Crítica
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Sinopse
Chico está cansado do seu relacionamento e das reclamações da esposa, Nena. Após 15 anos vivendo juntos, ele não tem coragem de pedir divórcio. Decide, então, seguir o conselho dos amigos e contrata um amante para sua esposa, o sedutor Corvo, para que ela se envolva e acabe com o casamento.
Crítica
O cinema realizado na Argentina é muito bem quisto pelos espectadores no Brasil. E as comédias nacionais, maioria produzida pela Globo Filmes, também têm conseguido resultados ótimos, enchendo as salas de cinema. Então, porque não misturar as duas coisas? Um Namorado para Minha Mulher é comédia brasileira com pegada de filme argentino. Também pudera. O longa-metragem dirigido por Julia Rezende é uma refilmagem do divertido Um Namorado para Minha Esposa (2008), sucesso de bilheteria em seu país natal. Aqui, Ingrid Guimarães, Caco Ciocler e Domingos Montagner assumem os papéis que foram de Valeria Bertuccelli, Adrián Suar e Gabriel Goity no original. E, cada um à sua maneira, dão o seu melhor para divertir o público – ainda que seus personagens os traiam nesta tarefa.
Na trama, Chico (Ciocler) é um medroso e acomodado dono de uma loja de antiguidades, casado com Nena (Guimarães), uma mulher ácida e bastante amarga. Ela não era assim no começo do relacionamento, mas sem trabalho e sem a atenção devida de sua cara-metade, Nena se transformou em alguém difícil de conviver. Temendo terminar o relacionamento, Chico descobre uma figura misteriosa chamada O Corvo (Montagner), especialista em conquistar mulheres alheias, fazendo com que parta delas o final do relacionamento com seus cônjuges infelizes. Depois de contratado para o trabalho, a primeira tarefa que o Corvo passa para seu contratante é fazer com que sua esposa volte ao trabalho. E isso acaba desenrolando uma grande transformação na vida dela.
Ingrid Guimarães é uma atriz com bom timing cômico, tendo mostrado isso inúmeras vezes no cinema e na TV. É verdade que ela tem se repetido em papéis com o passar do tempo, algo que, felizmente, não acontece aqui. Nena é ácida, irônica, desbocada e terrivelmente franca, um ótimo material de base para fazer rir. A atriz entende isso e consegue conquistar o espectador com seu jeito estourado de ser. Montagner, por sua vez, se diverte como um cigano/hippie/circense misterioso, que termina por se apaixonar pela mulher do cliente. O elenco de apoio tem nomes conhecidos, como Miá Mello, Marcos Veras e Paulo Vilhena, que acabam dando um colorido ao filme, embora não tenham participações tão marcantes.
O caso de Chico é mais complicado. Ciocler se esforça em construir alguém vulnerável, que se não conquistaria o espectador pela simpatia, talvez pela pena o pudesse fazer. O que acontece é que seu comportamento durante boa parte do filme é tão irritante que fica difícil ficar do lado dele. O que ele faz com sua mulher é muito pior do que qualquer atitude que Nena poderia ter tido durante os piores anos de sua união. Portanto, torcer para que os dois fiquem juntos no final fica bastante difícil, algo que qualquer comédia romântica precisa para que engaje o público. Dito isso, Um Namorado para Minha Mulher acaba ficando capenga.
Com boa trilha sonora, com sucessos de Rita Lee, Hyldon e até a versão roqueira de “What a Wonderful World” do saudoso Joey Ramone, Um Namorado para Minha Mulher diverte, mas não deve fazer ninguém morrer de rir. Quem espera uma comédia escrachada ou histérica como tantas que vemos por aí pode ter uma grande decepção. Já quem procura um programa mais light, talvez curta passar um tempo com a sincera Nena de Ingrid Guimarães - tão honesta que faz piada até com as comédias nacionais, em boa cena durante os créditos finais.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Rodrigo de Oliveira | 6 |
Robledo Milani | 6 |
Edu Fernandes | 5 |
MÉDIA | 5.7 |
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