Pacarrete, de Allan Deberton, é o recordista deste ano, com um total de 15 indicações!
Nada menos do que 45 filmes – entre curtas e longas, documentários e ficções, estrangeiros e nacionais – se situam entre os melhores de 2020 de acordo com os membros da Academia Guarani de Cinema Brasileiro, agremiação que reúne dezenas de críticos de cinema de norte a sul do país. Para quem reclamou da última temporada – em grande parte, afinal, afetada pela pandemia do Covid-19 e o consequente fechamento de cinemas no mundo todo – é bom lembrar que este é um número maior do que o registrado em 2019, por exemplo. Ou seja, talvez até tenham tido menos lançamentos, mas a qualidade não só se manteve – como também registrou crescimento!
Estiveram aptos à votação todos os longas e curtas que tiveram sua primeira exibição comercial no Brasil – nas salas de cinema e/ou diretamente nas plataformas de streaming – entre 01o de janeiro e 31 de dezembro de 2020. E o recordista foi a comédia dramática Pacarrete, de Allan Deberton, com um total de 15 indicações e na disputa por 14 categorias! É um dos líderes históricos da premiação, atrás apenas de A Máquina, que obteve 16 indicações em 2005. Logo atrás aparecem o drama épico Sertânia, de Geraldo Sarno, com 13 indicações, o drama histórico Todos os Mortos, de Caetano Gotardo e Marco Dutra, com 10 indicações, e o drama familiar Aos Olhos de Ernesto, de Ana Luiza Azevedo, presente em 9 categorias. Outros destaques são Babenco – Alguém Precisa Ouvir o Coração e Dizer: Parou, de Bárbara Paz, que com seis indicações se tornou um recordista histórico entre documentários, e o ator Rogério Fróes, que aos 87 anos se tornou o intérprete mais idoso a ser indicado ao Guarani – ele concorre como Melhor Ator Coadjuvante por sua performance em Três Verões.
Em sua vigésima-sexta indicação, o Prêmio Guarani de Cinema Brasileiro se manteve com as tradicionais 24 categorias de premiação. Inserida em 2018, a categoria de Melhor Animação pela primeira vez apresenta entre seus cinco finalistas apenas curtas-metragens, sem nenhum longa do gênero indicado. Já entre os concorrentes a Melhor Filme Estrangeiro, há dois de língua inglesa – EUA e Inglaterra – e outros três europeus – França, Itália e Alemanha, deixando de lado representantes latino-americanos, africanos e asiáticos. Confira a seguir a lista completa com todos os concorrentes:
FILME DO ANO
- A Febre, produção de Maya Da-Rin
- Aos Olhos de Ernesto, produção de Nora Goulart
- Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: parou, produção de Myra Babenco e Bárbara Paz
- Pacarrete, produção de Allan Deberton, Ariadne Mazzetti e César Teixeira
- Sertânia, produção de Barbara Cariry
Interrompendo uma tradição que se repetiu nos últimos dois anos, um documentário voltou a marcar presença entre os cinco finalistas a Melhor Filme do Ano. E não é qualquer um: trata-se do longa escolhido para representar o Brasil a disputa por uma indicação no Oscar 2021! Os outros quatro finalistas também não podem ser desconsiderados: temos o grande campeão do Festival de Gramado, um título premiado no Festival de Brasília, um longa reconhecido como o melhor do ano pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) e outro que foi destaque em festivais internacionais pelo mundo todo. Uma disputa intensa, que não tem nada de óbvia e deverá guardar surpresas até o último voto!
DOCUMENTÁRIO EM LONGA-METRAGEM
- AmarElo: É Tudo Pra Ontem, produção de Evandro Fióti
- Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: parou, produção de Bárbara Paz e Myra Babenco
- Fico te devendo uma carta sobre o Brasil, produção de Carol Benjamin, Leandra Leal e Rita Toledo
- Indianara, produção de Ana Lima, Aude Chevalier-Beaumel e Marcelo Barbosa
- Narciso em Férias, produção de Paula Lavigne
Dos cinco indicados, dois concorrem em outras categorias – o que é sempre um fator positivo. Além deles, temos três títulos de forte mensagem social, seja pelo viés da diversidade sexual, social, política ou cultural. De Caetano Veloso a Emicida, de Hector Babenco a Indianara Siqueira, passando por artistas como Bárbara Paz, Paula Lavigne e Leandra Leal nos bastidores, o cenário ilustrado por essas produções é rico e urgente, é merece ser observado com cuidado e atenção.
DOCUMENTÁRIO EM CURTA-METRAGEM
- A Morte Branca do Feiticeiro Negro, de Rodrigo Ribeiro
- Cinema Contemporâneo, de Felipe André Silva
- Entre nós e o mundo, de Fábio Rodrigo
- Extratos, de Sinai Sganzerla
- O que pode um corpo?, de Victor De Marco e Márcio Picoli
Dos cinco títulos selecionados nessa categoria, três estiveram na edição 2020 do Festival de Gramado. Os dois restantes se destacaram na capital federal – um no Festival de Brasília, o outro no Curta Brasília. Ou seja, são curtas que integraram as seleções de alguns dos mais importantes certames de todo o país, em alguns casos obtendo reconhecimentos importantes também no exterior.
FICÇÃO EM CURTA-METRAGEM
- Inabitável, de Enock Carvalho e Matheus Farias
- O Barco e o Rio, de Bernardo Abinader
- Os Últimos Românticos do Mundo, de Henrique Arruda
- Quatro Bilhões de Infinitos, de Marco Antonio Pereira
- República, de Grace Passô
Grace Passô ganhou o Guarani como Melhor Atriz, por Temporada, no ano passado. Ela está de volta agora na disputa pelo prêmio de Curta-metragem de ficção. É, também, a única mulher na disputa. Os demais realizadores são todos homens, com títulos igualmente relevantes. Os filmes selecionados nessa categoria passaram por alguns dos mais importantes festivais de cinema do Brasil, e chegam ao Guarani como representantes de uma produção pulsante e incrivelmente diversa.
ANIMAÇÃO
- Mãtãnãg: A Encantada, de Shawara Maxakali e Charles Bicalho
- Nimbus, de Marcos Buccini
- O colírio do Corman me deixou doido demais, de Ivan Cardoso
- O Homem das Gavetas, de Duda Rodrigues
- O Mundo de Clara, de Ayodê França
Se em 2018 nessa categoria concorreram apenas longas (foram 3 os indicados), no ano seguinte a proporção se inverteu: eram cinco os finalistas – quatro curtas e um longa – e o premiado foi um curta-metragem. Em 2020, os finalistas foram mais equilibrados – dois longas, três curtas – e o vencedor foi, novamente, uma produção em longa-metragem. Agora, há apenas 5 curtas indicados – ainda que dois longas tenham sido lançados no período observado. Entre os realizadores, chama atenção a presença do veterano Ivan Cardoso, um dos mestres do “terrir” nacional, responsável por sucessos como O Segredo da Múmia (1982) e As Sete Vampiras (1986), que após um hiato de quase uma década está de volta à cena, dessa vez investindo em um outro formato.
FILME ESTRANGEIRO
- Martin Eden, de Pietro Marcello (Itália)
- Nunca Raramente Às Vezes Sempre, de Eliza Hittman (EUA)
- Retrato de uma Jovem em Chamas, de Céline Sciamma (França)
- Transtorno Explosivo, de Nora Fingscheidt (Alemanha)
- Você Não Estava Aqui, de Ken Loach (Inglaterra)
Quatro títulos europeus e um norte-americano, sendo dois em língua inglesa, são os finalistas da categoria. Se há três mulheres entre os realizadores – um feito a ser comemorado – há também a presença do veterano Ken Loach. Apenas EUA estavam entre os indicados do último ano. Itália e Inglaterra foram indicados pela última vez em 2019, a Alemanha concorreu pela última vez – e foi premiada – em 2018, enquanto que a França teve sua última indicação – e também vitória – em 2017. Em 2020, o país vencedor foi a Coréia do Sul, com o fenômeno Parasita.
DIREÇÃO
- Allan Deberton, por Pacarrete
- Ana Luiza Azevedo, por Aos Olhos de Ernesto
- Barbara Paz, por Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: parou
- Geraldo Sarno, por Sertânia
- Maya Da-Rin, por A Febre
Com três mulheres entre os cinco finalistas, este é o ano com a maior representatividade feminina nessa categoria em toda a história da premiação, junto com 2011, quando tivemos a mesma proporção entre homens e mulheres. Naquela ocasião, curiosamente, também estava presente Ana Luiza Azevedo, que concorreu pelo seu longa anterior, Antes que o Mundo Acabe. Ela é, dos cinco indicados deste ano, a única não estreante. A última mulher a ser premiada em Melhor Direção foi Eliane Caffé, por Era o Hotel Cambridge, em 2018. Outras vencedoras foram Anna Muylaert, Laís Bodanzky e Daniela Thomas. Nesse ano, apesar desse cenário aparentemente favorável, nenhuma das três desponta como favorita. Afinal, os dois representantes masculinos estão, também, concorrendo pelos longas campeões de indicações nesse ano. Conseguirão eles fazer frente à crescente atenção que as realizadoras tem alcançado – e merecido – na última temporada?
ATRIZ
- Andréa Beltrão, por Verlust
- Djin Sganzerla, por Mulher Oceano
- Marcélia Cartaxo, por Pacarrete
- Mawusi Tulani, por Todos os Mortos
- Regina Casé, por Três Verões
Das cinco indicadas nessa categorias, duas são estreantes na premiação: Djin Sganzerla e Mawusi Tulani. Elas estão ao lado, curiosamente, de três recordistas – cada uma a seu modo. Andréa Beltrão está em sua oitava indicação – concorreu pela última vez no ano passado, por Hebe: A Estrela do Brasil, nessa mesma categoria – e nunca foi premiada! Conseguirá, enfim, a vitória? Regina Casé teve, até então, duas indicações anteriores – e duas vitórias, o que aponta 100% de aproveitamento! Por Três Verões foi reconhecida como Melhor Atriz no Festival do Rio, em Málaga (Espanha) e Antalya (Turquia), além de estar indicada ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro e ao Prêmio Platino de Cinema Ibero-Americano. No GPCB, concorre ao lado de Beltrão e de Marcélia Cartaxo, premiada por esse desempenho nos festivais de Gramado, Los Angeles (EUA), Vitória e SESC Melhores Filmes. Cartaxo, por sua vez, está em sua quarta indicação ao Guarani, sendo a primeira como protagonista! Ela conta com duas vitórias anteriores, como coadjuvante por Madame Satã, em 2003, e por A História da Eternidade, em 2016.
ATOR
- Fabrício Boliveira, por Breve Miragem de Sol
- Irandhir Santos, por Fim de Festa
- Jorge Bolani, por Aos Olhos de Ernesto
- Rômulo Braga, por O Barco
- Vertin Moura, por Sertânia
Dos cinco concorrentes, três estão indicados pela primeira vez. Chama atenção a presença do uruguaio Jorge Bolani – apesar dele não ser o primeiro estrangeiro a ser lembrado no Guarani. Antes dele, nomes como o do argentino Leonardo Sbaraglia e o do canadense Henry Czerny já haviam figurado entre os finalistas de anos anteriores. Fabrício Boliveira está em sua quarta indicação – concorreu pela última vez no ano passado, nessa mesma categoria, por Simonal – sem nenhuma vitória até o momento. Já Irandhir Santos é um dos recordistas da premiação: está em sua nona indicação, e já conta com quatro vitórias anteriores – só nessa categoria foram duas, por Febre do Rato, em 2013, e por Tatuagem, em 2014.
ATRIZ COADJUVANTE
- Barbara Colen, por Breve Miragem de Sol
- Dandara de Morais, por Açúcar
- Hermila Guedes, por Fim de Festa
- Soia Lira, por Pacarrete
- Zezita Matos, por Pacarrete
Não chega a ser uma exceção o ocorrido nesse ano nessa categoria, com duas indicadas por um mesmo filme. Mas também não é algo corriqueiro. Soia Lira, assim como Dandara de Morais, está indicada ao Guarani pela primeira vez, enquanto que tanto Zezita Matos quanto Barbara Colen estão em suas segundas indicações – ambas sem vitória. A única premiada antes é Hermila Guedes, reconhecida como Melhor Atriz e Revelação por O Céu de Suely (2007). Esta é sua quarta indicação. Ela, assim como Soia e Zezita, está indicada também ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro.
ATOR COADJUVANTE
- João Miguel, por Pacarrete
- Julio Andrade, por Aos Olhos de Ernesto
- Julio Adrião, por Sertânia
- Rogério Fróes, por Três Verões
- Thomas Aquino, por Todos os Mortos
Dos cinco finalistas dessa categoria, apenas João Miguel está indicado também ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro. Ele é também o recordista de indicações – e de premiações – entre os cinco finalistas ao Guarani. Esta é a nona indicação do ator, que conta até o momento com duas vitórias: Melhor Ator por Cinema, Aspirinas e Urubus, em 2006, e por Estômago, em 2007. Enquanto Thomas Aquino, Rogério Fróes – o mais idoso indicado nessa categoria em toda a história da premiação – e Julio Adrião estão concorrendo pela primeira vez, Julio Andrade conseguiu aqui sua sexta indicação, tendo sido premiado antes, também como coadjuvante, por Gonzaga: De Pai pra Filho, em 2013.
REVELAÇÃO FEMININA
- Alaíde Costa, por Todos os Mortos
- Anne Celestino Mota, por Alice Júnior
- Carolina Bianchi, por Todos os Mortos
- Gabriela Poester, por Aos Olhos de Ernesto
- Rosa Peixoto, por A Febre
Das cinco candidatas nessa categoria, duas chamam atenção pelos históricos invejáveis que apresentam: Anne Celestino Mota foi premiada, por esse desempenho, como Melhor Atriz no Festival de Brasília, enquanto que Alaíde Costa, por este trabalho, foi escolhida como Melhor Atriz Coadjuvante no Festival de Gramado. Carolina Bianchi, por sua vez, concorre pelo mesmo filme, mostrando a força do elenco. Gabriela Poester é também uma presença forte no seu filme, dividindo a cena com o personagem-título na maior parte das suas aparições. Da mesma forma, Rosa Peixoto também tem bastante destaque na trama que estrela. Como curiosidade, ela é a primeira intérprete de origem indígena a ser indicada ao Prêmio Guarani de Cinema Brasileiro.
REVELAÇÃO MASCULINA
- Agyei Augusto, por Todos os Mortos
- Bruno Risas, por Ontem havia coisas estranhas no céu
- Diego Avelino, por Meio Irmão
- Emmanuel Rosset, por Alice Júnior
- Regis Myrupu, por A Febre
Assim como entre as mulheres indicadas como Revelação, entre os representantes masculinos também temos um destaque premiado nacionalmente: Régis Myrupu, o primeiro intérprete indígena a ser indicado ao Prêmio Guarani (ao lado de sua colega de elenco), foi escolhido como Melhor Ator no Festival de Brasília por essa mesma performance! Se Bruno Risas chamou atenção à frente – e também atrás, pois é diretor do mesmo longa que estrela – das câmeras, Agyei Augusto é mais um dos pontos altos de um elenco notável – ao todo, seu filme conta com 5 indicações entre atores e atrizes – enquanto que Diego Avelino foi premiado no Festival de Cinema de Caruaru, em Pernambuco, por este trabalho. Por fim, Emmanuel Rosset conquistou aplausos e admiradores de forma despretensiosa – assumidamente um “não-ator”, ele nasceu na França, o que o torna o único “estrangeiro” na categoria.
ELENCO
- Diego Marchioro e Fábio Thibes, por Alice Júnior
- Bruna Leite, por Fim de Festa
- Allan Deberton, Icaro Costa-Paio e Christian Duurvoort, por Pacarrete
- Geraldo Sarno, por Sertânia
- Marcela Altberg, por Três Verões
Essa categoria é uma das mais curiosas desse ano. Enquanto que Pacarrete conta com quatro indicações entre seus atores, todos os demais – Alice Júnior, Fim de Festa, Sertânia e Três Verões – tiveram dois dos seus intérpretes indicados individualmente. No entanto, Todos os Mortos, que conta com 5 indicações nas categorias de atuação, acabou de fora dessa seleção. Esse, porém, está indicado apenas nas categorias de coadjuvantes e revelações, enquanto que os todos os aqui citados concorrem entre os protagonistas – com exceção de Alice Júnior, pois sua atriz principal é estreante e, por isso, acabou sendo lembrada como revelação feminina. Talvez seja a única justificativa possível. Mas deixa evidente, acima de tudo, a alta qualidade de todos esses títulos, lembrados por seus conjuntos de atores e pela coesão de suas performances.
DIREÇÃO DE ARTE
- Fiapo Barth e William Valduga, por Aos Olhos de Ernesto
- Sergio Silveira, por O Barco
- Rodrigo Frota, por Pacarrete
- Ana Dominoni, por Sertânia
- Juliana Lobo, por Todos os Mortos
Rodrigo Frota e Ana Dominoni, ambos indicados pela primeira vez ao Guarani, concorrem também ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro. Juliana Lobo, por sua, conseguiu outra indicação de prestígio ainda maior: por este trabalho foi finalista ao Prêmio ABC – Associação Brasileira de Cinematografia, onde votam apenas técnicos e especialistas na função. Enquanto Sergio Silveira e William Valduga estão ambos também estreando no Guarani, Fiapo Barth chega nesse ano à sua terceira indicação, e segue na disputa por uma primeira vitória.
DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA
- Barbara Alvarez, por A Febre
- Stefan Ciupek, Carolina Costa e Bárbara Paz, por Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: parou
- Petrus Cariry, por O Barco
- Beto Martins, por Pacarrete
- Miguel Vassy, por Sertânia
Dos cinco longas concorrentes, apenas Sertânia foi lembrado também pelo Prêmio ABC – Associação Brasileira de Cinematografia. Esta é, também, a segunda indicação de Miguel Vassy ao Guarani. Barbara Alvarez – premiada no Festival de Brasília – e Beto Martins – premiado no Festival SESC Melhores Filmes – concorrem ainda ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro. Petrus Cariry garantiu quatro indicações para ele por Mãe e Filha, em 2013, e por O Barco somente ele ganhou mais três! Bárbara Paz também teve múltiplas indicações pelo mesmo filme, pois concorre em Direção, Filme, Montagem e em Fotografia. Stefan Ciupek e Carolina Costa, assim como Paz, estão concorrendo ao Guarani pela primeira vez, enquanto que Martins ganhou em sua indicação anterior, por A História da Eternidade (2016).
EFEITOS VISUAIS
- Marcelo Siqueira, por A Divisão: O Filme
- Nyck Maftum, por Alice Júnior
- Marcelo Siqueira, por Boca de Ouro
- Núbia Teixeira e Ana Luiza Rodrigues, por Macabro
- Jean Sebastien Leroux e Cedric Berthier, por Todos os Mortos
Marcelo Siqueira, duplamente indicado ao Guarani nesse ano, é o único dos concorrentes aqui a disputar também o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro – e por ambos os filmes! Ele conta, aliás, com nada menos do que 14 indicações anteriores (é um dos recordistas da premiação) e duas vitórias: ganhou por Acquaria, em 2004, e por Besouro, em 2010. Por outro lado, todos os demais indicados estão presentes na disputa pelo Guarani pela primeira vez.
FIGURINO
- Rosangela Cortinhas, por Aos Olhos de Ernesto
- Lana Patrícia, por O Barco
- Chris Garrido, por Pacarrete
- Ana Dominoni, por Sertânia
- Gabriella Marra, por Todos os Mortos
Esta é a segunda indicação de Chris Garrido, que ganhou anteriormente por seu trabalho em Tatuagem, em 2014. Rosangela Cortinhas também está concorrendo pela segunda vez, mas em busca de uma primeira vitória. Lana Patrícia, Gabriella Marra e Ana Dominoni, as demais concorrentes, são todas estreantes na premiação. Garrido e Dominoni, no entanto, também foram lembradas no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, além de estarem nos filmes campeões de indicações dessa edição do Prêmio Guarani, o que pode lhes dar um certo favoritismo.
MAQUIAGEM
- Luiz Gaia, por Macabro
- Amaro Bezerra, por O Barco
- Tayce Vale, por Pacarrete
- Claudia Riston, por Sertânia
- Vanessa Barone Pina, por Todos os Mortos
Dos cinco indicados nessa categoria ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, apenas Tayce Vale também concorre ao Prêmio Guarani. Esta, aliás, é a quarta indicação dela na premiação, que segue atrás de uma primeira vitória. Os quatro outros indicados, no entanto, estão indicados ao Guarani pela primeira vez em suas carreiras.
MONTAGEM
- Giba Assis Brasil, por Aos Olhos de Ernesto
- Cao Guimarães e Bárbara Paz, por Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: parou
- Luisa Marques, por Cidade Pássaro
- Joana Collier, por Pacarrete
- Geraldo Sarno e Renato Vallone, por Sertânia
Aos Olhos de Ernesto, Babenco e Pacarrete são finalistas também no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, enquanto que nenhum dos finalistas ao Guarani foi lembrado no Prêmio ABC – Associação Brasileira de Cinematografia. Esta é a quinta indicação de Giba Assis Brasil – premiado por O Homem que Copiava, em 2004 – e a segunda de Cao Guimarães nessa categoria – foi premiado por A Festa da Menina Morta, em 2010. Tanto Barbara Paz quanto Joana Collier, no entanto, estão concorrendo pela primeira vez ao Guarani, assim como Geraldo Sarno e Luisa Marques. Renato Vallone, por sua vez, tem uma indicação anterior – e uma vitória, por Cinema Novo, em 2017.
ROTEIRO ADAPTADO
- Vicente Amorim, Aurélio Aragão, Gustavo Bragança, José Junior, José Luiz Magalhães, Rafael Spinola, Fernando Toste e Erik de Castro, por A Divisão: O Filme, baseado na série homônima criada por José Júnior e José Luiz Magalhães
- Euclydes Marinho, por Boca de Ouro, baseado na peça homônima de Nelson Rodrigues
- Jeferson De e Felipe Sholl, por M8: Quando a Morte Socorre a Vida, baseado no livro homônimo de Salomão Polak
- Ricardo Calil e Renato Terra, por Narciso em Férias, baseado no livro homônimo de Caetano Veloso
- Petrus Cariry, Rosemberg Cariry e Firmino Holanda, por O Barco, baseado no conto homônimo de Carlos Emílio Corrêa Lima
Esta é a única indicação de M8: Quando a Morte Socorre a Vida, mas é a terceira de Felipe Sholl e a segunda de Jeferson De. Ambos concorrem, também nesse ano, ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, ao lado de Euclydes Marinho – que, por sua vez, é estreante no Guarani. Tanto Petrus Cariry quanto Firmino Holanda concorreram antes ao Guarani, mas seguem sem vitórias, enquanto que o veterano Rosemberg Cariry tem aqui sua primeira indicação. Já a dupla formada por Ricardo Calil e Renato Terra foi indicada uma vez antes – e premiada – mas não nessa categoria, e, sim, como Melhor Documentário Longa por Uma Noite em 67, em 2011. Já a turma de A Divisão é estreante na premiação.
ROTEIRO ORIGINAL
- Maya Da-Rin, Miguel Seabra Lopes e Pedro Cesarino, por A Febre
- Ana Luiza Azevedo e Jorge Furtado, por Aos Olhos de Ernesto
- Chika Anadu, Francine Barbosa, Maíra Bühler, Matias Mariani, Júlia Murat, Chioma Thompson e Roberto Winter, por Cidade Pássaro
- Allan Deberton, André Araújo, Natália Maia e Samuel Brasileiro, por Pacarrete
- Geraldo Sarno, por Sertânia
Com apenas duas indicações ao todo, Cidade Pássaro é a novidade dessa categoria. Mesmo assim, entre seus roteiristas está Julia Murat, que possui anteriormente duas indicações ao Guarani, como Direção e Roteiro Original por Histórias que Só Existem Quando Lembradas, em 2013. Geraldo Sarno, Allan Deberton, Maya Da-Rin e Ana Luiza Azevedo concorrem também em Direção, repetindo aqui uma dobradinha de imensa força. Por fim, importante destacar a presença de Jorge Furtado, que conquistou nesse ano sua impressionante décima-quinta indicação (possui quatro vitórias: Direção e Roteiro Original por O Homem que Copiava, em 2004, Roteiro Adaptado por Benjamim, em 2005, e Documentário Longa por O Mercado das Notícias, em 2015). Entre os demais indicados, apenas Ana Luiza Azevedo conta com indicações prévias: 3, no total.
SOM
- José Moreau Louzeiro, Lucas Marcier, Fabiano Krieger e Paulo Gama, por A Divisão: O Filme
- Érico Paiva, Petrus Cariry e Yures Viana, por O Barco
- Márcio Câmara, Rodrigo Ferrante e Cauê Custódio, por Pacarrete
- Toninho Muricy (técnico de som), Waldir Xavier, Bruno Armelin e Fernando Aranha (editores de som) e Bernardo Adeodato (mixador de som), por Sertânia
- Gabriela Cunha, Rubén Valdes e Christophe Vingtrinier, por Todos os Mortos
Dos cinco concorrentes ao Prêmio Guarani nesta categoria, apenas Sertânia está presente na seleção do Prêmio ABC – Associação Brasileira de Cinematografia. Outros dois dos nossos finalistas – A Divisão: O Filme e Pacarrete – estão na disputa também pelo Grande Prêmio do Cinema Brasileiro. José Moreau Louzeiro conta com cinco indicações prévias ao Guarani, já tendo ganho duas vezes: A Máquina, em 2007, e Besouro, em 2009. Lucas Marcier tem uma indicação anterior, enquanto que Paulo Gama está em sua quarta indicação. Esta é a segunda indicação de Érico Paiva e de Yures Viana, além da segunda de Petrus Cariry nessa categoria. Marcio Camara está concorrendo pela quinta vez, e Cauê Custódio pela quarta. Toninho Muricy está indicado pela segunda vez. Esta é a sexta indicação de Gabriela Cunha e a segunda de Christophe Vingtrinier – ambos premiados por As Boas Maneiras, em 2019. Por fim, Rubén Valdes, Fabiano Krieger e Rodrigo Ferrante estão todos estreando na premiação.
TRILHA SONORA
- Vinícius Nisi, por Alice Júnior
- O Grivo, por Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: parou
- DJ Dolores, por Fim de Festa
- Fred Silveira, por Pacarrete
- Lindemberg Cardoso, por Sertânia
O Grivo, DJ Dolores e Fred Silveira estão todos indicados também ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro. Vinicius Nisi, por sua vez, foi premiado por este trabalho no Festival de Brasília. Todos, no entanto, estão indicados ao Prêmio Guarani pela primeira vez – com exceção de DJ Dolores, está na sua quinta indicação, tendo sido premiado em duas ocasiões: por A Máquina, em 2007, e por Tatuagem, em 2014.
RANKING
Ao todo, 25 longas nacionais receberam ao menos uma indicação ao 26o Prêmio Guarani de Cinema Brasileiro. Somam-se a esses mais 15 curtas – 5 docs, 5 ficções e 5 animações – e 5 longas estrangeiros, totalizando 45 títulos. Com 15 indicações, Pacarrete situa-se ao lado de outros recordistas históricos da premiação: Bacurau, Bingo: O Rei das Manhãs e Abril Despedaçado. E atrás apenas de A Máquina, com 16 indicações.
Todos os indicados às 24 categorias do 26o Prêmio Guarani de Cinema Brasileiro foram escolhidos a partir de uma votação promovida entre dezenas de críticos de cinema profissionais atuantes de Norte a Sul do país. A Academia Guarani de Cinema conta, em sua maioria, com a participação de associados das principais agremiações nacionais do gênero: ABRACCINE, ACCIRS, ACECCINE, ACCRJ, ACCPA e ACCiRN. Esta é, portanto, a maior e mais ampla premiação da crítica de cinema no Brasil. Confira, a seguir, a relação completa de filmes indicados como os melhores de 2020:
Pacarrete (15): filme, ator coadjuvante, atriz, atriz coadjuvante, atriz coadjuvante, roteiro original, direção, figurino, maquiagem, direção de arte, som, direção de fotografia, trilha sonora, montagem, elenco
Sertânia (13): filme, ator, ator coadjuvante, roteiro original, direção, figurino, maquiagem, direção de arte, som, direção de fotografia, trilha sonora, montagem, elenco
Todos os Mortos (10): atriz, ator coadjuvante, revelação masculina, revelação feminina, revelação feminina, figurino, maquiagem, direção de arte, efeitos visuais, som
Aos Olhos de Ernesto (09): filme, ator, ator coadjuvante, revelação feminina, roteiro original, direção, figurino, direção de arte, montagem
O Barco (07): ator, roteiro adaptado, figurino, maquiagem, direção de arte, som, direção de fotografia
A Febre (06): filme, revelação masculina, revelação feminina, roteiro original, direção, direção de fotografia
Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: Parou (06): filme, documentário em longa-metragem, direção, direção de fotografia, trilha sonora, montagem
Alice Júnior (05): revelação masculina, revelação feminina, efeitos visuais, trilha sonora, elenco
Fim de Festa (04): ator, atriz coadjuvante, trilha sonora, elenco
A Divisão: O Filme (03): roteiro adaptado, efeitos visuais, som,
Três Verões (03): atriz, ator coadjuvante, elenco
Boca de Ouro (02): roteiro adaptado, efeitos visuais
Breve Miragem de Sol (02): ator, atriz coadjuvante
Cidade Pássaro (02): roteiro original, montagem
Macabro (02): maquiagem, efeitos visuais
Narciso em Férias (02): documentário em longa-metragem, roteiro adaptado
Amarelo: É Tudo Pra Ontem (01): documentário em longa-metragem
Açúcar (01): atriz coadjuvante
Fico te devendo uma carta sobre o Brasil (01): documentário em longa-metragem
Indianara (01): documentário em longa-metragem
M8: Quando a Morte Socorre a Vida (01): roteiro adaptado
Meio Irmão (01): revelação masculina
Mulher Oceano (01): atriz
Ontem havia coisas estranhas do céu (01): revelação masculina
Verlust (01): atriz
Ufa, estava temendo que o prêmio não aconteceria este ano. Parabéns pelos textos dedicados a cada categoria. Muito feliz pelo elenco maravilhoso de Pacarrete ter sido merecidamente lembrado. Marcélia Cartaxo entregou a performance do ano.
Ola! Fico muito honrado com minha indicação para o Premio Guarani de Melhor Som pelo longa Sertânia, do mestre Geraldo Sarno! Mas é preciso corrigir uma informacão - Sertânia foi indicado e foi finalista no Prêmio ABC 2021 de Melhor Equipe de Som de Longa Metragem! https://abcine.org.br/site/abc-divulga-lista-dos-trabalhos-finalistas-ao-premio-abc-2021/ atenciosamente Toninho Muricy
Gostei muito da síntese sobre os filmes com detalhes sobre as indicações. PARABÉNS para Pacarrete com as 15 indicações.