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Crítica


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Sinopse

Mesmo sendo um expert em artes plásticas, Harry Deane não é reconhecido pelo chefe. Decidido a mudar a situação, planeja um golpe: vender um quadro falso a um colecionador. Para isso, pede a ajuda de uma cowgirl do Texas, por quem acaba se apaixonando no processo.

Crítica

A carreira dos irmãos Ethan e Joel Coen está repleta de ironia, sarcasmo e bom humor, mesmo em dramas mais densos como o premiado Onde os Fracos Não Têm Vez (2007), O Homem que Não Estava Lá (2001) e Fargo: Uma Comédia de Erros (1996). Ao mesmo tempo, comédias mais escrachadas também fazem parte do currículo da dupla, que vão de E aí, Meu Irmão, Cadê Você? (2000), O Amor Custa Caro (2003) e Queime Depois de Ler (2008). É desta última leva que faz parte Um Golpe Perfeito, mesmo que o filme tenha sido apenas roteirizado, e não dirigido pelos irmãos.

O longa é o remake de Como Possuir Lissu (1966), com Shirley MacLaine e Michael Caine, produção dirigida por Ronald Neame. Na ambientação atualizada da trama, que se passa em Londres, Harry Deane (Colin Firth), um curador de obras de arte, quer aplicar um golpe no seu chefe, Lionel Shahbandar (Alan Rickman), um turrão multimilionário colecionador, que está interessado em uma rara obra de Monet. Assim, Harry vai até o Texas, nos EUA, em busca de PJ Puznowski (Cameron Diaz), uma conhecida competidora de rodeios, e finge que ela tem a obra na sua casa desde que nasceu. Uma suposta herança do pai, que teria, durante a guerra, se apoderado do valioso item.

A direção desta vez ficou a cargo de Michael Hoffman, realizador mais conhecido por A Última Estação (2009) e Um Dia Especial (1996), este último com George Clooney e Michelle Pfeiffer. Com um roteiro bem amarrado e divertido em mãos, não resta muito ao cineasta o que inovar, tanto que a condução da trama realmente parece algo mais light, assim digamos, dos irmãos Joel e Ethan Coen. Não há surpresas, mas as risadas são garantidas e a história é redondinha. Um Golpe Perfeito está longe da genialidade de outros longas dos irmãos já citados por aqui, porém entretém na medida certa. Uma diversão descompromissada, algo que os roteiristas não faziam há muito tempo. Colin Firth, Cameron Diaz e Alan Rickman dão um show de atuação - especialmente ela, com um sotaque texano carregado e um jeitinho de caipira que cativa qualquer espectador.

Há diversas situações inusitadas da história que garantem gargalhadas e sorrisos, que vão de um segurança felino, um homem que adora andar nu e até uma calça que vai parar numa árvore. A cena em que Firth perambula de cuecas por diversos quartos de hotel é uma das mais hilárias deste ano. Um humor inglês, refinado, mas que repousa sobre a doce ironia. E de risadas os Irmãos Coen entendem. Ainda bem.

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é crítico de cinema, apresentador do Espaço Público Cinema exibido nas TVAL-RS e TVE e membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista e especialista em Cinema Expandido pela PUCRS.
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