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Sinopse

O jovem Tristan tenta conquistar o amor da bela Victoria, indo em busca de uma estrela cadente. A jornada o leva a uma terra esquecida e misteriosa, além dos muros da cidade. Porém, Tristan não é o único atrás da estrela. Os quatro filhos do rei de Stormhold, e os espíritos de seus três filhos já falecidos, também estão atrás dela, assim como a feiticeira Lamia, que deseja usá-la para recuperar sua juventude. Para enfrentar todos estes concorrentes, Tristan precisará ganhar o amor da estrela, que se transformou em uma garota chamada Yvaine.

Crítica

Stardust: O Mistério da Estrela poderia ser um conto de fadas como qualquer outro. Ele possui um narrador, fala sobre terras fantasiosas, bruxas, estrelas e outras características que só existem nas histórias que acabam com a frase “e viveram felizes para sempre”. Até aí, a produção baseada na obra de Neil Gaiman poderia se encaixar perfeitamente no gênero. Isso, claro, se este filme não fosse baseado no livro do criador de Sandman, do qual sempre se pode esperar algo de diferente. Dito isso, a premissa pode até parecer corriqueira à primeira vista. Mas só desta forma é possível manter as surpresas que o roteiro co-escrito pelo diretor Matthew Vaughn e Jane Goldman aprontaram para o espectador.

O jovem Tristan Thorn (Charlie Cox) vive em um vilarejo chamado Wall e é apaixonado por uma garota esnobe (Sienna Miller) que apenas se diverte às suas custas. Quando ambos presenciam a queda de uma estrela cadente, Tristan promete à sua amada que trará a estrela para ela e, assim, conquistará seu coração. Ao achar a estrela, porém, Tristan descobre que não se trata de um objeto inanimado e sim, de uma mulher chamada Yvaine (Claire Danes). Do outro lado da história, os herdeiros do Rei de Stormhold (Peter O'Toole) estão à procura da pedra que dará ao que achá-la o direito de governar o império. Quem carrega este artefato é a estrela cadente, que também está sendo procurada pela bruxa Lamia (Michelle Pfeiffer), que busca no coração de Yvaine o elixir de sua juventude. Em meio a isso, ainda conhecemos os piratas capitaneados pelo Capitão Shakespeare (Robert De Niro) e o linguarudo mercador Ferdy (Rick Gervais).

Todos os atores possuem momentos de destaque na narrativa do filme, formando um elenco bastante coeso e regular. O casal principal apresenta uma atuação simpática e a característica desajeitada de Tristan, associada ao brilho de Yvaine não deixa a dupla refém dos atores mais estelares do elenco, como Pfeiffer e De Niro. A atriz, inclusive, viveu uma época cheia de vilãs deliciosamente caricatas – vide Hairspray (2007) - e novamente tem uma atuação acima da média. Já Robert De Niro pode chocar os fãs de seus papéis sérios dos anos de 1970, mas é uma excelente surpresa. É hilário vê-lo em um papel mais leve que o usual, sabendo rir de si mesmo e de seus papéis viris do passado.

Mas o ponto cômico mesmo vai para os fantasmas dos herdeiros do trono de Stormhold que, vira e mexe, aparecem para comentar as desventuras de seus irmãos ainda vivos. Eles são mais uma característica que separa Stardust dos contos de fada normais, já que eles acabaram morrendo mesquinhamente através da sede de poder que os fez matar uns aos outros.

O diretor Matthew Vaughn soube balancear bem aventura com comédia nesta adaptação que lembra um pouco A Princesa Prometida, outro longa-metragem que brincava com as características dos contos de fada, dirigida em 1987 por Rob Reiner. As duas produções são próximas por apresentarem visões contemporâneas sobre essas histórias tão populares em séculos passados, mas que, à época, pareciam ter perdido seu brilho. Com a enxurrada de contos de fada em versões em carne e osso nas telonas, Stardust ganha mais pontos por ser um dos precursores desta nova leva.

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é crítico de cinema, membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista, produz e apresenta o programa de cinema Moviola, transmitido pela Rádio Unisinos FM 103.3. É também editor do blog Paradoxo.
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