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Crítica


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Sinopse

Depois de ser visto rumo ao México no filme que deu origem a série, Dominic "Dom" Toretto reaparece na República Dominicana praticando seus golpes ao lado de sua namorada Letty e sua gangue. Com o FBI na sua cola, Dom decide fugir para não comprometer seus comparsas. Contudo, um assassinato cometido por um traficante de drogas acende nele uma sede de vingança que o faz cruzar novamente com o agente Brian O'Conner numa perigosa missão.

Crítica

Velozes e Furiosos é uma série de sucesso quase inexplicável. As tramas não fazem sentido, os atores não se importam muito e os realizadores querem mais explodir carros do que narrar histórias. Mas, por outro lado, talvez seja justamente por isso o bom retorno que consegue junto ao público: cada filme entrega exatamente o que promete, sem mais nem menos. E Velozes e Furiosos 4 - como o título já adianta, o quarto episódio da saga - já deixa bem claro sua proposta logo no slogan do cartaz: “modelo novo, peças originais”. Ou seja, até tenta algumas mudanças de leve, mas em resumo é apenas mais do mesmo.

Velozes e Furiosos 4 consegue a proeza de reunir o quarteto de protagonistas do filme que começou tudo, em 2001. Estão novamente lado a lado Vin Diesel (que participou também do terceiro, Velozes e Furiosos: Desafio em Tóquio2006), Paul Walker (que protagonizou o segundo, Velozes + Furiosos, 2003), Michelle Rodriguez e Jordana Brewster (ambas estiveram apenas no primeiro). Mas os quatro não estarão juntos por muito tempo. Logo uma morte acontece, e os restantes terão que se unir, com objetivos diferentes, mas buscando um mesmo resultado: apreender um traficante de drogas que comanda corridas de automóveis no deserto, na fronteira entre Estados Unidos e México.

Vin Diesel faz o mesmo de sempre, sem grandes surpresas. O negócio com ele é força bruta, cara amarrada e ponto final. Diesel despontou para fama com três franquias em potencial: Velozes e Furiosos, Triplo X e Riddick. Ele apostou nesta última, cuja sequência resultou no horroroso A Batalha de Riddick (2004). Como xXx 2: Estado de Emergência (2005) foi feito com Ice Cube como protagonista, lhe restou apenas retomar seu bandido habilidoso em carros turbinados. Já Paul Walker nunca teve muitas opções, e entre um filme lançado direto em DVD e um projeto sem muito impacto, como A Conquista da Honra (2006), tem mais é que se abraçar com forças nesta série que lhe deu os maiores sucessos do seu currículo. Michelle Rodriguez, depois da frustrante participação no seriado Lost (2004-2010), estava em baixa, enquanto que Brewster, filha da ex-modelo brasileira Maria João, fez quase nada entre o primeiro e o quarto filme – com leve destaque apenas para a nova versão de O Massacre da Serra Elétrica (2003). Resumindo: Velozes e Furiosos 4 veio para dar um novo gás na carreira de cada um deles, e pelo jeito tem tudo para não fazer feio.

Após Rob Cohen e John Singleton, que dirigiram os dois primeiros filmes, Justin Lin se repete no comando de um longa da série, retomando conceitos originais que ficaram um pouco ausentes em Velozes e Furiosos: Desafio em Tóquio (2006). E ele não surpreende, sem também decepcionar: muitas corridas, perseguições, mulheres lindas e negociações duvidosas. Os poucos mistérios são bastante óbvios, e sem grandes interpretações ou uma trama envolvente, o que resta mesmo é aproveitar a pipoca, beber muito refrigerante e deixar o queixo cair em cenas alucinantes, bem fotografadas e editadas quase que como num videoclipe, não dando muito tempo para pensar, mas fazendo seu papel a contento. E exigir mais do que isso seria também pedir de mais.

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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