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Crítica


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Sinopse

Um novelista, um cineasta e um desenhista se relacionam por uma interface multidimensional.

Crítica

Emma (Alison Pill) trabalha com a criação de bonecas hiperrealistas que são vendidas para homens que buscam um padrão de beleza extraordinário e até irreal para se envolver sexualmente. Em meio a belas criações desses brinquedos sexuais de seios fartos e muitas curvas, a garota acaba se sentindo diminuída e incompleta com seus seios pequenos. E, para piorar a situação, o colega de trabalho com o qual está envolvida apenas sexualmente também não parece muito satisfeito com a “comissão de frente” da jovem.

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Decidida a mudar, ela emprega suas economias em um par de seios siliconados que acabam grandes demais. Ao mesmo tempo em que passa por essa crise, Emma escreve uma história em quadrinhos sobre aquele que seria seu homem perfeito, personificado por Edward (Gael García Bernal) um diretor de filmes de ação. Paralelamente, Michelle (Mariana Ximenes), uma modelo e aspirante a escritora, está em crise tentando provar que pode escrever um livro totalmente em inglês, que nada mais é que a história de Emma.

Como uma matrioska, a narrativa de Zoom vai trazendo uma história dentro de outra, transformando o paralelismo em uma única trama. Se o roteiro de Matt Hansen se perde entre seus exageros de parecer cerebral demais com uma tentativa de referenciar as produções visionárias de Charlie Kauffman, existem momentos de completa lucidez como a atuação de Alison Pill, a mistura de live-action com animação e, ainda, as críticas sobre a busca incansável por um ambiente e corpo perfeitos junto da necessidade de se enquadrar dentro dos paradigmas da sociedade. Pontos que acabam sendo explorados em um primeiro ato e, se esperava, fossem melhor desenvolvidos. Com uma virada brusca, o filme de Pedro Morelli deixa para trás essa busca pela perfeição e de duas mulheres interessantíssimas (Emma e Michelle) que buscam sair da sombra de homens e de uma sociedade patética para dar lugar a questionamentos sobre cinema de arte e blockbuster. Entra aí toda uma busca cansativa de Edward em sair do seu filão de ação e entregar um filme repleto de metáforas em seus planos, refletindo seus grandes questionamentos, o mesmo para Michelle e seu livro.

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O que paira no ar após assistir Zoom é que o filme mais tangencia assuntos e ameaça explorá-los. O desenvolvimento de abordagens pertinentes se perde ao dar lugar a outros assuntos que não trazem grandes novidades além de um clichê. Entre umas boas risadas, o segmento estrelado por Pill e Bernal é o melhor, salvando a produção de cair na mesmice.

As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.
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é graduado em Cinema e Animação pela Universidade Federal de Pelotas (RS) e mestrando em Estudos de Arte pela Universidade do Porto, em Portugal.
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