Crítica

Desde sua estreia em filmes-solo com Tinker Bell: Uma Aventura no Mundo das Fadas (2008), a turma da denominada antigamente Sininho, coadjuvante mais do que interessante e importante de Peter Pan (1953), tem conquistado a plateia, em média, de dois em dois anos, seja em home vídeo ou no cinema. A Disney descobriu este novo filão destinado principalmente às meninas, ao lado de suas princesas, e parece que a criatividade não tem fim. O que é ótimo, pois a história de Tinker Bell antes de ser amiga do menino que não quer crescer é recheada de contos divertidos e educativos, mesmo que beirando à ingenuidade. Desta vez, em Tinker Bell: Fadas e Piratas, mais um capítulo desta saga é contado, com foco não apenas nas fadinhas, mas também na origem do Capitão Gancho.

O longa começa mostrando como Zarina, uma das guardiãs do pó mágico, começa novas experiências para descobrir novas e diferentes cores e poderes. O problema é que no Refúgio das Fadas é proibido mexer com o pozinho sem autorização, o que leva a garota a ser banida. Um ano depois, descobre-se que ela virou pirata e está atrás de mais pó para ajudar seus amigos de embarcação, entre eles o Capitão James (Tom Hiddleston no original, dublado por aqui por Caio Castro). Resta a Tinker Bell e seu inabalável quinteto de amigas tentar resgatar não apenas o pó, mas a amiga perdida.

A diretora Peggy Holmes, já experiente no assunto após realizar Tinker Bell: O Segredo das Fadas (2012) e A Pequena Sereia: A História de Ariel (2008) mostra-se confortável na condução do longa, extremamente colorido e cheio de ação, o que deve impressionar não apenas as meninas, mas os próprios garotos fãs de animação e até os adultos mais céticos. Diversão sem pretensões parece ser o lema de Tinker Bell: Fadas e Piratas, resultado que é alcançado nos seus quase 80 minutos de duração. Aliás, tempo que é um grande acerto na série, pois não há espaço para “enrolar” a história, que explora bem a personalidade de cada uma das meninas, seja a inteligência alquimista de Zarina ou ainda das sempre ótimas Vidia e Rosetta, que roubam a cena, cada uma à sua maneira, quando aparecem na tela.

O roteiro também consegue alguns pontos a mais em relação aos outros episódios por mostrar como as seis garotas se sentem aos terem seus poderes trocados, o que rende cenas hilárias, mas também de forte mensagem de união para as crianças em formação que podem vir a assistir ao filme. Sem contar, é claro, que descobrimos de forma leve e descontraída como o Capitão James viria a se tornar o malvado Gancho – e quem é o crocodilo que vive de tic-tac. Sem falar que o destaque a Tinker Bell é diluído entre suas companheiras, que após cinco longas, já adquirem vida própria e tornam-se tão interessantes quanto a protagonista.

Tinker Bell: Fadas e Piratas é diversão para a família toda e um dos melhores episódios da série, que, espero, não tenha fim tão cedo. Pois acompanhar Tinker Bell e suas amigas a cada nova aventura é um belo programa educativo e mostra que as animações da Disney não precisam ser tão complexas como o excelente Frozen: Uma Aventura Congelante (2013) para manter a qualidade em alta. Pelo contrário. Aqui, a simplicidade é o que mais torna o longa interessante. E isto não é tarefa fácil para nenhum realizador.

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é crítico de cinema, apresentador do Espaço Público Cinema exibido nas TVAL-RS e TVE e membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista e especialista em Cinema Expandido pela PUCRS.
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