Crítica
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Crítica
O diretor Nick Cassavetes (filho dos atores John Cassavetes e Gena Rowlands) deve ter uma predileção especial por fazer o público dos seus filmes se acabarem de tanto chorar. Afinal, foi assim com Um Ato de Coragem (2002), em Diário de uma Paixão (2004) e no novo Uma Prova de Amor, que, por sinal, é o único destes três a ser baseado num roteiro do próprio cineasta. É praticamente impossível que qualquer espectador saia da sala de cinema sem estar com a cara inchada de tantas lágrimas após assistir a qualquer um destes trabalhos. E se no primeiro Denzel Washington transitava pelo exagero ao invadir um hospital para lutar pela vida do filho, enquanto que no segundo Ryan Gosling vivia uma emocionante história de amor ao lado de Rachel McAdams, quem sofre agora é a família capitaneada por uma valente Cameron Diaz, unida contra o câncer que consome as forças da filha mais velha. Assim como nas ocasiões anteriores, mais um tema forte e comovente é levado às telas com muita sensibilidade, mas também com um inevitável toque de dor e sofrimento.
Diaz tem aqui um dos seus papéis mais maduros, deixando de lado aquele visual de garota despreocupada e irresistível. Ela aparece como uma mãe determinada a manter sua filha viva. Ao seu lado está o marido boa paz (Jason Patric), sempre um porto seguro, porém sem muito poder de decisão. A primogênita (Sofia Vassilieva, do seriado Medium, 2005-2011) está doente desde muito pequena, e foi por causa dela que a família decidiu ter outra filha (Abigail Breslin). A intenção principal é de que esta sirva como doadora da medula para salvar a irmã mais velha. Mas o dilema começa quando ela não só se recusa a fazer a doação, como também acaba contratando um advogado (papel do cada vez melhor Alec Baldwin, que conseguiu se reinventar nos últimos anos) especialista em causas polêmicas para defendê-la num processo de emancipação contra os pais.
Cassavetes lida com muitos temas explosivos em Uma Prova de Amor, e seria muito fácil exagerar na dose em qualquer um deles. E nisso ele se sai muito bem, mantendo o equilíbrio entre assuntos delicados, mas não menos corajosos. Por outro lado, no entanto, em nenhum deles ele se aprofunda com verdadeiro interesse, mantendo uma visão um tanto que superficial sobre todos os conflitos apresentados. A impressão é de que ele realmente queria trazer estas questões à luz de uma discussão mais elaborada, mas que se acanhou diante tamanha responsabilidade. Por fim, temos um filme que envolve e emociona, mas que poderia ser ainda mais eficiente em debater temas como proteção paterna, livre arbítrio, independência família, compaixão, vida e morte.
Uma Prova de Amor teve um desempenho bem razoável nas bilheterias de todo o mundo, tendo faturado mais do que o dobro do seu orçamento original, que foi de aproximadamente US$ 30 milhões. Um valor, percebe-se, relativamente baixo para os padrões hollywoodianos, ainda mais levando em conta nomes de peso que apresenta, como Diaz, Breslin e Baldwin. Sinal de que estas participações foram definidas mais por uma vontade genuína de se envolver em algo sério e comprometido do que por uma estratégia mercadológica ou de marketing. Mas com a recepção dividida da crítica, tais intenções não deverão alcançar maiores repercussões. E o que fica é um filme bonito, porém aquém do seu potencial.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 6 |
Thomas Boeira | 6 |
Francisco Carbone | 6 |
Edu Fernandes | 7 |
MÉDIA | 6.3 |
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