float(20) float(5) float(4)

Crítica


5

Leitores


5 votos 8

Onde Assistir

Sinopse

Prestes a se formarem no ensino médio, Mandy e Ben têm uma série de convites para festas. Mas Mandy está focada no seu objetivo de cursar uma das mais prestigiadas universidades dos EUA, disposta a tudo para alcançar isso.

Crítica

A vida passa muito depressa. Se não paramos para curti-la de vez em quando, passa e você nem vê”. Sim, você ouviu isso no lançamento, ou em sempre bem-vindas exibições televisivas, de Curtindo a Vida Adoidado (1986). Aqui, temos uma versão antônima de Ferris Bueller (Matthew Broderic) na figura de uma menina que não tem tempo de se divertir. Apesar das diferenças entre os dois personagens, Um Pacto de Amizade promove os mesmos resultados, mas sem o mesmo ritmo sedutor.


Na trama, somos apresentados aos amigos Mandy (Peyton Elizabeth Lee) e Ben (Milo Manheim). Ela, uma estudiosa inveterada que está sofrendo por não saber se conseguirá cursar a Universidade de Harvard, embora possua todos os requisitos para tal. Ele, um nerd ingênuo que está aflito por não ter um par para o baile de formatura e parece ter vindo ao mundo para ser o braço direito da garota. Ambos são excluídos no ambiente escolar e estão longe de serem populares como o bonitão Graham (Blake Draper), que logo no início do enredo mostra sua poderosa influência. Esse atraente jogador de basquete vira alvo da menina quando ela descobre que ele é filho do Senador Lansing (Christopher Shyer), que tem um passado glorioso em Harvard e pode lhe conceder uma das famosas “cartas de recomendação”. O plano de Mandy é dar aulas particulares a Graham, que não está indo bem em uma das disciplinas, e se aproximar do patriarca.

Daí em diante, diversos dilemas começam a ser colocados em prática. Ao mesmo tempo em que a diretora da empreitada parece querer dar continuidade a projetos empoderadores como Black-ish (2014-2022) e Glow (2017-2019), não segue um ritmo. Mandy é uma intelectual, não se importa com a comentada festa de final de ano e se inspira em ícones como Malala Yousafzai e Michelle Obama. Aliás, nesse plano oportunista apresentado, ela justifica seus atos a Ben alegando que “muitos homens já se aproveitaram das mulheres ao longo da história, posso fazer o mesmo”. Tudo bem, mas não o faz. Em pouquíssimo tempo, se apaixona pelo rapaz que há pouco possuía repulsa e considerava um “neandertal”. Na sequência, manipula sua maior amizade com uma facilidade assustadora. Problemáticas que não só enfraquecem a personagem, como também evidenciam uma falta de controle criativo da realizadora.

Tais escolhas bagunçam a mais nova aposta dos filmes de High School. É louvável a tentativa dos responsáveis em emplacar uma garota firme e preparada cientificamente, apresentar pluralismo de credos e cores, e subverter o tradicional final amoroso entre os eternos amigos. Contudo, diversas peças se desencaixam ao longo dos atos, tornando a obra um rumo tortuoso. Se não fosse o gags (humor transmitido, na maioria das vezes, sem uso de palavras) exitosas dos protagonistas, tudo seria ainda mais difícil.


Peyton Elizabeth Lee possui trejeitos cativantes, mas nada além disso - embora ainda seja mais amável do que Elle (Joey King), da franquia A Barraca do Beijo. Já Ben Plunkett se destaca em alguns momentos e suscita uma pesquisa rápida para descobrirmos se não possui parentesco com David Schwimmer, tamanha a semelhança de seu personagem com Ross, de Friends (1994-2004). O mesmo não pode ser dito de Blake Draper, que possui uma desenvoltura aborrecedora. Há ainda uma piada com os populares convites de formatura dos meninos para com as garotas. Como o festejo terá o tema Anos 1980, as convocações são feitas com agradáveis performances inspiradas em longas da época. Divertido, mas que perde força na insistência.

Um Pacto de Amizade é mais um objeto de estudo das produções cinematográficas estreladas pela Geração Z. Mais cômico e aliciador do que O Date Perfeito (2019) e a saga Para Todos os Garotos, mas menos interessante que Com Amor, Simon (2018) e Fora de Série (2019). No frigir dos ovos, um entretenimento que tinha potencial para mais.

As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.
avatar
Fanático por cinema e futebol, é formado em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Feevale. Atua como editor e crítico do Papo de Cinema. Já colaborou com rádios, TVs e revistas como colunista/comentarista de assuntos relacionados à sétima arte e integrou diversos júris em festivais de cinema. Também é membro da ACCIRS: Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul e idealizador do Podcast Papo de Cinema. CONTATO: [email protected]
avatar

Últimos artigos deVictor Hugo Furtado (Ver Tudo)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *