Antônio Pitanga (1939 – )
Um verdadeiro mestre do cinema nacional. Assim pode ser descrito Antonio Pitanga, o grande astro baiano que no ano passado foi homenageado nas telas com o belo documentário Pitanga (2016), dirigido pela própria filha, Camila Pitanga, em parceria com Beto Brant. E se este apanhado mostrava o astro em família e ao lado dos seus maiores parceiros de vida e arte, é mesmo no olhar atento de sua obra que percebemos em toda a sua magnitude a importância do seu trabalho para a construção da cinematografia nacional. Homenageado em 2017 pelo conjunto de sua carreira no Grande Prêmio de Cinema Brasileiro, Pitanga ganhou o Candango no Festival de Brasília logo por um dos seus primeiros sucessos: A Grande Cidade (1966), de Carlos Diegues. Desde a estreia, em Estrada do Amor (1960), já conta com mais de uma centena de trabalhos no currículo, incluindo obras premiadas como O Pagador de Promessas (1962), de Anselmo Duarte, Barravento (1962), de Glauber Rocha, Os Fuzis (1964), de Ruy Guerra, e Menino de Engenho (1965), de Walter Lima Jr. E ele não está parado: ainda neste ano voltará às telas em Correndo Atrás (2018), de Jeferson De. Além de um dos maiores intérpretes negros que o Brasil já viu, se aventurou ainda como diretor e roteirista (Na Boca do Mundo, 1978). Casado duas vezes, é também pai do ator Rocco Pitanga. E uma curiosidade: o sobrenome, que o fez famoso e se tornou a identidade de toda a família, foi retirado do personagem que interpretou em Bahia de Todos os Santos (1960), quando decidiu substituir o nome de batismo – Antonio Luiz Sampaio – por este que acreditou ser mais sonoro. E ali nascia o homem que, com muito talento, simpatia e dedicação, se tornaria um dos maiores astros do cinema brasileiro, com uma trajetória que se confunde com a própria produção nacional.