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Sinopse

Os agentes do FBI acompanham uma equipe de ilusionistas que fazem assaltos a bancos durante suas performances. Além dos ladrões, os policiais também são sempre recompensados com esses roubos.

Crítica

Há de se cogitar que quando um grande ator participa de um filme duvidoso, ele provavelmente estava ali para pagar algumas contas ou garantir a cesta básica de amanhã. De certa forma, só isso para explicar as presenças de Mark Ruffalo, Michael Caine e Morgan Freeman nesse Truque de Mestre, um filme que por mais que tenha uma premissa promissora, não entrega um material de qualidade para seus atores poderem explorar e transformá-lo em uma produção que possa manter o seu espectador interessado do começo ao fim.

Começando com movimentos de câmera nauseantes, somos apresentados aos nossos quatro pseudo-protagonistas interpretados por Jesse Eisenberg, Isla Fisher, Woody Harrelson e Dave Franco, um grupo de ilusionistas que são surpreendidos com um convite misterioso para um encontro que poderá mudar a vida deles. É quando avançamos um ano na história e assistimos a trupe, agora chamada de os Quatro Cavaleiros, em um show grandioso em Las Vegas. O sucesso chegou a eles e também a oportunidade de realizar um número jamais pensado: roubar um banco de um espectador aleatório da plateia e ainda trazer o dinheiro todo para o palco através de teletransporte. Acontece que a brincadeira fica séria quando o banco escolhido, que fica na França, é realmente roubado. E agora? Mágica ou coincidência? O FBI e a Interpol entram na jogada através dos agentes interpretados por Ruffalo e uma Mélanie Laurent no automático, reduzida a uma personagem-escada que muito lembra a de Noomi Rapace em Sherlock Holmes: Jogo das Sombras (2012).

A equação de Truque de Mestre é básica: Onze Homens e um Segredo (2001) somado a O Grande Truque (2006) e até uma tantinho de Robin Hood (2010). Poderia ser ótimo, inteligente e dinâmico, mas nas mãos do diretor Louis Leterrier e do roteiro escrito à seis mãos, não poderíamos esperar muito além de personagens mal desenvolvidos (a exemplo o de Laurent) e muitos, muitos clichês. Vale notar a atuação de Jesse Eisenberg, que tenta mostrar que sabe fazer algo em cena que se diferencie dos seus trabalhos anteriores. Ele é esforçado, coitado. E em sua performance, comparada as demais, a única mudança é notar que agora ele possui uma barba rala e um corte de cabelo um pouco mais estiloso. Só que não vamos jogar no ator toda a culpa por uma performance desagradável e superficial. Afinal, lhe faltam diálogos interessantes e menos previsíveis.

Se valendo de todo aquele marketing de colocar a teste as crenças em magia e ilusionismo, Truque de Mestre fica só na enganação de um show de magia em que a pirotecnia e efeitos exagerados demostram o despreparo de um roteiro que foi muito mal acabado. Só a hipnose justificaria a participação de ótimos atores em um truque barato desses.

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é graduado em Cinema e Animação pela Universidade Federal de Pelotas (RS) e mestrando em Estudos de Arte pela Universidade do Porto, em Portugal.
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