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Sinopse

Viciado em tecnologia, Sam investiga o desaparecimento de seu pai. Ele acaba entrando num mundo virtual onde o sumido parece estar confinado há mais de 25 anos. Juntos, pai e filho precisam escapar dessa prisão.

Crítica

A história de Tron começa no início dos anos 80, quando o primeiro episódio foi lançado. Desde então, quase 30 anos depois, não foram só os efeitos especiais do longa original que envelheceram mal – a própria trama não está mais de acordo com o público de hoje. Assim, Tron: O Legado se apresenta como um espetáculo para os olhos, mas pouco interessante enquanto diversão, pois sua história é repleta de clichês, facilmente previsível e dotado de um elenco que, salvo raras exceções – Jeff Bridges, Michael Sheen – mais parece estar num comercial de desodorante no que num filme de verdade.

Em Tron, o que vimos era a sugestão de uma realidade completamente virtual, imersa em dígitos e conceitos artificiais. Bom, isso é resgatado agora mais uma vez. Sam (Garrett Hedlund) é o filho adulto de Kevin (Bridges, ainda cheio de charme), que há anos está desaparecido. O garoto se recusa a assumir o império da informática que lhe foi herdado e que deveria ser de sua responsabilidade. Assim, segue agindo como um hacker eventual, sem muito efeito, mas ainda assim tentando manter os ideais paternos. Tudo muda quando uma mensagem eletrônica chega até ele, indicando que o pai pode estar vivo. Mas onde?

O rapaz retorna ao ponto de origem, o antigo laboratório em que o pai trabalhava. Lá, por um acidente, acaba sendo levado de encontro a um novo universo, ilusório e fantástico. Kevin é o criador desse mundo, mas de certa forma é também um pária, pois foi superado por sua imaginação. Nessa realidade paralela, Sam terá que descobrir não só como voltar, mas também como salvar a própria família e impedir que tudo seja destruído no processo. Claro que um inevitável romance (com Olivia Wilde) irá aparecer, assim como o mais que necessário vilão (o próprio Bridges, em versão rejuvenescida, num milagre tecnológico). Tudo, obviamente, mera distração diante um visual arrebatador, efeitos fantásticos muito envolventes e um 3D feito especialmente para essa projeção – prefira assistir desse modo, é um espetáculo à parte!

Apesar da boa recepção junto ao público, Tron: O Legado é um filme que só irá se pagar com a ajuda das bilheterias internacionais, pois apesar de ter faturado bem mais do que o longa anterior (mais de US$ 100 milhões de diferença entre um e outro), seu orçamento foi estratosférico – algo entre US$ 170 milhões e US$ 300 milhões! Mas ninguém está aqui para perder dinheiro, e como este é um produto dos Estúdios Disney, pode-se esperar muitos bonecos, jogos e até um eventual parque de diversões inspirado. Afinal, tudo é grana, não é mesmo? E se o que nos resta é a pipoca, aqui temos, sim, umas duas horas de entretenimento inconsequente, mas pedir mais do que isso já é um pouco demais.

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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