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Crítica


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Sinopse

Após ficar órfão e sobreviver graças a uma prótese na cauda, Winter está na iminência de ser transferido para um outro aquário, já que, segundo regras locais, nenhum golfinho pode ficar sozinho no tanque.

Crítica

Há três anos, Winter: O Golfinho chegava aos cinemas com um feito quase inédito em época de blockbusters de ação e filmes baseados em histórias em quadrinhos: arrecadar 95 milhões de dólares ao redor do mundo (superando quase três vezes seu valor de custo) com uma trama séria e familiar sobre animais e o meio ambiente. Obviamente, Hollywood não perderia a chance de conquistar novos fãs para a saga e agora, em 2014, estreia nas telonas Winter: O Golfinho 2, que apesar de recauchutar muito do longa anterior, se mostra uma produção fiel ao seu propósito: educar os seres humanos.

Desta vez, acompanhamos Winter, o golfinho fêmea, depressivo após a perda de sua cauda e da companheira. Com isso, seus cuidadores do Clearwater Marine Aquarium deverão tomar todos os cuidados para encontrar um meio de que o animal não sofra. Ao mesmo tempo, Mandy, outro golfinho, surge como uma esperança para a garota Hazel (Cozi Zuehlsdorff), fiel escudeira de Winter. Afinal, outro animal deve ser mantido em cativeiro para salvar a vida de outro? Talvez este seja o dilema ético e moral mais bem trabalhado do filme, algo que não é trabalhado de forma tão ingênua como poderia ser.

É claro que os 107 minutos de história podem se tornar cansativos para quem busca um filme mais realista e recheado de dilemas pessoais. Aliás, uma edição de 15 minutos (especialmente nas repetitivas cenas de resgate) fariam muito bem à produção. Porém, aqui o foco é outro. O elenco está em cena como suporte ao roteiro, não pedindo nada extraordinário de cada um. Nisto Morgan Freeman serve apenas como um alívio cômico e nada mais, como chamar o golfinho de peixe. O que interessa é saber como o protagonista que dá título ao filme vai sobreviver. E um ponto interessante e inteligente do roteiro é não criar nenhum “vilão” humano das grandes corporações para dar continuidade à história. A própria situação de Winter (baseada numa história real) já é dramática o bastante para não precisar de subterfúgios óbvios e clichês.

O que mais agrada em Winter: O Golfinho 2 não é seu roteiro (que é falho em diversos momentos, especialmente pela falta de criatividade em quase replicar a história do primeiro filme), suas incríveis imagens de vídeos caseiros com resgates reais ou o elenco (que faz um trabalho eficiente, mas nada memorável). O principal é o caráter de urgência do tema, uma ode aos seres vivos e a responsabilidade que a humanidade tem com eles. Pode não ser inédito ou apresentar novas linguagens cinematográficas, mas o filme causa impacto e pode inspirar o público-alvo, as crianças e adolescentes, a terem um cuidado especial com os animais e o meio ambiente. E só por isso o longa já merece uma chance.

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é crítico de cinema, apresentador do Espaço Público Cinema exibido nas TVAL-RS e TVE e membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista e especialista em Cinema Expandido pela PUCRS.
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