Sinopse
Crítica
Todo mundo queria ver o “tal filme da Gisele Bündchen”. Afinal, uma atração como essa até pode funcionar em termos de marketing – Bündchen é a antagonista, a vilã da trama, com diálogos em português e em inglês, num papel de destaque – mas enquanto resultado artístico, a curiosidade resulta em algo próximo ao constrangedor. Isso porque Táxi é um equívoco, repleto de piadas sem graça, atores desleixados em suas performances e um enredo, no mínimo, absurdo. E se mesmo assim o espectador ainda quiser conferir a performance da nossa über model em Hollywood, ao menos estará bem avisado.
Táxi é baseado no thriller francês de mesmo nome lançado em 1998, que tinha roteiro de Luc Besson. Ele agora assume o papel de produtor executivo, além de ter sido um dos principais responsáveis pela escolha de Bündchen como a líder de uma quadrilha de modelos brasileiras assaltantes de banco. O desempenho dela é fraco, como era de se esperar (“Não é nenhum Shakespeare”, se defendeu), mas esse é um dos menores problemas do filme. Talvez o maior deles seja a direção infantilizada de Tim Story (Uma Turma do Barulho, 2002), que opta pelo exagero desnecessário e de compreensão mais rasteira. Há de se questionar também a seleção de Jimmy Fallon para ser o protagonista masculino. Ele, que posteriormente largaria a carreira de ator para se dedicar a ser apresentador de talk shows na televisão norte-americana, entrega um dos desempenhos mais irritantes daquela temporada.
Em Táxi, Fallon aparece como um policial desastrado no trânsito que precisa contar com a ajuda da taxista interpretada pela cantora e atriz Queen Latifah para prender a tal gangue capitaneada por Gisele. Se a história aparenta ser um tanto confusa, no exato momento que você descobre que o táxi utilizado em cena, na verdade, é quase um batmóvel amarelo, cheio de apetrechos secretos e outras inovações improváveis, toda a credibilidade do enredo vai pro brejo. E daí para frente são perseguições automobilísticas cansativas e nada inovadoras, centenas de carros sendo destruídos gratuitamente, um plano previsível e uma reviravolta tola, de muita pouca graça e uma quantia impressionante de constrangimentos.
Entre mortos e feridos, é possível se questionar: o que uma estrela como Ann-Margret, que foi namorada de Elvis Presley e conta com duas indicações ao Oscar no currículo, faz por aqui? E Bündchen, entre os “milhares de projetos” que lhe eram oferecidos naquela época, não tinha nada melhor para se dedicar? Queen Latifah, por sua vez, até pode ter embarcado nessa furada esperando ao menos um bom retorno de público, mas tudo o que conseguiu foi mais uma frustração. Esse, definitivamente, não era o melhor caminho a ser seguido para quem tinha como ambição se firmar como estrela.
Como saldo final, a conclusão é que esse Táxi hollywoodiano merece nada mais do que o esquecimento imediato – bem ao contrário da versão original francesa, que até o momento já conta com quatro sequências (Táxi 5 chegou aos cinemas em 2018). Para os envolvidos, resta apenas o embaraço de terse envolvido com algo tão descartável. Já ao público há sempre a esperança de que a próxima viagem seja um pouco melhor. Ou, ao menos, que faça valer o mínimo de investimento.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 3 |
Thomas Boeira | 2 |
MÉDIA | 2.5 |
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