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Sinopse
Anos 1960. Charles Xavier é formado em teologia e filosofia e realiza um trabalho de pós-graduação junto às Nações Unidas. Na Universidade de Oxford ele conhece Erik Lehnsherr, filho de judeus que foram assassinados pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Erik apenas escapou graças ao seu poder mutante de controlar metais, que permitiu que fugisse para a França. Ao término da guerra, Erik passou a trabalhar como intérprete para a inteligência britânica, ajudando judeus a irem para um país recém fundado, hoje chamado Israel. Charles e Erik logo se tornam bons amigos, mantendo um respeito mútuo pela inteligência e ideais do outro. Em 1965, Charles decide usar seus poderes psíquicos para ensinar jovens alunos mutantes a usarem seus dons para fins pacíficos. Nasce a Escola para Jovens Superdotados, gerenciada pelos dois amigos.
Crítica
O que vemos em X-Men: Primeira Classe é o destino digno de qualquer grande série cinematográfica de sucesso. Afinal, trata-se de um recomeço, o melhor meio encontrado pelos produtores para contar a mesma história de antes, porém agora sob um novo ponto de vista. E não é que deu muito certo? Afinal estamos diante de um filme acima de tudo muito bom. O problema – se é que podemos chamá-lo assim – é que essa qualidade latente fica ainda mais evidente entre os já iniciados, ou seja, os fãs dos personagens e das histórias em quadrinhos. Qualquer um mais desavisado irá encontrar ainda muita aventura, entretenimento e diversão. A questão está em saber se esse espectador conseguirá ir além disso.
Um dos alentos para os fãs da série em relação à X-Men: Primeira Classe é constatar o nome de Bryan Singer entre os produtores. Singer, diretor de X-Men (2000) e de X-Men 2 (2003) retorna ao universo que lhe consolidou como realizador após ter ficado afastado dos bons, porém inferiores, X-Men 3: O Confronto Final (2006) e de X-Men Origens: Wolverine (2009). Sua volta é sinal de que tudo parece estar voltando aos eixos. E outros links presentes no filme também ajudam a manter a coesão, como as pequenas e benéficas participações dos astros Hugh Jackman (Wolverine) e Rebecca Romijn (Mística) ou o início, que mostra a primeira manifestação dos poderes de Erik Lehnsherr/Magneto (Michael Fassbender), ainda na Segunda Guerra Mundial, na mesma sequência já vista no citado X-Men. São pequenas concessões que aos olhos dos leigos pouco dizem, mas para quem conhece um pouco mais provoca um encanto e um reconhecimento muito forte. Mais um ponto positivo!
Esse Primeira Classe, como é de se imaginar, conta como foi a formação da primeira turma de alunos especiais do Professor Charles Xavier (James McAvoy). São os mutantes que no futuro serão conhecidos como os X-Men, seres evoluídos, donos de habilidades especiais que os tornam mais capazes que o ser humano comum. Mas esqueça da Tempestade, capaz de deixar o tempo de acordo com os seus desejos, de Vampira, que suga a energia vital de quem toca, de Ciclope, que emite rajadas energéticas pelos olhos, ou do já citado Wolverine, a fera praticamente imortal dona de um esqueleto de adamantium. Temos aqui novos seres, e os únicos em comum com as aventuras já levadas às telas são Xavier e Magneto, o senhor dos metais. Os dois, que começam como amigos, terminarão em lados opostos – um acreditando na co-existência pacífica com os humanos, enquanto que outro vê na evolução de uns a extinção dos demais.
Mas X-Men: Primeira Classe mostra Xavier e Magneto recém descobrindo suas habilidades e que não estão sozinhos no universo. Uma vez juntos, no entanto, eles terão como inimigo em comum Sebastian Shaw (Kevin Bacon), capaz de absorver energias e usá-las a seu favor. Ele pretende colocar os homens uns contra os outros, abalando as leves estruturas da Guerra Fria e provocando a ruptura total entre Estados Unidos e União Soviética, provocando uma derradeira e atômica Terceira Guerra Mundial. Sim, estamos nos anos 60, e isso deixa clara mais uma preocupação dos realizadores em respeitar uma cronologia que faça sentido num contexto maior.
Matthew Vaughn dirigiu no ano passado um dos mais emocionantes e realistas filmes de super-heróis, o divertido Kick-Ass: Quebrando Tudo (2010). Esse foi um bom treino para assumir as rédeas desse X-Men: Primeira Classe, um longa que apesar de inicialmente ter sido visto com desconfiança merece o crédito necessário e o respeito de carregar consigo o emblema de alguns dos heróis mais excitantes do universo Marvel. Não é só pancadaria e explosões, apesar destas estarem presente em quantidade mais que satisfatória. Há também uma história sendo contada, e mais uma vez isso faz toda a diferença. Nos cabe apenas permanecer na torcida, pois a direção do caminho a ser seguido está novamente no rumo certo.
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Sempre quando vou ao cinema assistir um filme baseado em HQ de mutantes paira uma enorme dúvida se vai ser uma adaptação bem feita com uma porcentagem significativa de fantasia mesclado a realidade sem parecer algo sem contexto nenhum com a realidade. Entretanto nesta obra o diretor é muito feliz pois consegue abordar um tema bem desgastado que é a criação de um passado que nunca existiu para os mutantes de Stan Lee de forma coerente e cronológica com o pano de fundo a guerra fria que também é uma incógnita na historia