Crítica
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Sinopse
Maior e mais forte, Tainá tem ainda mais condições de lutar contra os traficantes de animais. Ela vai ajudar uma pequena índia e um menino da cidade em busca de um cachorrinho perdido na mata.
Crítica
Tainá 2 - A Aventura Continua é um belo exemplo da união de um cinema de qualidade que só existe devido à razões comerciais. Ou seja, o produto cinematográfico nacional também pode – e deve – pensar no mercado. Primeiro, o filme só existe porque a produção original, Tainá: Uma Aventura na Amazônia (2001), deu certo (isto é, rendeu bem nas bilheterias). Além disso, teve um ótimo desempenho “institucional”, com sua atuação junto a um público em formação, através de exibições em escolas e em cinemas itinerantes no interior do país, em feiras e mostras. Mas, se surgiu como mercadoria, o resultado final felizmente se coloca além dessa qualificação: é uma obra bastante competente, inteligente e envolvente.
Do elenco do primeiro filme, só volta nesta segunda aventura a protagonista, Tainá, interpretada pela paraense Eunice Baía. Cinco anos se passaram, e agora a menina é uma líder mirim em sua tribo, localizada no meio da Floresta Amazônica. Um costume local entre as crianças é que cada uma tenha o seu próprio “gerimbabo”, ou seja, animal de estimação. A pequena Catiti (Arilene Rodrigues), entretanto, sente a falta de um bichinho para cuidar, ao mesmo tempo que olha a amiga Tainá com admiração, procurando seguir os seus passos na defesa da natureza. O toque adulto do filme está nas presenças de Kadu Moliterno, um biólogo que mora nas redondezas da floresta, e de Chris Couto, líder de uma gangue de traficantes de animais silvestres. A ligação entre eles se dará através do filho de Kadu, um garoto que acaba perdendo seu cachorro, que por sua vez será encontrado – e adotado – pela Catiti. Após desencontros resolvidos e das explicações necessárias serem dadas, todos se unem contra os vilões, numa lição de vida e ecologia.
Tainá 2 é um filme infantil, feito e pensado para crianças, mas não é simplista e desmerecedor dos pequenos como os sucessos da Xuxa ou os atuais do Renato Aragão. Muito bem produzido, filmado em grande parte em locação na própria floresta, apresenta bons desempenhos do elenco mirim, ao mesmo tempo que não faz os adultos de idiotas. Sua trama, amarrada e com momentos de graça e tensão, não chega a assustar ou apelar para soluções fáceis, óbvias e/ou violentas, mas consegue ser movimentada o suficiente para manter o interesse.
Caso raro no cinema nacional, não acostumado com continuações (até então só havia pares em Xuxa e os Duendes, de 2001 e 2002, e O Menino Maluquinho, de 1994 e 1998, ambas voltadas para o público infantil), Tainá 2 justifica sua existência, atendendo exigências artísticas, culturais e sociais. Muito mais que um mero passatempo de férias, é também uma aula divertida e pertinente. Que venha logo Tainá 3!
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