“Ficamos muito honrados com a indicação para o Prêmio Guarani, neste ano que a premiação passa a incluir também curtas-metragens. É duplamente significativo, pelo que o prêmio representa após 23 anos de história e pelo que representa em termos de celebração dos críticos brasileiros de cinema, integrando grandes entidades de crítica do país. Ao longo da circulação de A Gis por festivais, pudemos entender a importância e impacto que a crítica (assim como a curadoria dos festivais) têm na legitimação do cinema feito no Brasil e seus autores. Seleção, premiação e crítica corroboram imensamente na visibilidade e circulação do filme e, por tabela, na realização de novos filmes, ou seja, na efetivação da carreira de cineastas. Neste ano de 2018, em que um dos mais pulsantes e inquietos festivais brasileiros (o CachoeiraDoc) periga não ser realizado por falta de financiamento, dirigimos à crítica e pensadores do cinema no Brasil uma provocação que o festival nos causou: o cinema no Brasil só tende a explodir em potência internacional a partir da diversificação dos corpos da crítica e da curadoria (mulheres, negros, trans, índios, etc), como apontam iniciativas seminais como o Coletivo Elviras, criando acessos para outros corpos e outros cinemas que há anos vem sendo feitos no Brasil e são tantos relegados ao apagamento. Todos só vamos ganhar um monte com isso. Vida longa ao Prêmio Guarani, à crítica no seu desassossego e aos cinemas feitos no Brasil!”
Thiago Carvalhaes, indicado a Melhor Curta-metragem por A Gis