WiFi Ralph: Quebrando a Internet
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Phil Johnston, Rich Moore
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Ralph Breaks the Internet
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2018
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EUA
Crítica
Leitores
Sinopse
Ralph, o mais famoso vilão dos videogames, e Vanellope, sua companheira atrapalhada, iniciam mais uma arriscada aventura. Após a gloriosa vitória no Fliperama Litwak, a dupla viaja para a World Wide Web, no universo desconhecido da internet. Dessa vez, a missão é achar uma peça reserva para salvar o videogame Corrida Doce. Para isso, contam com a ajuda dos “cidadãos da Internet” e de Yess, a alma por trás do “Buzzztube”, um famoso website que dita tendências.
Crítica
Seis anos após os eventos mostrados em Detona Ralph (2012) – o período entre os lançamentos dos dois filmes é o mesmo que se dá entre as histórias – o personagem de videogame que se rebelou contra um destino pré-programado para responder pelo próprio nariz está de volta em uma aventura completamente inédita – e bem distante daquela vista em sua primeira incursão pela tela grande. Em WiFi Ralph: Quebrando a Internet, o grandalhão Ralph (John C. Reilly) agora está mais preocupado com sua melhor amiga, a elétrica Vanellope (Sarah Silverman), do que com os embates com o certinho Felix – estrela, aliás, do jogo Conserta Felix, onde os dois habitavam. Aliás, o cenário que era recorrente na trama anterior mal é visto dessa vez, pois o universo destas figuras, literalmente, se expandiu. E, com isso, as possibilidades do que fazer – e alcançar – com cada um deles. O resultado, como já seria de se imaginar, é de deixar qualquer um de queixo caído – e a imaginação nas alturas.
Após uma peça do videogame ser acidentalmente quebrada – e, com isso, Vanellope e a sua Corrida Doce serem deixadas fora de uso – Ralph e ela descobrem a única maneira de colocá-la, mais uma vez, em ação: através da internet. Sim, pois agora a lan house em que se encontram está conectada com a world wide web, e com isso foi fácil chegar até o eBay e descobrir que somente lá há um outro console exatamente igual que possa substituir o danificado. Assim, os dois companheiros deixarão para trás os ambientes com os quais estão tão bem familiarizados para se lançarem em uma expedição rumo ao desconhecido. Um passo e tanto que permite aos diretores Rich Moore (vencedor do Oscar por Zootopia, 2016) e o novato Phil Johnston ampliarem o leque de opções e, com isso, permitir que os dois possam cruzar não apenas com um sem número de figuras bastante conhecidas, mas também serem confrontados com elementos típicos do universo online. E cada uma dessas interações permitirá novos reconhecimentos e uma identificação com o espectador ainda mais profunda e permanente do que aquela vista no enredo anterior, apoiado mais numa saudável nostalgia do que em conceitos atuais e de imediata relevância.
Pois é exatamente essa a grande diferença entre WiFi Ralph e o original Detona Ralph. Se antes a base estava em lembranças de uma infância idealizada que há muito já havia sido esquecida, oferecendo como maior atrativo um resgate mais curioso do que apropriado, desta vez a sintonia se dá de forma quase automática. É certo que nem todo mundo ligado no novo filme precisará ter se arriscado pelos perigos da deep and dark web para oferecer uma leitura particular a um dos momentos mais intrigantes da trama, mas quem nunca recorreu antes a um sistema de busca online ou se deparou com banners e pop-ups que prometem enriquecimento rápido e outras facilidades bastante suspeitas? Sem falar nas inúmeras marcas que a todo instante ficam pulando na tela, uma boa opção de merchandising feito de forma inteligente, pois apenas reproduz com eficiência um ambiente com o qual já estão todos acostumados.
Por outro lado, há o poder de fogo da Disney, estúdio responsável por essa produção. Por fazer parte de um complexo de entretenimento literalmente gigante, é possível dimensionar como seriam as ligações destes personagens com os de empresas-irmãs, como as responsáveis pela saga Star Wars, os heróis da Marvel ou mesmo os contos de fada de outrora. A sequência em que Vanellope se depara com todas as princesas da Disney, da Branca de Neve até a Elza de Frozen: Uma Aventura Congelante (2013), é tão rica em detalhes e tiradas, diálogos recheados de referências conectados a uma construção ainda maior que qualquer um mais atento não ficará menos do que maravilhado. Easter eggs como esses estão espalhados por todo o filme, fazendo com que o mesmo funcione em mais de uma camada de leitura, possibilitando, com isso, agradar tanto aos pequenos como àqueles que possuem uma história mais longa junto aos realizadores.
As coisas, obviamente, não serão tão simples como Ralph e Vanellope imaginam. Ainda mais quando os objetivos deles vão, aos poucos, se transformando. Tudo o que ele quer é que tudo volte a ser como antes – exatamente contra o que lutava em Detona Ralph. Já ela, ao se deparar com situações que nem passavam pela sua cabeça, começa a construir para si uma nova realidade. Ao se afastarem, inevitavelmente virá o choque. Amadurecimento, que se chama. Personagens novos, como a velocista dublada por Gal Gadot, ou a expert viva pela voz de Taraji P. Henson, terão participação fundamental não apenas para atenderem os protagonistas, mas também para ajudá-los a recuperarem essa sintonia um com outro. Visualmente deslumbrante, este é um filme que também sabe como apelar na medida certa ao emocional de cada um na plateia, sem exageros ou gatilhos desgastados. WiFi Ralph pode não ser perfeito, mas seus deslizes, como fica evidente, provém mais de uma vontade de ousar do que de um medo de se afastar de sua zona de conforto. E somente por isso, qualquer esforço envolvido se faz mais do que justificado.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Robledo Milani | 8 |
Chico Fireman | 6 |
Thomas Boeira | 7 |
Yuri Correa | 9 |
MÉDIA | 7.5 |
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