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Sinopse

Larry Daley deixou o posto de guarda noturno há dois anos. De vez em quando, volta ao Museu de História Natural, onde trabalhava, para rever os amigos que, à noite, ganham vida. Só que o lugar está prestes a passar por uma reforma, e vários destes personagens históricos serão enviados ao Instituto Smithsonian, em Washington. Quando recebe um telefonema desesperado, decide ir atrás deles para enfrentar o faraó Kahmunrah, que ao despertar se tornou uma ameaça para todo o planeta.

Crítica

Se Uma Noite no Museu (2006), o primeiro filme da saga, já foi meio difícil de engolir, este Uma Noite no Museu 2 é ainda mais complicado. Isso pelo simples e óbvio fato de que não há argumento algum amarrando este que é, desde já, um dos roteiros mais furados, implausíveis e absurdos do ano. Na há história, e sim apenas um conceito, uma ideia que já havia demonstrado poucas forças antes, e que agora se desgasta além do possível.

Se antes Ben Stiller era um vigia noturno que, ao começar trabalhar no Museu de História Natural de Nova York, descobre que uma relíquia mágica fazia com que tudo ganhasse vida no local ao anoitecer, agora nos deparamos com ele como um empresário de sucesso que ganha a vida com invenções ridículas, como uma lanterna que brilha no escuro. Porém a saudade não tarda a bater, e ao visitar o antigo trabalho ele descobre que novas tecnologias e a informatização farão com que todos os bonecos, estátuas e outros artefatos sejam removidos dali e enviados para o Instituto Smithsonian, em Washington. Mas ao contrário do previsto, a tal placa milagrosa acaba indo junto, e ao chegar lá ‘acorda’ as atrações de um dos maiores complexos museológicos do mundo. E se antes o protagonista teve que lidar com o esqueleto de um dinossauro e com figuras como Pocahontas e o Presidente Roosevelt, desta vez terá pela frente seres mais assustadores, como Napoleão Bonaparte, Al Capone, Ivan O Terrível e o conquistador egípcio Kahmunrah, enquanto que ao seu lado estarão Amelia Earhart, o General Custer e até Abraham Lincoln, entre outros.

Na verdade, Uma Noite no Museu 2 é só uma grande desculpa para colocar figuras históricas conhecidas em correrias desnecessárias, como se fosse um parque de diversões gigante. É exatamente igual ao primeiro filme, porém potencializado. O diretor Shawn Levy (o mesmo do longa anterior) não demonstra em momento algum interesse em explorar situações mais elaboradas nem premissas meramente elaboradas. Claro, não estamos falando de um produto que exija demais do público ou que pretenda mudar vidas, mas um pouco de respeito à inteligência alheia viria a calhar.

Stiller, após o impressionante sucesso no ano passado de Trovão Tropical (2008), se rende ao mainstream à frente de uma franquia que só existe graças ao seu carisma e aos bons efeitos especiais. Marcando presença no elenco, nomes como Robin Williams, Owen Wilson, Alain Chabat, Christopher Guest, Steve Coogan e Ricky Gervais pouco podem oferecer, em participações quase irrelevantes. Neste contexto, os poucos que se salvam são o sempre ótimo Hank Azaria e a cada vez mais talentosa Amy Adams, mostrando que é possível se divertir mesmo com um material tão fraco.

Uma Noite no Museu 2 é uma tremenda bobagem e um grande desperdício de esforços. É algo que fará dinheiro rápido, movido principalmente pela curiosidade provocada pelo bom impacto provocado pelo primeiro episódio, mas que dificilmente se sustentará no boca-a-boca e, por isso mesmo, não deverá se manter muito tempo em cartaz. Felizmente. Afinal, quando é deixada de lado qualquer vontade em se criar algo que faça diferença, se contentando com mais do mesmo, tudo o que nós, enquanto espectadores, devemos oferecer é o nosso desdém.

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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Robledo Milani
4
Edu Fernandes
6
MÉDIA
5

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