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Sinopse

Peter não é o que se pode chamar de um tenista bem-sucedido. Tanto que sua posição no ranking mundial não lhe permite participar do torneio de Wimbledon. Mas, quando recebe o convite inusitado para participar daquela que pode ser a última competição de sua carreira, ele cai de amores por Lizzie Bradbury, a nova estrela do tênis feminino.

Crítica

Filmes esportivos compõem um subgênero bastante em voga em Hollywood. Volta em meia aparece uma nova produção que sua história tem como pano de fundo os bastidores do futebol americano, do beisebol ou do boxe. Pois a grande novidade que Wimbledon: O Jogo do Amor oferece ao gênero é que, ao invés dessas modalidades mais “badaladas”, a prática aqui em questão é o tênis. Ou seja, tem-se muitas quadras de saibro, uniformes alvos e raquetes em posição. E fim. No resto, é tudo exatamente igual à milhares de outras comédias românticas similares. Nem mesmo a escolha inusitada dos protagonistas – Paul Bettany e Kirsten Dunst – parece oferecer algo diferenciado ao projeto.

Peter Colt (Paul Bettany, muito mais um coadjuvante eficiente do que um protagonista óbvio) já foi um dos quinze melhores tenistas do mundo, mas encontra-se atualmente em baixa, preparando-se para uma inevitável aposentadoria. Lizzie Bradbury (Kirsten Dunst, dona de uma beleza mais exótica do que convencional), por sua vez, é uma estrela em ascensão, pronta para galgar o topo do ranking mundial. O campeonato de Wimbledon, em Londres, um dos mais tradicionais do gênero, possui significados bem diferentes – mas igualmente importantes – para cada um deles. A questão é que a paixão que surge entre eles irá afetá-los de modos opostos: se para ele servirá como estímulo, para ela será uma distração. A consequente melhora dele nas quadras – seguido da piora no desempenho atlético dela – irá, é claro, abalar o relacionamento deles.

Wimbledon: O Jogo do Amor é o tipo de filme previsível, que segue passo a passo a cartilha do gênero, e recomendado apenas a quem está acostumado a se confortar com uma sucessão de acontecimentos previsíveis. Quem estiver buscando algo original e diferenciado, no entanto, deverá se frustrar. Afinal, os eventos da trama são por demais inverossímeis, com reviravoltas tolas e desprovidas de maiores surpresas. A produção carece de maiores motivações, derrapando desde as interpretações do casal central – totalmente burocráticas – até na conclusão mais do que esperada, facilmente imaginadas com bastante antecedência. O cenário é bonitinho, os sorrisos são coloridos e cada ato funciona à mil maravilhas, num superficialismo evidente que impede maiores emoções. Assim, sem envolvimento, o filme naufraga antes mesmo de tentar qualquer voo mais sério.

Fracasso de público (arrecadou US$ 16 milhões nos Estados Unidos, pouco mais da metade do seu valor total) e de crítica internacional, Wimbledon foi um passo em falso do estúdio inglês Working Title, manchando o currículo da companhia após uma sequência de tantos sucessos, que vinha há um bom tempo somando sucessos neste formato – como Quatro Casamentos e um Funeral (1994) e Um Lugar Chamado Notting Hill (1999), apenas para citar os mais conhecidos. A mão pesada do diretor Richard Loncraine, mais conhecido por thrillers históricos como Ricardo III (1995), não consegue equilibrar com eficiência o drama do esporte com o romance dos atletas, ao mesmo tempo em que são oferecidas poucas oportunidades para que coadjuvantes de respeito, como Sam Neill, Jon Favreau, Bernard Hill, Nikolaj Coster-Waldau ou James McAvoy, consigam justificar alguma atenção. E, no saldo final, nem mesmo a entrada de John McEnroe em cena parece ter qualquer efeito para virar o jogo.

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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