Crítica
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Sinopse
Yves Saint Lauren é chamado para encarregar-se do futuro de uma das marcas mais famosas do mundo com apenas 21 anos. Depois do primeiro, e triunfal, desfile, ele conhece Pierre Bergé, encontro que mudaria a sua vida.
Crítica
No filme sobre Yves Saint Laurent, o diretor Jalil Lespert oferece diversos enfoques para remontar parte da vida de um dos maiores nomes da moda internacional. Com base no livro Cartas a Yves, escrito por Pierre Bergé, marido do estilista, e na biografia lançada por Laurence Benaïm, Lespert remonta o início da carreira do designer, na década de 1950, e segue até os anos 1980, quando Saint Laurent (Pierre Niney) passa por um momento de abuso de drogas e paranoia. No entanto, ao evitar os últimos anos do personagem, o longa exibe um quadro incompleto sobre o estilista.
Narrado por Bergé (Guillaume Gallienne), o filme tem como foco o fluxo criativo que iluminava o designer e a depressão paralisante que o atormentou por décadas, sempre pontuando estes extremos com o perfeccionismo que o definia como criador de moda. Entre altos e baixos, percebemos em Saint Laurent uma figura doce e frágil, célebre pelo brilhantismo do qual também foi vítima. Do início da carreira na maison de Christian Dior aos 21 anos, quando assume o núcleo criativo da grife após a morte do icônico estilista em 1957, passando pela criação de sua própria marca e chegando até o lançamento de coleções celebradas como a Mondrian, em 1965, e a Libération, nos anos 1970, o filme de Lespert vai além da alta costura.
Acompanhando as mudanças de postura de um jovem introvertido que em pouco tempo passa a ser assediado pelo estrelato e pela pressão decorrente do competitivo mundo da moda, tornando-se arisco, instável e libertino, o filme testemunha a descida ao inferno de Saint Laurent através de um labirinto marcado por amor, sexo, traição, negócios e drogas. A desconstrução do personagem ganha ares absolutos em cenas repletas de excesso de cores e conflitos a partir dos anos 1960, tanto em Paris quanto em Marrakech, em contraposição ao início do filme, definido por uma paleta em tom pastel e pela tranquilidade quase constante das primeiras sequências. O processo de descontrole marca a derrocada moral do createur ao fim da década de 70, contudo sem que sua obra seja afetada, especialmente pelo rigoroso controle de Bergé.
Apesar do bom desempenho da dupla Niney e Gallienne, e da elegância do filme de Lespert, Yves Saint Laurent poderia ter abordado de forma mais clara a importância do estilista para a moda e para a própria emancipação da mulher por meio das roupas – uma de suas marcas. Além disso, deveria elucidar melhor tanto suas relações com Karl Lagerfeld (apenas um figurante) e Catherine Deneuve (não citada), bem como analisar a parte final da carreira e da vida do designer, ambas ignoradas. Mesmo não sendo estes os temas principais do longa, suas ausências comprometem a história como um todo e apontam a necessidade de um fechamento mais concreto para o filme.
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Grade crítica
Crítico | Nota |
---|---|
Danilo Fantinel | 6 |
Ailton Monteiro | 5 |
Alysson Oliveira | 4 |
Chico Fireman | 5 |
MÉDIA | 5 |
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