Crítica
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Sinopse
Uma empresa nunca mais será a mesma após os festejos de Natal. Os dois proprietários são irmãos em disputa pelo controle da firma criada pelo pai deles. Um pede a seu braço direito que organize uma celebração inesquecível.
Crítica
O time de atores conhecidos por seus papéis cômicos reunido em A Última Ressaca do Ano impressiona. Jason Bateman, Jennifer Aniston, T.J. Miller, Kate McKinnon, Rob Corddry, Randall Park, Olivia Munn, Courtney B. Vance e Vanessa Bayer são alguns dos nomes mais reconhecíveis do cast. Infelizmente, a força do elenco não consegue suplantar um roteiro fraco, que parte de uma premissa com potencial para altas risadas, mas entrega apenas um mais do mesmo pouco inspirado. E foram seis pessoas responsáveis pelo texto – três conceberam a história (Jon Lucas, Scott Moore e Timothy Dowling) e mais três o roteiro propriamente dito (Justin Malen, Laura Solon e Dan Mazer) – em mais um atestado de mais é menos, no que tange a arte da escrita para o cinema.
Com direção da dupla Josh Gordon e Will Speck (do apenas correto Coincidências do Amor, 2010), A Última Ressaca do Ano mostra a grande festa de natal da empresa de T.I. Zenoteck. Após passar um ano com resultado apenas aceitável, o chefe da filial de Chicago Clay (Miller) é avisado pela sua irmã Carol (Aniston) – a CEO – que será necessário um grande corte de pessoal para que aquela sucursal possa se manter aberta. Ao lado do amigo e chefe da equipe técnica Josh Parker (Bateman) e da talentosa programadora Tracey (Munn), Clay tenta um plano para fechar um acordo mirabolante para manter os funcionários. O trio se encontra com o cliente em potencial Walter Davis (Vance), que se mostra um tanto reticente com o negócio. Para mostrar que a Zenoteck é uma empresa onde os funcionários vêm primeiro, Clay decide fazer uma festa de natal imperdível, convidando Walter para que ele veja de perto o coração da empresa. Isso não seria um problema caso Carol não tivesse proibido festas e qualquer bônus natalino, devido à realidade financeira complicada. A situação, logicamente, fugirá completamente do controle.
É muito possível que A Última Ressaca do Ano tenha sido escrito com o grupo de roteiristas em volta de uma mesa, todos com alguma bebida alcóolica nas mãos – e que, talvez, o filme seja melhor apreciado com o espectador também de porte de algum destilado. De outra forma, as risadas serão esparsas, se não inexistentes. Os personagens são clichês repetidos de diversos outros filmes. Jason Bateman vive o mesmo tipo de sempre – que ele fez tão bem na série Arrested Development – mas sem o mesmo texto hilário. Jennifer Aniston vive uma mulher durona e implacável, como se uma mulher poderosa tivesse sempre de ser a megera. E T.J. Miller vive o clássico homem infantilizado, a criança que nunca cresceu. E esses são apenas os protagonistas. Temos o funcionário porra-louca (Corddry), a mulher retrógrada dos Recursos Humanos (McKinnon), o nerd desajeitado (Karan Soni). Nada que já não tenhamos visto antes.
O texto é fraco, os personagens são clichês, mas é possível notar esforço em divertir a plateia. O elenco tenta, os diretores concebem algumas gags que, se não funcionam a pleno, podem arrancar algum risinho do espectador e existe certo coração no projeto. Em uma época tão materialista e egocêntrica quanto a que vivemos, é salutar assistir a um filme em que o protagonista faz de tudo para manter os empregos dos seus funcionários. Mesmo que ele tenha motivos pessoais – uma certa autoafirmação frente à irmã – ele verdadeiramente se preocupa com os seus trabalhadores e faz o possível e impossível para não deixá-los na mão. Uma pena que essa mensagem, tão natalina, tenha ficado soterrada por piadas sem graça.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
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Rodrigo de Oliveira | 4 |
Ailton Monteiro | 6 |
Alysson Oliveira | 4 |
MÉDIA | 4.7 |
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