Crítica
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Sinopse
Michael vai visitar sua família e acaba descobrindo que sua mãe morreu num trágico acidente. Na companhia do pai e da irmã ele vai tentar se conformar com a perda, não sem antes se lembrar de vários episódios do passado.
Crítica
É curioso ver o esforço da distribuidora nacional em divulgar a imagem de Julia Roberts como se ela fosse a protagonista de Um Segredo Entre Nós. Tudo bem, a personagem dela é uma das bases da trama, mas sua participação em cena é bastante limitada. Esta é, sim a história do filho dela, numa interpretação bastante discutida de Ryan Reynolds, outro ator que anda tentando se reinventar recentemente. Depois de construir um nome como comediante, em bobagens do tipo O Dono da Festa (2002), A Hora do Rango (2005) e Apenas Amigos (2005), ele vem desde então investindo em projetos mais diversificados, como o policial A Última Cartada (2006), a comédia romântica Três Vezes Amor (2008) e esta produção independente que chega agora aos cinemas brasileiros, antes mesmo de estrear nos Estados Unidos – isso se chegar a ganhar um lançamento por lá e não for parar direto em DVD, já que as críticas foram bastante duras. E grande parte delas se devem diretamente à atuação de Reynolds, que não chega a convencer num papel dramático. Será um indicativo para voltar ao riso frouxo e despreocupado?
Dirigido por Dennis Lee e baseado num poema de Robert Frost, Um Segredo Entre Nós é um drama familiar que chama atenção principalmente pelo grande elenco, que além de Roberts e Reynolds conta também com as participações de Willem Dafoe, Emily Watson, Carrie-Anne Moss, Hayden Panettiere e Ioan Gruffudd. E o mais impressionante, entretanto, é que no meio de todos estes nomes de destaque quem mais chame atenção é o pequeno Cayden Boyd (o Anjo, quando criança, de X-Men 3: O Confronto Final), que interpreta o mesmo personagem de Ryan Reynolds, porém durante a infância. Ele é o filho atormentado do casal Dafoe e Roberts, que sofre pelas duras e constantes críticas do pai. Ao crescer se torna escritor de sucesso, e seu mais recente trabalho é justamente um desabafo, em que expõe seus sentimentos e toda a angústia que sente em relação ao pai. Uma verdadeira bomba que irá lançar sobre a família, e justamente por ter consciência disso é que está indeciso sobre se deve ou não editar este livro.
Um bom motivo para pensar a respeito e tomar uma decisão a respeito será um reencontro familiar motivado pela formatura tardia da mãe. Porém um acidente no caminho para a cerimônia altera todos os planos, e os ressentimentos e tristezas de todas estas vidas envolvidas – há ainda a irmã caçula, a tia que foi criada com eles, o colega de trabalho – ficam ainda mais à mostra, como feridas expostas que nunca chegaram a cicatrizar totalmente. E dá-lhe clichê! Afinal, tudo o que se pode esperar de uma situação como essa realmente acontece, sem grandes surpresas ou novidades.
Olhando atentamente aos créditos de Um Segredo Entre Nós percebe-se de imediato o que levou uma das mais populares atrizes do mundo a se envolver em um projeto tão menor assim: quem assina a direção de fotografia é Danny Moder, que vem a ser justamente o Sr. Julia Roberts. Dando uma força ao marido, ela realmente ilumina o filme, mas não com força suficiente para que ele se justifique. Watson e Carrie-Anne são outras presenças marcantes, mas o exagero na composição de Dafoe e o registro fora de tom de Reynolds colocam todo esforço alheio a perder. No final, o que temos é um típico telefilme B, porém com um elenco estelar. E bons atores até podem fazer alguma diferença, mas diante um texto fraco e um enredo nada original, poucas opções lhes sobram. Talvez valha pela curiosidade de ver este grupo reunido, e só.
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