Crítica
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Sinopse
Jor-El, um renomado cientista de Krypton, prevê a destruição do seu planeta e alerta o governo, que não lhe dá credito. Assim, decide salvar seu filho, mandando-o para a Terra, onde terá superpoderes. Uma vez lá, o garoto usa o nome de Clark Kent. Ao ficar adulto, vai para a cidade grande trabalhar como repórter. Quando uma situação inesperada põe em risco a vida de Lois Lane, uma colega de trabalho, ele é obrigado a se revelar para o público, ficando conhecido popularmente como Superman.
Crítica
Você vai acreditar que um homem pode voar. Poucas vezes um filme foi tão verdadeiro em seu material de divulgação quanto Superman: O Filme, clássica aventura dirigida por Richard Donner em 1978. Naquela época, personagens de histórias em quadrinhos não eram vistos com tamanha intensidade quanto atualmente. Não existia a certeza de que atrairia público pagante – ou seja, adultos – para garantir boas bilheterias. Portanto, apostar no Homem de Aço foi um grande risco. De qualquer forma, o produtor Ilya Salkind resolveu se precaver, contratando grandes nomes que, por si só, já chamariam atenção dos espectadores na tentativa de garantir o investimento e dar seriedade ao projeto. Assim, surgia o primeiro longa-metragem protagonizado pelo último filho de Krypton.
Mario Puzo, respeitado pelo roteiro de O Poderoso Chefão (1972), foi chamado para criar a história do filme e dois outros grandes nomes, Marlon Brando e Gene Hackman, foram inclusos no elenco e anunciados para o público como tática para atrair a atenção. Deu certo. Superman: O Filme foi um retumbante sucesso, transformando o então desconhecido Christopher Reeve no rosto que, para muitos, seria a tradução perfeita do herói dos quadrinhos na tela grande. Com direção de Richard Donner, recém saído do sucesso A Profecia (1976), o Homem de Aço pode voar pelos ares de Metropolis de forma convincente, como nunca antes havíamos visto nos cinemas.
A história básica é conhecida de todos. Jor-El (Brando) descobre que o planeta Krypton está prestes a ser destruído e consegue salvar seu filho o enviando para a Terra. Chegando ao nosso planeta, é encontrado pelo casal Kent (Glenn Ford e Phyllis Taxter) que o acolhe e o protege em Smallville. Adulto, Clark Kent (Reeve) se muda para Metrópolis, consegue um bom emprego no Planeta Diário, conhecendo ali sua grande paixão, a intrépida repórter Lois Lane (Margot Kidder). Quando a jornalista corre perigo durante um acidente no terraço do jornal, aparece em seu socorro um homem vestindo azul, com uma grande capa vermelha e um S no peito. Ali, surgia o que todos conheceriam como Superman. Aviltado pelo poder sem limites daquele herói, o gênio do crime Lex Luthor (Hackman) pretende acabar com aquela figura utilizando um artefato originário do planeta natal de Superman, a Kryptonita.
Mesmo sendo uma história de um sujeito que vem de outro planeta, voa e tem superpoderes, um dos principais objetivos de Richard Donner – e um lema que foi repetido diversas vezes no set – era a verossimilhança. Com isso, o cineasta queria escapar do engraçadismo campy do seriado sessentista Batman (1966-1968) e fazer uma história com algum peso. É óbvio que existem os momentos bem humorados e a trama toda tem uma áurea light. Nem por isso, Superman: O Filme é tido como um trabalho cômico. É uma aventura divertida, com ótimos atores defendendo seus personagens.
A começar por Marlon Brando, emprestando sua persona respeitável para Jor-El, passando por Gene Hackman, dando um ar divertido ao sempre brilhante Lex Luthor, e chegando finalmente ao grande destaque do longa, Christopher Reeve. Criando uma persona atrapalhada para Clark Kent, a fim de esconder sua identidade secreta de todos, Reeve consegue dividir de forma bastante clara o herói do seu alterego. Não só pela roupa ou pelo cabelo, mas principalmente pela postura e pelo trabalho vocal. Quem acreditaria que aquele repórter pacato poderia ser, realmente, Superman?
Os efeitos especiais podem ter envelhecido, mas a magia de ver Superman voando ainda permanece intacta. A bela cena na qual o herói leva Lois Lane para um passeio pelos céus de Metrópolis ainda funciona como um bom exemplo de romantismo e fantasia. Margot Kidder consegue cativar como a repórter, também exibindo duas personalidades: uma ao lado de Superman, outra ao lado de Clark Kent.
Falhando apenas no desfecho, com uma ação do herói que não tem lógica alguma (mesmo em um universo onde existem figuras como um Superman), o longa-metragem de Richard Donner é um exemplar perfeito de uma excelente aventura cinematográfica, utilizando-se de um personagem querido vindo dos quadrinhos. A ideia original era que o cineasta comandasse a segunda aventura também. Tanto que as gravações foram executadas ao mesmo tempo. Infelizmente, por divergências com a família Salkind, Donner foi demitido após o lançamento do primeiro filme e Richard Lester assumiu a direção de Superman II: A Aventura Continua (1980). Isso, no entanto, é assunto para outra crítica.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Rodrigo de Oliveira | 9 |
Robledo Milani | 10 |
Chico Fireman | 10 |
Francisco Carbone | 9 |
Thomas Boeira | 10 |
Bianca Zasso | 9 |
Matheus Bonez | 9 |
MÉDIA | 9.4 |
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