Waiting in the Wings: The Musical
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Jenn Page
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Waiting in the Wings: The Musical
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2014
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EUA
Crítica
Leitores
Sinopse
Depois que suas fichas são trocadas numa agência de talentos, dois artistas com aptidões muito diferentes precisarão se adaptar às novas realidades.
Crítica
Bem que dizem que, se está cansado de esperar que alguém mude algo, o melhor é se levantar e fazer você mesmo. Pois foi o que fez Jeffrey A. Johns. Segundo ele, assim que aprendeu a andar e falar, também começou a dançar e cantar. E ainda que tenha tentado atuar em curtas-metragens, feito pequenas participações em produções maiores e buscado espaço no teatro, ele decidiu que nada estava lhe adiantando ficar no aguardo de uma oportunidade melhor. Por isso tomou as rédeas dos acontecimentos. Escreveu o roteiro, escolheu a si próprio como protagonista e foi atrás de quem o apoiasse na realização de seu primeiro filme. Porém, se isso lhe garante um reconhecimento pelo empreendedorismo, ao mesmo tempo não é garantia alguma de que Waiting in the Wings: The Musical esteja à prova de críticas mais severas. O que, definitivamente, é o caso.
A trama, aparentemente, assemelha-se bastante com a vivida pelo autor. Johns interpreta o ingênuo Anthony, que deixa a pequena Montana para trás para tentar a sorte em Nova York ao ser aprovado em um concurso online para um grande musical na Broadway. Esta, aliás, era a primeira das tarefas de sua lista de sonhos a serem realizados, o bastante, portanto, para motivá-lo a assumir tamanho risco. O namorado – que prefere ser chamado de “amigo” – decide ficar, não sem antes alertá-lo de todos os perigos da cidade grande. Mas como diz o ditado, ‘quem não arrisca, não petisca’. É mais ou menos o que acontece com Tony (Adam Huss, de títulos LGBT como Is It Just Me?, 2010, e The Brothers Sinclair, 2011), um stripper heterossexual que ambiciona ser a próxima estrela de um grande show de nu masculino. Acontece que ambos os projetos – o musical e o strip – são do mesmo produtor, que em uma confusão qualquer acaba trocando as fichas dos dois candidatos. Assim, Anthony – magro, branquela e baixinho – é enviado para dançar e tirar a roupa entre galãs sarados e muito mais desprendidos, enquanto que Tony se vê em cima do palco sendo obrigado não apenas a mexer os quadris, mas também a ousar novas coreografias e exercer seus talentos vocais.
Como se pode imaginar de antemão pela rápida sinopse aqui descrita, Waiting in the Wings é uma comédia de erros, e sua graça provém quase que exclusivamente das trapalhadas provocadas pela óbvia troca. O roteiro de Johns e a direção de Jenn Page (do religioso Próximo a Deus: A Jornada de Jessica, 2012) são cientes do fato, e se esforçam ao máximo para que este não seja um filme de uma única piada – algo que, é preciso confessar, nem sempre conseguem. E se por um lado acompanhar Tony bancando o bissexual para ser ajudado tanto pela estrela da montagem (Rena Strober) quanto pelo astro gay (Ethan Le Phong) rapidamente demonstra cansaço, a criatividade de Johns em fazer seu personagem se dar bem em um ambiente de luxúria e sensualidade muitas vezes provoca mais graça do que propriamente tesão. Mas se tudo parece bastante previsível, alguns elementos acabam surpreendendo. Um deles é a participação de Blake Peyrot, que ao surgir como Lee, o gostosão que acaba se apaixonando pelo frágil protagonista, revela uma insuspeita delicadeza. E se as participações especiais de Christopher Atkins (o belo de A Lagoa Azul, 1980) e de Sally Struthers (Cada um vive como quer, 1970) decepcionam, ao menos Lee Meriwether (a Mulher-Gato de Batman: O Homem Morcego, 1966), como a senhora que apoia nossa estrela desde o princípio, e Shirley Jones (vencedora do Oscar por Entre Deus e o Pecado, 1960), que surge como ela própria em uma versão ‘diva’, garantem momentos de maior brilho.
Waiting in the Wings é eficiente em sua brincadeira com o gênero musical, com número envolventes – o primeiro, “I’m a Disney Whore”, é hilário – e entretém dentro dos limites a que se propõe, usando os clichês a seu favor e sem exigir nada além do seu público-alvo: gays e apaixonados pelos grandes espetáculos musicais. E se até mesmo uma continuação – Waiting in the Wings: Still Waiting, que deve ser lançada ainda em 2016 – já foi confirmada, é sinal que Johns parece estar no caminho certo. Afinal, ele pode permanecer independente, mas dentro do que se propõe o resultado é satisfatório, dinâmico e romanticamente cômico. Mesmo estando ainda que um tanto longe da visão mainstream que todos assim como ele parecem ambicionar.
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