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Crítica


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Sinopse

De bom coração, a fada Fawn sempre preferiu enxergar o melhor lado das criaturas, por isso se tornou próxima de um monstro. Tinker Bell e suas amigas acreditam que esse vínculo possa propiciar o fim de seu lar.

Crítica

Desde o primeiro filme da série, Tinker Bell Uma Aventura no Mundo das Fadas (2008), a ex-Sininho e suas amigas fadas tem conquistado espectadores com tramas simples, por vezes ingênuas e infantis, mas sempre agradáveis e que conquistam justamente pela sua falta de pretensão. O sexto longa-metragem, Tinker Bell e o Monstro da Terra do Nunca, tem uma novidade: desta vez não é a companheira de Peter Pan a protagonista, e sim Fawn, a fada da fauna. O que pode ser frustrante para os fãs, na verdade se torna uma agradável surpresa, mostrando que suas companheiras tem fôlego e carisma suficientes para levar um título nas costas.

Desta vez, um cometa atravessa a Terra do Nunca e desperta uma criatura que hibernava há mil anos. O tal monstro do título é grande, tem dentes afiados e olhos esverdeados que sugerem um ser maligno. Enquanto ele começa uma atividade estranha com pedras, Fawn tem problemas no mundo das fadas, já que suas atitudes levadas com o coração a fazem se meter em apuros com os mais diversos animais. Tentando provar que é responsável, a fadinha acaba encontrando o monstro e começa uma amizade com ele. O grande problema é que, segundo Nyx, líder das guardiãs, ele pode ser o responsável pela destruição do mundo por conta dos raios que atrai para a terra.

O mais divertido dos filmes de Tinker Bell é que, de uma forma geral, não há vilões exatos e um maniqueísmo exacerbado. Pelo contrário. Os problemas geralmente acontecem como parte da própria sociedade e da divisão das fadas e suas diferenças de ideias acerca de segurança e companheirismo. Não há certo e errado literais. Nyx, que entra em embate direto com Fawn, quer defender a terra das fadas a todo custo. Dawn acredita que o monstro tem bom coração. Como chegar a um consenso? Esta é a grande questão que fica.

Por sinal, transformar Dawn em protagonista é uma decisão acertada, já que Tinker Bell, por não ser a fada da fauna, talvez não tivesse tanto a dizer quanto sua amiga. A garota é inteligente, engraçada e cheia de cacoetes que conquistam qualquer espectador. Sua amizade com o monstro é construída de forma exemplar e emocionante, mas sem exagerar na pieguice. Mas é claro que os fãs da ex-Sininho podem ficar tranquilos: é ela a “coadjuvante principal” do longa, aparecendo em vários momentos-chave para a continuidade da trama.

Recheado de divertidas cenas de ação, bom timing cômico e um leve drama sobre o valor da amizade e de enxergar além dos que os olhos veem, Tinker Bell e o Monstro da Terra do Nunca só tem uma falha: as canções que não empolgam. É claro que os vocais femininos são de praxe na Disney, mas aqui eles parecem desnecessários (além de chatinhos). Por sorte, são tão poucos momentos que, no frigir dos ovos, nem fazem diferença para afetar a qualidade da história.

O longa é entretenimento fácil para crianças e conquista os adultos, mesmo com seu final levemente triste (os mais emotivos podem levar seus lenços para o cinema). E a vontade que fica é de ver mais filmes com Dawn e as outras amigas de Tinker Bell como protagonistas. Fôlego e potencial a série já demonstrou que tem de sobra. Para a felicidade geral de todos.

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é crítico de cinema, apresentador do Espaço Público Cinema exibido nas TVAL-RS e TVE e membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista e especialista em Cinema Expandido pela PUCRS.
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