Crítica
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Sinopse
Depois de perderem todo dinheiro, dois amigos decidem forjar as suas mortes e assumir novas identidades. No entanto, os novos nomes os colocam em ainda mais enrascadas.
Crítica
Partindo da iniciativa da Netflix em produzir conteúdo cinematográfico e driblando as últimas baixas bilheterias de seus filmes, Adam Sandler se juntou mais uma vez a Steven Brill, com quem já tinha trabalhado em Little Nick: Um Diabo Diferente (2000) e A Herança de Mr. Deeds (2002), para realizar sua segunda comédia via streaming. Zerando a Vida é focado na rotina de Charlie McMillan (David Spade), um homem pacato, de meia idade, que do alto de seu tédio corriqueiro vai ao encontro da reunião de classe do colégio, quando revive todo o bullying costumeiro e a rejeição por parte de seus colegas, relembrando fatalmente seu passado. A exceção à regra é seu antigo amigo, sumido por uns tempos, Max (Sandler), que tem um cotidiano muito mais animado como agente secreto, diferindo, e muito, da vida de seu antigo comparsa.
Após uma tarde de brincadeiras infantis e diversão descompromissada, o amigo descolado dá prosseguimento a um plano insano de forjar a morte da dupla para começar novas vidas. A partir deste ponto tem início uma jornada pseudo heroica envolvendo mudanças inesperadas, como caça de vida ou morte, tentativa de assassinatos e situações-limite, além de uma vida sexual bem mais ativa e repleta de parceiros do que em outros tempos. Zerando a Vida segue com as coincidências inerentes a paródias de action movies, conseguindo reunir alguns momentos realmente engraçados, driblando tantos outros estereótipos típicos dos filmes da Happy Madison. A semelhança maior dentro da filmografia de seu astro é com o recente Trocando os Pés (2014), tendo em comum tanto o tema de luta contra uma depressão moderado – muito menos problematizada, é claro – e o uso de troca da própria identidade como parâmetro narrativo.
Apesar de muitos defeitos, há de se destacar a química entre os dois atores principais. Spade tem uma carreira decadente, e era sempre relegado a coadjuvante nos filmes de Sandler, como Gente Grande (2010) e Gente Grande 2 (2013), The Ridiculous 6 (2015) e Cada um Tem a Gêmea que Merece (2011). Sem os costumeiros parceiros Rob Schneider, Kevin James etc, finalmente Spade pode tentar brilhar, ainda que não haja grandes exigências dramáticas a si. Seu papel como sujeito comum em meio a loucura generalizada é bastante pontual e acertada, mesmo que o intérprete não tenha um talento indiscutível.
Zerando a Vida não inova em nada a carreira de Sandler enquanto ator e comediante, e não foge da constante de ser achincalhado pela crítica de cinema mundial, até por se valer das mesmas piadas datadas e batidas de outrora, ainda que esses clichês sejam organizados de um modo que fazem o longa ser mais palatável que o costumeiro nos títulos da trupe que acompanha o artista, o que já causa menos incômodo em quem assiste, além de gerar uma menor expectativa, uma vez que a plataforma onde este passará é na tv, e não no cinema. À Adam Sandler resta mesmo esse formato, dadas suas péssimas bilheterias em solo americano, restando saber apenas quanto tempo esta formula terá de validade no streaming.
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