mente – o melhor exemplo ainda é o fantástico Avatar, de 2009 – mas está sendo tão prostituído em Hollywood que chegará um momento em que se tornará sinônimo de enganação e desvio de reais defeitos, como falta de um roteiro consistente e bons intérpretes. Isso tudo está ausente aqui, ao contrário do 3D. Sintomático, não?
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