Crítica
Leitores
Sinopse
Dois irmãos procurados pela polícia sequestram um ex-pastor e seu casal de filhos. O intuito é utiliza-los como escudo para poder atravessar a fronteira com o México. Porém, ao chegarem ao país vizinho, eles encontram uma ameaça inimaginável dentro de um bar frequentado por caminhoneiros e motoqueiros.
Crítica
Robert Rodriguez e Quentin Tarantino compartilham do mesmo DNA cinematográfico. É claro que o diretor de Cães de Aluguel (1992) possuiu um pouco mais de refinamento em suas obras, mas numa maior amplitude e acerca de suas temáticas (em especial o resgate do gênero pulp) ambos são bem similares. Tanto que não deveria ser surpresa a parceria dos diretores em Grindhouse (2007) e Sin City: A Cidade do Pecado (2005). Essa história de amizade e co-realização no trabalho já vinha de outros tempos, como em Um Drink Para o Inferno, dirigido por Rodriguez e roteirizado, produzido e também co-estrelado por Tarantino.
Na história, os criminosos e irmãos Seth (George Clooney) e Richard Gecko (Tarantino), estão em fuga depois de assaltar um banco e, como efeito colateral, assassinam alguns policiais e civis. O objetivo da dupla é atravessar a fronteira dos Estados Unidos com o México e dividir a dinheiro com um mandante que encontrarão em um bar chamado Titty Twister. Nos altos e baixos de toda essa trajetória, cruzam o caminho do ex-pastor Jacob Fuller (Harvey Keitel), acompanhado de seus filhos (a filha interpretada por uma novinha Juliette Lewis), que está com sua fé abalada após a súbita morte acidental de sua esposa. A família Fuller coincidentemente também se dirige para atravessar a fronteira em uma viagem de trailer. Durante esse percurso, Um Drink no Inferno é um filme muito tarantinesco. São os diálogos, os personagens, a edição, as ações e até o figurino da dupla remetem aos filmes de Quentin Tarantino.
Mas tudo muda após atravessar a fronteira do México. É ali que a produção vira um filme de Robert Rodriguez. Chegando ao bar Titty Twister, que nada mais é que um clube noturno com dançarinas e garotas de programa à disposição de caminhoneiros e motoqueiros, um universo sobrenatural surge na narrativa do longa-metragem. De certa forma, quem tiver pouco conhecimento prévio do filme pode se surpreender ainda mais positivamente. O personagem de Tarantino, acidentado após um embate na cena inicial em que leva um tiro na palma da mão, deixando um furo, acaba sangrando na mesa do bar enquanto recebe uma belíssima dança de Salma Hayek, a maior e mais disputada das dançarinas do local. Subitamente, isso faz com que ela se transforme em vampira. É aí que inicia um verdadeiro show de carnificina com cabeças rolando, membros voando e muito, muito sangue. Os caminhoneiros, os motoqueiros, a família Fuller, os irmãos Gecko, todos entram em um embate com os vampiros que lacram o local para fazer a “refeição”.
Um bom entretenimento, Um Drink no Inferno busca no sobrenatural o que vem a ser um embate entre americanos e mexicanos, tudo em meio à essência de dois diretores bem sucedidos da atualidade. Essa mistura vem na medida certa com Rodriguez apresentando um lado fantasioso e Tarantino toda a rispidez e inteligência de seus diálogos, além de uma lista de momentos icônicos que poucos conseguem criar no cinema.
Últimos artigos deRenato Cabral (Ver Tudo)
- Porto: Uma História de Amor - 20 de janeiro de 2019
- Antes o Tempo Não Acabava - 25 de novembro de 2017
- Docinho da América - 3 de janeiro de 2017
Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Renato Cabral | 6 |
Ailton Monteiro | 6 |
Bianca Zasso | 6 |
Chico Fireman | 6 |
Lucas Salgado | 7 |
MÉDIA | 6.2 |
Deixe um comentário