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Sinopse

Mike Wazowski e James P. Sullivan são uma dupla inseparável, mas nem sempre foi assim. Desde o momento em que esses dois monstros incompatíveis se conheceram, eles não se suportam. Monsters University, título original, revela o segredo de como Mike e Sulley superaram suas diferenças e se tornaram melhores amigos.

Crítica

Quando anunciaram a produção de Universidade Monstros, a primeira coisa que pensamos foi “uhu, Mike Wazoswki e James Sullivan estão de volta!”. Como toda alta expectativa, a decepção surgiu agora que o novo filme estrelado pelos astros de Monstros S.A. (2001) entra em cartaz. Não que o prequel seja um filme ruim, mas está muito aquém do original e também da criatividade da equipe da Pixar. Uma crise que vem sendo confirmada nos últimos anos com o fraquíssimo Carros 2 (2011) e o bonito, mas simplório Valente (2012).

Apesar da dupla principal estar unida em boa parte do filme, não se engane: o verdadeiro astro desta produção é Wazowski (com Billy Crystal de volta na dublagem original). Desde criança excluído pelos colegas por ser pequeno e não passar medo, o monstro de um olho só tem como objetivo de vida ser um assustador. Quando ele cresce, consegue entrar na tal Universidade Monstros do título, mas sua inteligência é eclipsada pela falta de atributos e por ter como colega Sullivan (John Goodman), filho de um dos mais famosos pregadores de sustos da história.

A partir do momento em que as duas personalidades se chocam é que o roteiro começa a desandar e cai num emaranhado de clichês que lembra muito comédias adolescentes como A Vingança dos Nerds (1984) e outros exemplares do gênero. Tudo porque os dois monstros se juntam a um grupo excluído da universidade e precisam mostrar seu valor perante os outros colegas e à diretora Hardscrabble (Helen Mirren), que nunca foi surpreendida na vida.

Talvez o problema esteja na direção do novato Dan Scanlon, que antes só havia comandado o curta-metragem Mate e a Luz Fantasma (2006) e o documentário Tracy (2009). Ele também é um dos três autores do frágil roteiro, permeado por soluções fáceis e óbvias. Todo o encanto e frescor que o primeiro filme trouxe acaba se baseando apenas na presença dos seus dois astros. E, provavelmente por isso, o filme não cai no desastre, pois tanto Sullivan quanto Mike são carismáticos o suficiente para carregar a produção nas costas.

Um dos grandes problemas de Universidade Monstros é a falta de interação com as crianças no próprio roteiro. Há vários monstros divertidos, mas não tem nenhuma Boo, como em Monstros S.A.. E uma das grandes qualidades do longa de 2001 era justamente a brincadeira que se fazia com os seres escondidos no armário e a relação destes com os pequenos. Os únicos momentos em que vemos meninos e meninas são aqueles em que são feitos testes de portas para os quartos onde os monstros entram durante a noite. Passagens divertidas, mas que não passam muito além disso.

Apesar de não aparecer tanto na produção, o vilão de Monstros S.A., Randy (Steve Buscemi) aparece aqui como o inseguro colega de quarto de Wazowski. Sua trajetória cria os passos que o levaram às maldades do primeiro filme e este é um dos grandes acertos de Universidade Monstros. Ok, fica aquele clima Disney de como superar as diferenças, aceitar como você é e nunca deixar de lutar pelos seus sonhos. Porém, no fim das contas, entre piadas bem sacadas e outras nem tanto, a nova produção da Pixar entretem, mas fica com um gostinho de “poderia ser melhor”. É o que Sullivan, Mike, Randy mereciam após 12 anos de espera. E o espectador também.

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é crítico de cinema, apresentador do Espaço Público Cinema exibido nas TVAL-RS e TVE e membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista e especialista em Cinema Expandido pela PUCRS.
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