Crítica
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Sinopse
Thor estava prestes a receber o comando de Asgard das mãos de seu pai Odin quando forças inimigas quebraram um acordo de paz. Disposto a se vingar do ocorrido, o jovem guerreiro desobedece as ordens do rei e quase dá início a uma nova guerra entre os reinos. Enfurecido com a atitude do filho e herdeiro, Odin retira seus poderes e o expulsa para a Terra. Lá, Thor acaba conhecendo a cientista Jane Foster e precisa recuperar seu martelo, enquanto seu irmão Loki elabora um plano para assumir o poder. Mas os guerreiros do Deus do Trovão fazem a mesma viagem para buscar o amigo e impedir que isso aconteça. Só que eles não vieram sozinhos e o inimigo está presente para uma batalha que está apenas começando.
Crítica
Desde que começou sua trajetória mais séria no cinema, levando por conta própria seus personagens para a tela grande, a Marvel tem apostado numa leitura realista e tão verossímil quanto possível fosse. E de todas as criações da editora, talvez esse Thor fosse o mais complicado de se adaptar nesse novo meio. O deus do trovão é muito similar ao Superman da concorrente DC Comics – trata-se de um extraterrestre dono de poderes inimagináveis que se vê perdido na Terra sem saber muito sobre seus direitos e deveres – e por isso mesmo seria um tanto difícil imaginá-lo como um ser comum, igual a todos nós, facilitando a identificação com o público dentro do ideal buscado em filmes como Homem de Ferro (2008) e O Incrível Hulk (2008), por exemplo. Mas o resultado que temos agora é bastante satisfatório, superando as expectativas contraditórias de até então.
Um dos pontos fortes de Thor é a direção segura do também ator Kenneth Branagh, que soube lidar com os conflitos enfrentados pelo protagonista bem aos moldes dos dramas shakespeareanos com os quais está tão acostumado. Afinal, o cineasta atuou em textos de Shakespeare como Muito Barulho por Nada (1993), Hamlet (1996) e Henrique V (1989) - pelo qual chegou a ser indicado ao Oscar - e tem desenvoltura suficiente para conduzir a história do homem que é banido pelo pai – e rei – e enviado a uma terra distante para aprender a ser mais humilde e responsável. Longe do seu planeta de origem – Asgard – Thor (o novato Chris Hemsworth, visto rapidamente em Star Trek, 2009) encontra na Terra abrigo nos braços – e beijos – da cientista Jane Foster. Esse papel serve como uma luva em Natalie Portman, leve e descontraída na medida certa, numa experiência que deve ter soado como férias após o intenso – e oscarizado – Cisne Negro (2010).
Hemsworth e Portman são os cabeças de um elenco bastante coeso e em sintonia, que defende seus personagens com segurança e personalidade, até nos momentos mais improváveis. Tom Hiddleston é, no entanto, a melhor surpresa de todo o conjunto. Ele marca presença - roubando a cena sempre que aparece - como o vingativo meio-irmão, companheiro e inimigo, responsável direto pela desgraça que abate sobre o herói. Outra boa escolha foi terem convocado o oscarizado Anthony Hopkins, que aparece como o Rei Odin. Sem muito esforço, ele oferece toda a força e poder que o personagem exige. Kat Dennings, Stellan Skarsgard e até uma sumida Rene Russo contribuem na medida certa, equilibrando momentos de humor, tensão e drama em doses acertadas.
Thor é mais uma peça dentro do projeto que irá culminar com o aguardado Os Vingadores (2012), filme previsto para ser lançado em 2012 e que deverá reunir os principais heróis da Marvel – Homem de Ferro, Hulk, Thor e Capitão América, entre outros. Aqui vemos também a primeira participação do Gavião Arqueiro (interpretado por Jeremy Renner), numa aparição rápida, e uma nova ponta – após os créditos finais, não saia da sala até o acender das luzes! – do capitão Nick Fury, mais uma vez na pele de Samuel L. Jackson. No mais, é uma aventura competente, com bom uso de efeitos especiais, muita ação, romances e tudo que se espera em produções do gênero: reviravoltas, traições, paixões e finais felizes. Para agradar gregos e troianos. Ou, nesse caso, terráqueos e asgardianos.
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