Crítica
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Sinopse
Louise faz parte de uma grande família burguesa italiana. Ela está passando por um período de transformações: enquanto seu irmão está doente, e os conflitos com a mãe aumentam, eles são forçados a vender o castelo que possuem. Em meio a essas confusões, encontra Nathan, jovem que se declara apaixonado por ela.
Crítica
Sobre o que trata Um Castelo na Itália? O terceiro trabalho da atriz Valeria Bruni Tedeschi atrás das câmeras é mais uma colcha de retalhos sentimental do que obra de ficção independente. E o que isso significa? Que uma vez familiarizado – com o perdão da escolha da palavra – com a vida pessoal da artista, a compreensão desta história se dá em um outro nível, mais abrangente e, por que não, profundo. No entanto, para a maioria dos espectadores, o que temos aqui é apenas uma comédia dramática de costumes, sobre ricos ficando um pouco menos ricos, pessoas que tem tudo ao seu dispor mas não conseguem simplesmente ser felizes, e os pequenos percalços que, aos poucos, vão surgindo em seus caminhos.
Irmã mais velha da cantora – e ex-primeira dama francesa – Carla Bruni, Valeria parece ter deixado apenas esse notável fato de fora da personalidade de Louise, a protagonista de Um Castelo na Itália (interpretada, não por acaso, pela própria diretora). Membro de uma abastada família italiana – que precisou se refugiar na França por perseguição política, Valeria divide com Louise a dupla cidadania. A trama começa, portanto, quando essa questão vem à tona: há anos morando em Paris, é chamada para lidar com uma propriedade familiar localizada no interior do país vizinho. Trata-se, afinal, de um pequeno – ou não tão pequeno assim – castelo, que uma vez sem condições de continuar gastando fortunas para mantê-lo, precisam decidir o que fazer: vendê-lo ou alugá-lo para a prefeitura, que deseja vê-lo como um museu municipal. Desfazer-se simplesmente do passado ou acompanhá-lo em sua transformação, fazendo parte desta?
Louise é uma celebridade, uma atriz que desistiu há anos da profissão, mas que conserva a fama. Durante essa viagem, conhece um jovem ator, Nathan (Louis Garrel), por quem se apaixona, dando início a uma conturbada relação. Uma vez em solo italiano, reencontra a mãe (Marisa Borini) e o irmão (Filippo Timi). A matriarca não sabe o que fazer, dividida entre a lógica imediata e os anseios dos filhos, que se agarram ao que aquele lugar já foi – e, principalmente, significou – com todas as forças. Já o rapaz está doente, vítima da AIDS, e apesar da noiva apaixonada sempre ao lado, sabe que seus dias estão contados. Louise, portanto, está entre dois polos, precisando decidir qual seu caminho, se permanece como uma Rapunzel presa no castelo ou se parte em busca de suas próprias conquistas.
A percepção adquire outro valor, no entanto, quando descobrimos que a atriz cujo nome artístico é Marisa Borini, no entanto, se chama Marisa Bruni Tedeschi – e que é mãe da realizadora também na vida real. O mesmo se dá com Garrel, mais uma vez usando do seu charme habitual num personagem que não lhe representa o menor desafio, mas desfilando novamente – como fez em Atrizes (2007) – ao lado da então namorada: Valeria Bruni Tedeschi! Por fim, a informação final diz respeito ao irmão da cineasta, Virginio Bruni Tedeschi, falecido em 2006 por complicações relacionadas ao vírus HIV. Um Castelo na Itália, portanto, é quase como uma lavagem na alma da artista, que faz uso do seu ofício – a arte em si – para superar seus fantasmas e, assim, seguir em frente. Pode parecer pouco, mas com certeza para esse universo particular e específico deve ter feito toda a diferença do mundo. O que não quer dizer, também, que para cada um da plateia o resultado será o mesmo.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 6 |
Roberto Cunha | 2 |
Cecilia Barroso | 6 |
MÉDIA | 4.7 |
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