Em 2016, um número recorde de filmes recebeu ao menos uma indicação ao Prêmio Guarani de Cinema Brasileiro: 29 títulos nacionais, mais os cinco estrangeiros. E destes, o campeão de indicações foi também o grande vitorioso: Aquarius disputava 12 categorias e se consagrou em nove delas, inclusive Melhor Filme. Exibido na mostra competitiva do Festival de Cannes e na sessão de abertura do Festival de Gramado, garantiu ao cineasta Kleber Mendonça Filho seu quinto e sexto Guarani, pelo Roteiro Original e Direção. Ele já possuía quatro vitórias – Direção, Roteiro Original, Montagem e Som – por O Som ao Redor (2013).
Aquarius é, agora, um dos recordistas em vitórias nos 22 anos do Prêmio Guarani, ao lado de O Palhaço (2011), A Festa da Menina Morta (2009), Tropa de Elite (2007) e Cidade de Deus (2002), todos igualmente premiados em 9 categorias. O segundo título mais premiado deste ano foi Boi Neon, com três vitórias. Outros cinco filmes também foram premiados – Elis, Cinema Novo, O Silêncio do Céu, Mãe Só Há Uma e Mate-me Por Favor. O melhor filme estrangeiro foi Elle, da França. Entre os intérpretes, os protagonistas estão em suas primeiras vitórias – Sônia Braga, em sua terceira indicação, foi a Melhor Atriz, por Aquarius, enquanto que Juliano Cazarré, em sua segunda indicação, ganhou pela primeira vez, como Melhor Ator, por Boi Neon. Já os coadjuvantes, outro recorde foi quebrado – Matheus Nachtergaele ganhou seu quarto Guarani, o terceiro nessa categoria, por Mãe Só Há Uma (esta foi a décima indicação dele). Já Maeve Jinkings, por Boi Neon, tem sua segunda vitória nessa categoria, em um total de três indicações. Por fim, a revelação do ano foi a jovem Valentina Herszage – a única mulher entre os indicados deste ano – por sua atuação como protagonista de Mate-me por Favor.
Em sua terceira edição, o Prêmio Guarani Honorário vai, pela primeira vez, para um homem – após as honrarias concedidas à Tônia Carrero (2014) e à Ruth de Souza (2015). E o escolhido foi o inestimável Paulo José! Ator com mais de noventa créditos na filmografia, na ativa há mais de cinquenta anos – seu primeiro filme foi como protagonista de Todas as Mulheres do Mundo (1966), de Domingos Oliveira – ele já foi premiado três vezes no Festival de Brasília, tem dois troféus especiais no Festival de Gramado, ganhou o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro – o Oscar nacional – e soma três indicações ao Prêmio Guarani. Um reconhecimento mais do que merecido, que enaltece a obra e o talento de um dos maiores intérpretes do cinema nacional! Confira, a seguir, a relação completa com os melhores da produção nacional em 2016:
FILME
Aquarius, produção de Saïd Ben Said, Emilie Lesclaux, Michel Merkt
Indicados:
- Boi Neon, produção de Rachel Ellis
- Mate-me Por Favor, produção de Vania Catani
- O Silêncio do Céu, produção de Rodrigo Teixeira
- Para Minha Amada Morta, produção de Aly Muritiba, Antonio Júnior, Marisa Merlo
Esta é a segunda vitória da produtora Emilie Lesclaux, que havia ganho antes nessa mesma categoria por O Som ao Redor (2013). Dos cinco indicados, apenas Para Minha Amada Morta não foi premiado em nenhuma categoria. Aquarius é um dos cinco filmes, em um seleto grupo, que em vinte e dois anos de premiação conseguiu alcançar a marca recorde de 9 vitórias, após O Palhaço (2011), A Festa da Menina Morta (2010), Tropa de Elite (2008) e Cidade de Deus (2003). Era, também, o campeão de indicações neste ano, tendo concorrido em 12 categorias.
DIREÇÃO
Kleber Mendonça Filho, por Aquarius
Indicados:
- Aly Muritiba, por Para Minha Amada Morta
- Gabriel Mascaro, por Boi Neon
- Juliana Rojas, por Sinfonia da Necrópole
- Marco Dutra, por O Silêncio do Céu
Esta foi a segunda indicação e a segunda vitória de Kleber Mendonça Filho nesta categoria. Ao todo, no entanto, ele já soma seis indicações, com 100% de aproveitamento – 6 vitórias! Tanto Aly Muritiba, que neste ano recebeu três indicações, quanto Gabriel Mascaro, que teve duas indicações, nunca haviam concorrido antes. Marco Dutra recebeu duas indicações neste ano, enquanto que Juliana Rojas teve três indicações – ambos possuem, no total, quatro indicações cada um, igualmente sem vitórias.
ATOR
Juliano Cazarré, por Boi Neon
Indicados:
- Fernando Alves Pinto, por Para Minha Amada Morta
- Leonardo Sbaraglia, por O Silêncio do Céu
- Nelson Xavier, por A Despedida
- Paulo Tiefenthaler, por O Roubo da Taça
Esta é a segunda indicação e primeira vitória de Juliano Cazarré no Guarani – ele havia concorrido antes como Melhor Ator Coadjuvante por O Lobo Atrás da Porta (2014). Dos cinco indicados, três eram estreantes nessa categoria, e tanto Paulo Tiefenthaler quanto o argentino Leonardo Sbaraglia receberam aqui suas primeiras indicações – Sbaraglia é o segundo estrangeiro a concorrer ao Guarani, após o canadense Henry Czerny, por Jenipapo (1996). Também foi longo o hiato que separou as duas únicas indicações de Fernando Alves Pinto, que havia concorrido antes apenas na primeira edição do prêmio, por Terra Estrangeira (1995). Esta foi também a segunda indicação de Nelson Xavier, que concorrera antes também por Chico Xavier (2010). Ele, no entanto, é o primeiro ator a receber uma indicação póstuma nessa categoria.
ATRIZ
Sônia Braga, por Aquarius
Indicadas:
- Andreia Horta, por Elis
- Carla Ribas, por Campo Grande
- Gloria Pires, por Nise: O Coração da Loucura
- Luciana Paes, por Sinfonia da Necrópole
Esta é a terceira indicação – e primeira vitória – de Sônia Braga, que havia concorrido antes nesta categoria apenas por Tieta do Agreste (1996). A única que já havia sido premiada anteriormente dentre as indicadas é Gloria Pires, que tem dois Guarani – por A Partilha (2001) e por É Proibido Fumar (2009), ambas nessa mesma categoria – em oito indicações. Tanto Andreia Horta quanto Luciana Paes tiveram aqui suas primeiras indicações, enquanto que Carla Ribas está em sua segunda indicação.
ATOR COADJUVANTE
Matheus Nachtergaele, por Mãe Só Há Uma
Indicados:
- Fabricio Boliveira, por Nise: O Coração da Loucura
- Gustavo Machado, por Elis
- Irandhir Santos, por Aquarius
- Jesuíta Barbosa, por Reza a Lenda
Esta foi a décima indicação – a quarta nesta categoria – de Matheus Nachtergaele, e sua quarta vitória (a terceira nesta categoria, após O Que É Isso, Companheiro?, 1997, e Kenoma, 1998). Tanto Irandhir Santos (sexta indicação) quanto Jesuíta Barbosa (terceira indicação) já foram premiados antes – Irandhir ganhou nesta categoria por Olhos Azuis (2010) e por A História da Eternidade (2015), enquanto que Jesuíta ganhou nesta categoria por Praia do Futuro (2014). Tanto Fabricio Boliveira quanto Gustavo Machado estão em suas segundas indicações, as primeiras nesta categoria.
ATRIZ COADJUVANTE
Maeve Jinkings, por Boi Neon
Indicadas:
- Adriana Esteves, por Mundo Cão
- Dani Nefussi, por Mãe Só Há Uma
- Marcélia Cartaxo, por Big Jato
- Mayana Neiva, por Para Minha Amada Morta
Esta é a terceira indicação – e segunda vitória – de Maeve Jinkings, que anteriormente havia sido premiada, também nesta categoria, por O Som ao Redor (2012). Esta foi igualmente a terceira indicação de Marcélia Cartaxo (que já conta com duas vitórias, ambas nesta categoria, por Madame Satã, 2002, e por A História da Eternidade, 2015) e a segunda indicação de Adriana Esteves (a primeira dela nesta categoria). Tanto Dani Nefussi quanto Mayana Neiva estão em suas primeiras indicações ao Prêmio Guarani.
DOCUMENTÁRIO
Cinema Novo, produção de Diogo Dahl
Indicados:
- A Paixão de JL, produção de Kátia Nascimento, Flávio Botelho
- Menino 23: Infâncias Perdidas no Brasil, produção de Maria Carneiro da Cunha
- O Futebol, produção de Sergio Oksman
- São Paulo em Hi-Fi, produção de Lufe Steffen
Premiado no Festival de Cannes e no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro em 2016, Cinema Novo se consagrou como o melhor Documentário em longa-metragem do ano, em uma disputa acirrada: Menino 23 também ganhou o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro (em 2017), e tanto A Paixão de JL quanto O Futebol ganharam o prêmio máximo no festival É Tudo Verdade (em 2016 e em 2017, respectivamente), um dos mais importantes do gênero em todo o mundo. Já São Paulo em Hi-Fi foi premiado no Queer Lisboa.
ROTEIRO ORIGINAL
Kleber Mendonça Filho, por Aquarius
Indicados:
- Gabriel Mascaro, por Boi Neon
- Anita Rocha da Silveira, por Mate-me por Favor
- Juliana Rojas, por Sinfonia da Necrópole
- Aly Muritiba, por Para Minha Amada Morta
Dos cinco indicados, quatro concorreram a Melhor Filme. E quatro destes roteiristas também foram indicados na categoria de Melhor Direção. Esta forte concorrência foi vencida por Kleber Mendonça Filho, em sua segunda vitória nesta categoria, após o Guarani conquistado por O Som ao Redor (2012) – ao todo, ele já possui 6 Guarani. Nenhum dos demais indicados chegou a ser premiado anteriormente, e esta foi a primeira indicação de Anita Rocha da Silveira.
ROTEIRO ADAPTADO
Caetano Gotardo, Lucía Puenzo, Sergio Bizzio, baseados no romance Era El Cielo, de Sergio Bizzio, por O Silêncio do Céu
Indicados:
- Nelson Caldas, Adriana Falcão, Walter Lima Jr e Guilherme Vasconcelos, baseados no romance A Volta do Parafuso, de Henry James, por Através da Sombra
- Hilton Lacerda, baseado no romance homônimo de Xico Sá, por Big Jato
- Melanie Dimantas, Ronaldo Santos, baseados no romance homônimo de Lúcia Machado de Almeida, por O Escaravelho do Diabo
- Leonardo Levis, baseado no romance homônimo de Cristóvão Tezza, por O Filho Eterno
Esta foi a primeira vitória – e a quarta indicação ao todo – de Caetano Gotardo, um dos roteiristas de O Silêncio do Céu. Com cinco indicações, inclusive a Melhor Filme e Direção, esta foi o único prêmio do longa. Dos demais indicados, apenas Hilton Lacerda já havia concorrido – esta é sua nona indicação, a segunda nesta categoria. Ele ganhou apenas um Guarani até hoje, pelo roteiro original de Febre do Rato (2011). Tanto O Escaravelho do Diabo quanto O Filho Eterno tiveram aqui suas únicas indicações.
MONTAGEM
Renato Valone, por Cinema Novo
Indicados:
- Eduardo Serrano, por Aquarius
- Fernando Epstein, Eduardo Serrano, por Boi Neon
- Eduardo Aquino, por O Silêncio do Céu
- João Menna Barreto, por Para Minha Amada Morta
Apesar de quatro dos cinco indicados terem concorrido também a Melhor Filme do ano, o vitorioso foi o azarão Cinema Novo, o único dos cinco indicados à categoria de Documentário a receber uma segunda indicação – ou seja, obteve 100% de aproveitamento.
FOTOGRAFIA
Diego Garcia, por Boi Neon
Indicados:
- Pedro Farkas, por Através da Sombra
- Pedro Sotero, Fabrício Tadeu, por Aquarius
- João Atala, por Mate-me por Favor
- Adrian Teijido, por Elis
Esta é a primeira indicação – e vitória – de Diego Garcia. Por este mesmo trabalho, ele havia ganho o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro. Este é, também, o primeiro trabalho do cineasta mexicano no Brasil. Outro longa fotografado por ele e já lançado por aqui foi o tailandês Cemitério do Esplendor (2016), de Apichatpong Weerasethakul.
TRILHA SONORA
Mateus Alves, por Aquarius
Indicados:
- Jaques Morelenbaum, por Nise: O Coração da Loucura
- Antonio Pinto, por Pequeno Segredo
- Juliana Rojas, Marco Dutra, Ramiro Murillo, por Sinfonia da Necrópole
- Otavio de Moraes, por Elis
Músicos como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque, Dominguinhos, André Abujamra e Ivan Lins já foram premiados nesta categoria. Esta, no entanto, foi a primeira indicação – e vitória – de Mateus Alves. Tanto Juliana Rojas quanto Marco Dutra possuem outras indicações, mas é a primeira vez que concorrem nessa categoria. Ramiro Murillo e Otavio de Moraes tão são estreantes. Já Jaques Morelenbaum e Antonio Pinto possuem, ambos, duas vitórias prévias – Jaques ganhou por O Quatrilho (1995) e por Central do Brasil (1998), enquanto que Pinto ganhou também por Central do Brasil (1998), pois foi um trabalho em dupla, e por Cidade de Deus (2002). Antonio Pinto é um dos recordistas de indicações nesta categoria – esta foi sua nona indicação. Esta foi a única indicação do filme Pequeno Segredo.
SOM
Nicolas Hallet, Ricardo Cutz, por Aquarius
Indicados:
- Lia Camargo, por Mais Forte que o Mundo
- Mauricio d’Orei, Fabian Oliver, por Boi Neon
- Sérgio Abdalla, Gabriela Cunha, Fernando Henna, Daniel Turini, por Sinfonia da Necrópole
- Miriam Biderman, Vitor Moraes, Débora Morbi, Ricardo Reis, por Reza a Lenda
Esta é a segunda indicação – e segunda vitória – de Nicolas Hallet, que foi premiado antes por O Som ao Redor (2012). Já Ricardo Cutz está em sua quarta indicação – e primeira vitória. Esta é a segunda indicação de Lia Camargo, que possui uma vitória, por 2 Coelhos (2012). Esta é a segunda indicação de Mauricio d’Orei, que possui uma vitória, por Ventos de Agosto (2014). Esta é a primeira indicação de Sergio Abdalla, Vitor Moraes e Débora Morbi. Esta é a segunda indicação de Gabriela Cunha, a sexta de Fernando Henna, a quinta de Daniel Turini, e a sétima de Ricardo Reis. Esta é a décima primeira indicação de Miriam Biderman, que ganhou uma vez, por Carandiru (2003).
FIGURINO
Cristina Camargo, por Elis
Indicados:
- David Parizotti, por O Roubo da Taça
- Cristina Kangussu, por Nise: O Coração da Loucura
- Flora Rebollo, por Boi Neon
- Cássio Brasil, por Reza a Lenda
Esta é a quinta indicação – e primeira vitória – de Cristina Camargo. Esta é a terceira indicação de David Parizotti, que possui uma vitória, por Encarnação do Demônio (2008). Esta é a segunda indicação de Cristina Kangussu e de Cássio Brasil, e a primeira de Flora Rebollo.
DIREÇÃO DE ARTE
Juliano Dornelles, Thales Junqueira, por Aquarius
Indicados:
- Uirande Holanda, por Nise: O Coração da Loucura
- Maira Mesquita, por Boi Neon
- Frederico Pinto, por Elis
- Fábio Goldfarb, por O Roubo da Taça
Esta é a segunda indicação de Juliano Dornelles e a terceira de Thales Junqueira, que ainda não haviam ganho. Esta é a quarta indicação de Uirande Holanda, mas sua primeira nessa categoria – antes ele só havia concorrido em Maquiagem. Frederico Pinto está em sua segunda indicação, enquanto que Maira Mesquita e Fábio Goldfarb foram indicados pela primeira vez.
MAQUIAGEM
Anna Van Steen, por Elis
Indicados:
- Anita Tagliavini, por O Diabo Mora Aqui
- Cristiano Pires, por O Shaolin do Sertão
- Martin Macias Trujillo, por Um Homem Só
- Tayce Vale, por Reza a Lenda
Esta é a quarta indicação e a segunda vitória de Anna Van Steen, que havia sido premiada antes por Carandiru (2003). Tayce Vale está em sua segunda indicação, enquanto que Cristiano Pires e Anita Tagliavini concorreram pela primeira vez. Por fim, Martin Macias Trujillo é um dos recordistas de indicações ao Guarani – esta é sua décima sétima indicação, já tendo ganho em cinco ocasiões: Abril Despedaçado (2001), Irma Vap: O Retorno (2006), Heleno (2011), Getúlio (2014) e Chatô: O Rei do Brasil (2015). Esta, aliás, é a única indicação de Um Homem Só.
EFEITOS ESPECIAIS
Eduardo Amodio, por Aquarius
Indicados:
- Marcelo Borin, por O Diabo Mora Aqui
- Vander de Souza, Isabela Ferrari, Sofia Franco, por Elis
- Sergio Farjalla Jr, por Mais Forte que o Mundo
- Sergio Farjalla Jr, por Reza a Lenda
Esta é a primeira indicação – e primeira vitória – de Eduardo Amodio. Marcelo Borin, Vander de Souza, Isabela Ferrari e Sofia Franco também estavam concorrendo pela primeira vez. Já Sergio Farjalla Jr é outro dos recordistas em indicações – com as duas deste ano, ele já soma 19 indicações, tendo ganho três vezes: O Coronel e o Lobisomem (2005), Tropa de Elite (2007) e Serra Pelada (2013).
ELENCO
Leonardo Lacca, Amanda Gabriel, por Aquarius
Indicados:
- Marcela Altberg, por Elis
- Fátima Toledo, por Boi Neon
- Guilherme Gobbi, Dani Pereira, por Nise: O Coração da Loucura
- Amanda Gabriel, por Para Minha Amada Morta
Tanto Leonardo Lacca quanto Amanda Gabriel haviam concorrido nessa categoria antes apenas uma vez, e também por um longa dirigido por Kleber Mendonça Filho (O Som ao Redor, 2012). Esta, no entanto, é a primeira vitória de cada um. Dos demais indicados, apenas Fátima Toledo já havia sido premiada – por Tropa de Elite 2 (2010).
REVELAÇÃO DO ANO
Valentina Herszage, por Mate-me por Favor
Indicados:
- Eduardo Gomes, por Sinfonia da Necrópole
- Lourinelson Vladmir, por Para Minha Amada Morta
- Naomi Nero, por Mãe Só Há Uma
- Sandro Aliprandini, por Ponto Zero
Nesta categoria só podem concorrer indicados estreantes. A vitória de Valentina Herszage representou a única de Mate-me por Favor. Tanto ela quanto Naomi Nero e Sandro Aliprandini estavam aqui em seus primeiros papeis no cinema. A indicação de Aliprandini era a única do filme Ponto Zero.
FILME ESTRANGEIRO
Elle, de Paul Verhoeven (França)
Indicados:
- Julieta, de Pedro Almodóvar (Espanha)
- Invasão Zumbi, de Sang-ho Yeon (Coréia do Sul)
- Depois da Tempestade, de Hirokazu Koreeda (Japão)
- Filho de Saul, de László Nemes (Hungria)
Esta é a décima terceira indicação da França, e sua segunda vitória – ganhou apenas uma vez antes, por Piaf: Um Hino ao Amor (2007). Vinte e nove países já foram indicados nessa categoria – neste ano, o único estreante era a Hungria. O país campeão de indicações são os Estados Unidos, tendo concorrido quatorze vezes – e ganho em nove delas. Inglaterra e Argentina também já foram premiadas duas vezes, enquanto que Itália, Espanha e Austrália contam com apenas uma vitória.
PRÊMIO GUARANI HONORÁRIO
Paulo José (1937 – )
Nascido no dia 20 de março de 1937 na pequena cidade de Lavras do Sul, no interior do Rio Grande do Sul, Paulo José Gómez de Souza nunca se contentou em seu apenas uma coisa. Mais do que gaúcho, era brasileiro. Mais do que pai, era também marido. Mais do que ator, era também roteirista e diretor. Antes de completar 20 anos, em 1955, já estava em Porto Alegre estudando teatro. Lá, criou o Teatro de Equipe, ao lado de Paulo César Pereio, Lilian Lemmertz, Ítala Nandi e Fernando Peixoto, entre outros. Quando se mudou para São Paulo, participou da formação de outro grupo, o Teatro de Arena, com Gianfrancesco Guarnieri, Augusto Boal e Juca de Oliveira. Uma década depois, em 1965, estreava em dose dupla no cinema, já como protagonista de diretores conceituados: O Padre e a Moça, de Joaquim Pedro de Andrade, e Todas as Mulheres do Mundo, de Domingos Oliveira. Por este último, ganhou o Candango de Melhor Ator no Festival de Brasília – o primeiro dos três que soma em sua carreira, tendo recebido a mesma honraria no ano seguinte, por Edu Coração de Ouro (1966), e por O Rei da Noite (1975). Neste meio tempo, entre peças de teatro que lhe deram respeito, e trabalho na televisão, que lhe conferiram popularidade, seguiu dando atenção à tela grande, se destacando em longas que se tornaram clássicos, como Macunaíma (1969), Cassy Jones: O Magnífico Sedutor (1972), Eles Não Usam Black-Tie (1981), Faca de Dois Gumes (1989) e Anahy de las Misiones (1997), entre tantos outros. Por Policarpo Quaresma: Herói do Brasil (1997), recebeu sua primeira indicação ao Prêmio Guarani de Cinema Brasileiro, tendo concorrido mais duas vezes: por Benjamim (2003) e por O Palhaço (2011). Pelo primeiro, foi premiado no Festival de Cinema Brasileiro de Miami, enquanto que pelo segundo ganhou o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro – o ‘Oscar’ nacional. No ano 2000 ganhou o Troféu Oscarito, em reconhecimento a sua carreira, no Festival de Gramado. Ao todo, possui mais de cinquenta participações no cinema, colocando-o como um dos mais importantes artistas da história da sétima arte no país!
JÚRI
A Academia Guarani de Cinema Brasileiro, responsável pela escolha dos melhores de 2016 no 22o Prêmio Guarani, foi composta por 60 críticos e jornalistas da área cultural de todo o país. Do Papo de Cinema, participaram o editor-chefe Robledo Milani e o editor Marcelo Müller, além dos colaboradores Bianca Zasso, Leonardo Ribeiro, Matheus Bonez, Rodrigo de Oliveira, Victor Hugo Furtado e Yuri Correa. Também foram convidados os críticos Adriano Garrett (Cine Festivais), Adriano Oliveira (Cine Revista), Ailton Monteiro (Diário de um Cinéfilo), Alex Gonçalves (Cine Resenhas), Alysson Oliveira (CineWeb), Amanda Aouad (Cine Pipoca Cult), Ana Carolina Garcia (SRZD), Ana Rodrigues (Rádio Tupi), André Dib (Abraccine), Andre Kleinert (Anti-Dicas de Cinema), Barbara Demerov (Cinematecando), Bruno Giacobbo (Blah Cultural), Camila Vieira (Revista Moventes), Carlos Heli de Almeida (Abraccine), Cecília Barroso (Cenas de Cinema), Chico Fireman (Filmes do Chico), Chico Izidro (Sala Escura), Cristiano Contreiras (Bode na Sala), Daniel Herculano (Clube Cinema), Daniel Medeiros (7 Marte), Daniel Rodrigues (O Estado das Coisas Cine), Daniel Oliveira (O Tempo), Danilo Calazans (SuperCinemaUP), Danilo Fantinel (ACCIRS), Diego Benevides (Diário do Nordeste), Filipe Pereira (Vortex Cultural), Francisco Carbone (Cineplayers), Francisco Russo (AdoroCinema), Gabriel Carneiro (Belluah), Giordano Gio (Fila K), Giovanni Rizzo (Observatório de Cinema), Jaqueline Chala (FM Cultura), João Nunes (Cinema Literal), Jorge Ghiorzi (Cine UM), Leonardo Bonfim (Freakium), Marcelo Janot (O Globo), Marcio Picoli (Cine Eterno), Marcio Sallem (Cinema com Crítica), Miguel Morales (Arroba Nerd), Monica Kanitz (Metro), Nayara Reynaud (Nervos), Neusa Barbosa (CineWeb), Paulo Daisson (ACCIRS), Paulo Neto (Drops Mag), Renato Cabral (Calvero), Roberto Cunha (Revista Preview), Renato Silveira (Cinematorio), Rodrigo Torres (AdoroCinema), Sergio Rizzo (O Globo), Susana Schild (O Globo), Suyene Santos (Bangalô Cult), Vitor Burigo (Cine Vitor).
FILMES PREMIADOS:
Aquarius (12 indicações)
PRÊMIOS (9): Filme, Direção, Atriz, Roteiro Original, Trilha Sonora, Som, Direção de Arte, Efeitos Especiais, Elenco
INDICAÇÕES: Ator Coadjuvante, Montagem, Fotografia
Boi Neon (11 indicações)
PRÊMIOS (3): Ator, Atriz Coadjuvante, Fotografia
INDICAÇÕES: Filme, Direção, Roteiro Original, Montagem, Som, Figurino, Direção de Arte, Elenco
Elis (9 indicações)
PRÊMIOS (2): Figurino, Maquiagem
INDICAÇÕES: Atriz, Ator Coadjuvante, Fotografia, Trilha Sonora, Direção de Arte, Efeitos Especiais, Elenco
Cinema Novo (2 indicações)
PRÊMIOS (2): Documentário, Montagem
O Silêncio do Céu (5 indicações)
PRÊMIO (1): Roteiro Adaptado
INDICAÇÕES: Filme, Direção, Ator, Montagem
Mate-me Por Favor (4 indicações)
PRÊMIO (1): Revelação
INDICAÇÕES: Filme, Roteiro Original, Fotografia
Mãe Só Há Uma (3 indicações)
PRÊMIO (1): Ator Coadjuvante
INDICAÇÕES: Atriz Coadjuvante, Revelação
Elle (1 indicação)
PRÊMIO (1): Filme Estrangeiro
FILMES INDICADOS:
Para Minha Amada Morta (8): Filme; Direção; Ator; Atriz Coadjuvante; Roteiro Original; Montagem; Elenco; Revelação;
Sinfonia da Necrópole (6): Direção; Atriz; Roteiro Original; Trilha Sonora; Som; Revelação;
Nise: O Coração da Loucura (6): Atriz; Ator Coadjuvante; Trilha Sonora; Figurino; Direção de Arte; Elenco;
Reza a Lenda (5): Ator Coadjuvante; Som; Figurino; Maquiagem; Efeitos Especiais;
O Roubo da Taça (3): Ator; Figurino; Direção de Arte;
Através da Sombra (2): Roteiro Adaptado; Fotografia;
Big Jato (2): Atriz Coadjuvante; Roteiro Adaptado;
Mais Forte que o Mundo (2): Som; Efeitos Especiais;
O Diabo Mora Aqui (2): Maquiagem; Efeitos Especiais;
A Despedida (1): Ator;
A Paixão de JL (1): Documentário;
Campo Grande (1): Atriz;
Menino 23 (1): Documentário;
Mundo Cão (1): Atriz Coadjuvante;
O Escaravelho do Diabo (1): Roteiro Adaptado;
O Filho Eterno (1): Roteiro Adaptado;
O Futebol (1): Documentário;
O Shaolin do Sertão (1): Maquiagem;
Pequeno Segredo (1): Trilha Sonora;
Ponto Zero (1): Revelação;
São Paulo em Hi-Fi (1): Documentário;
Um Homem Só (1): Maquiagem;
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