Crítica
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Sinopse
Após deixar a polícia, Brian O'Conner é forçado a participar de uma nova missão. Ele se infiltra no crime organizado de Miami de forma a investigar sobre o transporte de dinheiro sujo para Carter Verone, chefe do tráfico local. Para tanto ele recebe a ajuda de seu ex-colega Roman Pearce e da agente secreta Monica Clemente.
Crítica
É de se admirar que há até pouco tempo as pessoas ficavam admiradas com a possibilidade de se fazer um filme sem o uso de atores. Pois bem, se Final Fantasy (2001) se revelou um tremendo engodo, esse + Velozes + Furiosos é a prova definitiva de que é possível, sim, realizar um produto de entretenimento mediano sem o aproveitamento de atuações de qualquer espécie – tudo o que vemos na tela são rostos inexpressivos e plasticamente atraentes, mas igualmente vazios e incapazes de transmitir qualquer tipo de sentimento válido. A impressão que se tem é que atrás das câmeras estão o tempo todo pobres contra-regras segurando cartazes enormes com as falas dos personagens, para que as estrelas possam ler seus diálogos. Seria engraçado se não fosse constrangedor.
Bem, tá interessado na história? Se você entrar na sala de cinema para assistir + Velozes + Furiosos, você verá de tudo, menos um roteiro que faça sentido! O pano de fundo para várias corridas, perseguições e muitas outras loucuras em pistas e estradas com carros alucinantes é uma trama praticamente idêntica ao do primeiro filme – deve ter sido por isso que Vin Diesel não aceitou aparecer nessa continuação, ou então para não dividir seu nome nos letreiros com Paul Walker (que reprisa o mesmo papel de Brian O’Conner, o policial que se disfarça para tentar desbaratar uma gangue), já que ambos agora são astros, e não meros desconhecidos como há dois anos atrás. Se antes Brian estava atrás de quem promovia as rachas de automóveis nas ruas, dessa vez vai atrás de um grande traficante de drogas, e para isso terá ao seu lado um novo parceiro, vivido pelo modelo negro Tyrese Gibson.
E isso é tudo a se dizer sobre o enredo de + Velozes + Furiosos. Tirando essas linhas, que devem ter ocupado pouco mais de 15 minutos do tempo de produção do longa, o que sobra são cenas realmente impressionantes, perfeitas para serem assistidas nos cinemas, ainda mais numa época de filmes arrasa-quarteirão ideais para serem acompanhados com muita pipoca e refrigerante. É por isso – e apenas por isso – que esse segundo filme consegue ser melhor que o primeiro – o que, também, não quer dizer muita coisa. O que temos é um resultado, obviamente, potencializado.
+ Velozes + Furiosos poderia ser considerado um passo em falso na carreira do diretor John Singleton (indicado ao Oscar por seu primeiro trabalho, Os Donos da Rua, 1991), mas essa não é a melhor maneira de se encarar um produto desses, que carece – propositalmente – de maior profundidade, uma vez que é feito para públicos bastante específicos (e isso fica evidente inclusive nos personagens principais, que são todos ou negros, ou latinos – o vilão é argentino! – tendo como branco somente o protagonista). É uma obra que busca identificação apenas com uma parcela da plateia, aqueles que ali estão para se divertir liberando suas exaltações, com iguais que podem, ao menos por alguns minutos, posar de heróis da parada. É uma miséria digna de riso e lamento, mas por outro lado para outros pode significar um ideal a ser sonhado. O que pode ser dito, no máximo, é que, enquanto entretenimento, funciona – até certo limite – muito bem. O que já é um bom sinal. Pode ser uma bobagem declarada, que não deve constar na dieta de ninguém, mas ainda assim aconselha-se que seja saboreada em momentos de único e exclusivo deleite. E nada mais.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 3 |
Thomas Boeira | 2 |
Yuri Correa | 3 |
Filipe Pereira | 1 |
Francisco Carbone | 4 |
MÉDIA | 2.6 |
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