Crítica
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Sinopse
Após sair da prisão em liberdade condicional, Michael Woods pega o carro errado em uma locadora e descobre uma mulher presa no porta-malas. Em seguida, os dois passam a ser perseguidos por policiais corruptos, que farão de tudo para impedir que Rachel Shabangu chegue no tribunal e deponha sobre um caso de corrupção.
Crítica
Feito especialmente para o estrelato do protagonista – e também produtor – Paul Walker – Veículo 19 é um thriller genérico que mistura em sua trama longas como Por Um Fio (2002), Tempo Esgotado (1995), Velocidade Máxima (1994) e a própria saga Velozes e Furiosos, também estrelada por Walker. Realizado a toque de caixa entre um intervalo das filmagens de Velozes e Furiosos 5 (2011) e Velozes e Furiosos 6 (2013), tem como cenário uma das maiores cidades da África do Sul, terra natal do diretor e roteirista Mukunda Michael Dewill e provavelmente o único lugar onde foram encontrar financiamento para um filme tão superficial e clichê quanto esse.
Após ter estreado no início de 2013 apenas em Bahrain (onde?), Veículo 19 foi, aos poucos, ganhando espaço em países como o Japão, Emirados Árabes, Kuwait, Egito e Rússia. Uma estratégia que anunciava que nem os produtores possuíam confiança no título para exibi-lo em mercados mais exigentes, como os Estados Unidos, Inglaterra, França, Itália, México e Brasil. O resultado é que, com exceção destes lugares citados inicialmente e de alguns poucos outros tão atraentes quanto (Estônia, Cingapura), este filme segue inédito ou foi lançado diretamente em home vídeo, como no nosso caso. Uma decisão acertada, visto que na telinha, com expectativas bem menores, talvez seu desempenho seja um pouco melhor diante aqueles que o encararem apenas como um passatempo descartável.
Walker é Michael Woods, um homem preso por um acidente involuntário que viola sua condicional para ir até onde está sua mulher, por quem é ainda apaixonado. Ao chegar no aeroporto de Johanesburgo, aluga um carro e parte ao encontro da amada. Porém, enquanto dirige, percebe que o automóvel que está com ele lhe foi entregue por engano: além de documentos ilegais e um revólver no porta-luvas, há ainda uma mulher amordaçada no porta-malas! Ao mesmo tempo em que tenta se livrar dessa situação, um celular deixado no carro insiste em tocar, com uma voz misteriosa que parece saber tudo a seu respeito, ameaçando-o a participar da ação corrupta que estava em andamento. E enquanto o protagonista tenta se livrar dessa confusão e fazer justiça, terá também que se justificar com a esposa, que não consegue entender sua demora em comparecer ao lugar que haviam combinado.
Com sua ação se desenvolvendo quase que em tempo real, Veículo 19 até prende a atenção em algumas passagens mais intensas, mas em seu todo o tom é morno e pouco convincente. Com Paul Walker sentado na posição de motorista quase 90% do tempo e sem nem um outro personagem com quem dividir o peso da ação além dos telefonemas que estão ao seu alcance, tem-se uma proposta que exigiria um ator versátil, que conseguisse manejar com eficiência os poucos recursos ao seu dispor – o que, infelizmente, não é o caso. Ao menos este não é o último filme do astro recentemente falecido, evitando, portanto, que sua carreira se encerrasse com um ponto tão baixo.
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O filme é cliche realmente mas o maior atrativo é o Walker. Ele foi bem no papel.