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Sinopse

Atormentado pela lealdade a seu mentor, Obi-Wan Kenobi em oposição aos sedutores poderes dos Sith, Anakin Skywalker acaba se voltando contra os Jedi, assim completando sua jornada rumo ao lado sombrio e sua transformação em Darth Vader. Acompanhe o emocionante capítulo final com a espetacular tecnologia digital e reviva todas as batalhas épicas incluindo o inesquecível e decisivo duelo entre Anakin e Obi-Wan.

Crítica

Foram quase 30 anos de espera, mas a saga finalmente foi completada: o épico espacial Star Wars, idealizado pelo visionário George Lucas no início dos anos 1970 e levado às telas pela primeira vez em 1977, com Star Wars: Episódio IV – Uma Nova Esperança (antigamente conhecido somente por Guerra nas Estrelas), chegou a sua conclusão (ou ao menos a ordem cronológica se fechou) em 2005 com Star Wars: Episódio III – A Vingança dos Sith. Pela numeração dos episódios a trama parece ser confusa – e realmente é, mas não na proporção que se imagina. Lucas começou no meio por motivos diversos (falta de recursos técnicos disponíveis na época, pouca credibilidade dele enquanto realizador etc etc etc). Como todo mundo sabe, a coisa deu certo – Uma Nova Esperança arrecadou mais de US$ 460 milhões nos EUA, com um custo de US$ 11 milhões (!!), e recebeu 10 indicações ao Oscar (inclusive Melhor Filme, Direção e Roteiro Original), levando 6 estatuetas (foi o maior vencedor daquele ano) – ele continuou do ponto onde estava, lançando nos anos seguintes se sequências V – O Império Contra-Ataca (1980) e VI – O Retorno de Jedi (1983).

Muito tempo se passou, e no final dos anos 90, com o espírito setentista em alta, a mitologia Star Wars voltou à cena. Foi, então, a ocasião ideal para contar o início da história. Em 1999 chegava aos cinemas o aguardado Star Wars: Episódio I – A Ameaça Fantasma, frustrando público e crítica. Mas o alarde estava feito, e o negócio era seguir em frente. 2002 foi a vez de Star Wars: Episódio II – Ataque dos Clones, que levantou um pouco a moral e preparou o terreno para o atual Star Wars: Episódio III – A Vingança dos Sith, o melhor desta nova trilogia.

Nos primeiros filmes, Lucas narrava como havia se dado a luta da Aliança Rebelde – liderada pelos irmãos Luke Skywalker e Leia Organa – contra o Império do mal representado na figura do vilanesco Darth Vader (que, num dos momentos mais climáticos da história, revelava-se pai dos heróis). A segunda trilogia, que revela eventos anteriores, se concentra em mostrar como o homem Anakin Skywalker descobre o poder da “Força” e, infelizmente, decide usá-la da pior maneira possível, aliando-se ao Lado Sombrio, exterminando todos os Cavaleiros Jedi (guardiões da paz no universo) e acabando de vez com a democracia.

Se o A Ameaça Fantasma era um deslumbre tecnológico, com muito papo e pouca ação, e o Ataque dos Clones ficava no meio termo entre a ousadia e a tradição, A Vingança dos Sith é o que os fãs da série sempre sonharam. Aqui se tem as respostas que instigaram gerações de curiosos e cinéfilos, apresentadas de modo lógico e inteligente. Isso, no entanto, não faz deste um filme perfeito, e muitas falhas já sentidas nas produções anteriores continuam se fazendo presente – a inabilidade do diretor com os atores, os diálogos primários, o excesso de efeitos especiais em detrimento do desenvolvimento da trama. Mas isso, é claro, diz respeito somente ao espectador comum, que vai ao cinema em busca de diversão e entretenimento. Aos “starwarmaníacos” isso tudo pouco deve importar, pois o essencial está lá, e muito bem feito: Anakin Skywalker finalmente virando Darth Vader.

Talvez o maior e principal problema de A Vingança dos Sith seja justamente este, o fato do filme ter sido feito de e para fãs, exclusivamente. Um espectador que não esteja minimamente familiarizado com o universo criado por George Lucas irá considerar tudo uma grande confusão, pois são oferecidos poucos pontos de apoio para um entendimento mais global do enredo. Levando em conta a teoria que afirma que toda e qualquer obra deve se bastar por si só – ou seja, compreensível pelos argumentos que possui, sem necessidade de auxílios externos, como explicações, livros e outros meios – este filme é extremamente deficiente e incompleto. Há, no entanto, a urgência de compreender que Star Wars é mais do que somente um longa, afirmando-se como um fenômeno pop com diversas camadas de entendimento. Espetáculo, exagero ou meramente divertido, a conclusão é que Lucas conseguiu encerrar sua novela em grande estilo, dando ao seu público aquilo que ele quer. Agora, basta decidir se você pertence ou não a esta seleta audiência.

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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