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Sinopse

Suzanne Stone aspira ser âncora de um telejornal e sonha em ser famosa. O que lhe falta em inteligência, ela compensa sendo calculista, fria e má. Implacavelmente focada, ela persegue seus desejos disposta a destruir qualquer obstáculo que fique em seu caminho, usando os meios que forem necessários e indo até as últimas consequências.

Crítica

Depois de ser ovacionado por Garotos de Programa (1991) e ridicularizado pelo fraco Até as Vaqueiras Ficam Tristes (1993), Gus Van Sant parecia um tanto perdido. Ele seria colocado à prova independentemente do próximo passo. Então, Um Sonho Sem Limites surgiu como uma ponta de esperança. O filme narra a história de Suzanne Maretto (Nicole Kidman), mulher decidida a virar âncora da televisão americana, como uma Diane Sawyer, nem que para isso seja necessário mandar matar o próprio marido.

Não há como dizer que Van Sant estaria inseguro na realização deste filme baseado no livro de Joyce Maynard, com roteiro adaptado por Buck Henry, o mesmo do ótimo A Primeira Noite de um Homem (1967). A escalação de Nicole Kidman como protagonista foi um tanto inesperada, mas o diretor via nela algo bem além da Sra. Tom Cruise, como a atriz era identificada naquela época. Se Van Sant precisava provar sua competência, Kidman necessitava mostrar que não vivia à sombra.

Um Sonho Sem Limites brinca com um tom documental, afinal a protagonista se filma numa espécie de monólogo, contando sua história enquanto episódios marcantes de suas vivências são apresentados. A obsessão e a ambição de Maretto a retratam como uma personagem sem limites, isso desde quando nutria o sonho de ser a garota do tempo em sua pequena cidade. Casada com Larry Maretto (Matt Dillon), Suzanne usa truques e manipulações para atingir seus objetivos. Suspeitando sempre do pior, Janice (Illeana Douglas), a irmã de Larry, é espectadora principal da chocante trama que envolve os três jovens interpretados por Joaquin PhoenixCasey Affleck e Alison Folland.

Colocando Van Sant e Kidman à prova, Um Sonho Sem Limites se tornou um dos trabalhos mais respeitados da filmografia de ambos, angariando indicações e prêmios, incluindo um Globo de Ouro para Kidman. Independentemente das dúvidas, a dupla construiu um filme e uma personagem inesquecíveis, que continuam atuais e relevantes. O roteiro de Buck Henry possui frases memoráveis, sendo uma especial quando Suzanne diz: “Você não é alguém, se você não está na televisão.”. Digna de um programa sensacionalista, Suzanne Maretto faria loucuras se vivesse na era das redes sociais.

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é graduado em Cinema e Animação pela Universidade Federal de Pelotas (RS) e mestrando em Estudos de Arte pela Universidade do Porto, em Portugal.
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