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5° Prêmio Guarani :: Premiados de 1999

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A quinta edição do Prêmio Guarani de Cinema Brasileiro teve vários marcos. Foi o primeiro ano em que os prêmios de Melhor Filme e Direção não foram para uma mesma obra, por exemplo. Uma nova categoria foi instituída, a de Direção de Arte. E foram recordes as quantidades de filmes indicados (14) e premiados (8)! Por outro lado, ao contrário do ano anterior, desta vez nenhuma produção conquistou um grande número de indicações ou de prêmios. O campeão de indicações, A Hora Mágica, de Guilherme de Almeida Prado, lembrado em sete categorias, não ganhou em nenhuma. É um novo recorde do Guarani nestes cinco anos. Por Trás do Pano, de Luiz Villaça, e Dois Córregos, de Carlos Reichenbach, concorreram em seis categorias e foram premiados em duas. Por Trás do Pano foi o grande vencedor, ganhando os Guaranis de Melhor Filme e Ator, para Luís Melo. Dois Córregos recebeu os Guaranis de Fotografia e Trilha Sonora. Também receberam dois Guaranis os filmes Coração Iluminado (Direção e Atriz, para Maria Luisa Mendonça), Mauá: O Imperador e o Rei (Direção de Arte e Figurino) e Traição (Atriz Coadjuvante, para Fernanda Montenegro, e Revelação, para o trio de diretores José Henrique Fonseca, Arthur Fontes e Cláudio Torres). Outros filmes premiados em 2000 foram Ação Entre Amigos (Roteiro), Até que a Vida nos Separe (Ator Coadjuvante, para Murilo Benício) e Nós Que Aqui Estamos Por Vós Esperamos (Revelação, para o diretor Marcelo Masagão).

Também ficaram de mãos abanando neste ano foram a produtora Sara Silveira, os diretores e roteiristas Carlos Reichenbach e Luiz Villaça, e o músico André Abujamra, todos com duas indicações! Dos premiados, a única que já possuía um Guarani é Fernanda Montenegro, que agora está no grupo dos bi-campeões, ao lado de Jaques Morelenbaum, Walter Carvalho, Marcos Bernstein, Daniela Thomas, Caetano Veloso, Marília Pêra, Marieta Severo e Matheus Nachtergaele. Murilo Salles e Walter Salles são os recordistas, cada um com 3 Guaranis. Outra curiosidade é a figurinista Kika Lopes, que teve neste ano sua quinta – e sexta – indicação consecutiva! E finalmente ganhou seu primeiro Guarani!

 

 

FILME

Por Trás do Pano, produção de Isa Castro

 

 

Indicados:

 

 

 

 

Mesmo com duas indicações, Sara Silveira não viu nenhum dos seus filmes como o grande vencedor deste ano. A comédia dramática Por Trás do Pano acabou consagrada como a melhor produção do ano, consagrando-se em duas das seis categorias a que disputava, com destaque para a mais disputada do ano – a de Melhor Filme. Hector Babenco pode não ter se dado muito bem aqui, mas ao menos garantiu seu Guarani com a vitória na categoria seguinte.

 

 

DIREÇÃO

Hector Babenco, por Coração Iluminado

 

Indicados:

 

Dos indicados nesta categoria, apenas Walter Salles e Daniela Thomas já havia sido premiados antes – juntos, por Terra Estrangeira (1995), e ele sozinho por Central do Brasil (1998), quando também fora premiado. Beto Brant também havia concorrido, por Os Matadores (1997), mas também saíra daquela disputa sem vitória. Luiz Villaça, Carlos Reichenbach e Hector Babenco estavam todos em suas primeiras indicações. Villaça perdeu, mas sua obra acabou ganhando o prêmio máximo. Babenco, por outro lado, que também disputava ambas categorias, se saiu melhor aqui.

 

 

ATOR

Luís Melo, por Por Trás do Pano

 

Indicados:

 

Esta foi a segunda indicação de Luís Melo, e sua primeira vitória – ele concorrera antes por Terra Estrangeira (1995), porém como coadjuvante – nesta categoria, portanto, foi sua estreia. Paulo Betti também já havia concorrido, e ganhara, como Melhor Ator por Guerra de Canudos (1997). Carlos Alberto Riccelli, Luiz Carlos Vasconcelos e Raul Gazolla estavam todos em suas primeiras indicações.

 

 

ATRIZ

Maria Luisa Mendonça, por Coração Iluminado

 

Indicadas:

 

Fernanda Torres é a única das quatro concorrentes nessa categoria que já havia sido indicada antes – por Terra Estrangeira (1995), e por O Que É Isso, Companheiro? (1997), ambas as vezes nesta mesma categoria. E assim como nestas ocasiões anteriores, mais uma vez ficou apenas na indicação. Júlia Lemmertz e Denise Fraga também não foram além da lembrança, enquanto que Maria Luisa Mendonça foi apontada como a Melhor Atriz do ano, por sua performance no drama Coração Iluminado, também premiado como Direção.

 

 

ATOR COADJUVANTE 

Murilo Benício, por Até que a Vida nos Separe

 

Indicados:

 

Esta foi a primeira indicação – e já com vitória – de Murilo Benício. Cacá Carvalho também era estreante na premiação, ao contrário de Chico Diaz e Matheus Nachtergaele. Diaz estava em sua terceira indicação – a primeira como coadjuvante – e havia ganho como principal por Corisco & Dadá (1996), além de ter concorrido também por Os Matadores (1997). Nachtergale também concorria pela terceira vez, mas já contava com duas vitórias, ambas nessa categoria – por O Que É Isso, Companheiro? (1997) e por Kenoma (1998).

 

 

ATRIZ COADJUVANTE

Fernanda Montenegro, por Traição

 

Indicadas:

 

Pelo segundo ano consecutivo, Fernanda Montenegro é indicada ao Guarani – e, assim como no ano anterior, quando esteve presente com seu desempenho por Central do Brasil (1998), ela mais uma vez saiu vitoriosa, dessa vez, no entanto, como coadjuvante. As demais – Betty Gofman, Esther Góes e Maitê Proença – estavam todas concorrendo pela primeira vez na premiação.

 

 

ROTEIRO

Beto Brant e Renato Ciasca, por Ação Entre Amigos

 

Indicados:

 

Dois anos antes, Beto Brant havia recebido dupla indicação, por Os Matadores (1997), sem, no entanto, nenhuma vitória. Dessa vez o mesmo aconteceu mais uma vez, porém com a conquista do Guarani de Melhor Roteiro, ao lado do seu parceiro habitual, Renato Ciasca. Hector Babenco, Carlos Reichenbach e Luiz Villaça também disputavam as duas categorias – Direção e Roteiro – só que, desta vez, foram eles que ficaram de mãos vazias (com exceção de Babenco, premiado como Direção). O argentino Ricardo Piglia e o brasileiro Flavio Souza estavam concorrendo pela primeira vez, assim como Guilherme de Almeida Prado.

 

 

FOTOGRAFIA

Pedro Farkas, por Dois Córregos

 

Indicados:

 

Das seis indicações recebidas, o drama Dois Córregos ganhou em duas categorias, inclusive como Melhor Fotografia, prêmio concedido ao veterano Pedro Farkas, que havia concorrido antes por O Monge e a Filha do Carrasco (1996) e por A Ostra e o Vento (1998). Esta foi a sua primeira vitória. Todos os demais indicados estavam em suas primeiras indicações.

 

 

FIGURINO

Kika Lopes, por Mauá: O Imperador e o Rei

 

Indicados:

 

 

Esta foi a terceira indicação de Emilia Duncan, que ganhara por Carlota Joaquina: Princesa do Brazil (1995). Kika Lopes está concorrendo pelo quinto ano consecutivo – concorreu por Menino Maluquinho: O Filme (1995), O Guarani (1996), Anahy de las Misiones (1997) e Policarpo Quaresma: Herói do Brasil (1998). É a primeira vez, no entanto, que sai premiada! Em cinco anos de premiação, já soma seis indicações, recordista absoluta em todas as categorias competitivas. Andrea Velloso, por sua vez, concorria pela primeira vez.

 

 

 

DIREÇÃO DE ARTE

Bia Junqueira, Henrique Murthe, Tom Pye e José Joaquim Salles, por Mauá: O Imperador e o Rei

 

Indicados:

 

Os sete profissionais indicados nessa categoria concorriam pela primeira vez ao Guarani. Mauá: O Imperador e o Rei recebera um total de três indicações neste ano, e convertera duas delas em vitória – um excelente aproveitamento! A Hora Mágica e Orfeu, no entanto, perderam em todas as categorias a que participaram da disputa.

 

 

 

TRILHA SONORA

Ivan Lins, por Dois Córregos

 

Indicados:

 

André Abujamra concorria pela primeira vez ao Guarani, mas já com indicação dupla. No entanto, não foi suficiente para lhe garantir a vitória, que ficou com Ivan Lins, que também era estreante na premiação. Caetano Veloso, no entanto, estava em sua terceira indicação, e ganhara nas duas anteriores, sempre nessa categoria: por O Quatrilho (1995) e por Tieta do Agreste (1996).

 

 

REVELAÇÃO

Marcelo Masagão, diretor, por Nós Que Aqui Estamos Por Vós Esperamos

 

 

 

 

 

e

José Henrique Fonseca, Arthur Fontes e Cláudio Torres, diretores, por Traição

 

 

 

 

 

 

Pela primeira vez, os premiados como Revelação do Ano não são artistas – atores ou atrizes – mas, sim, cineastas. Quatro nomes foram lembrados – sem disputa entre eles, no entanto. O documentarista Marcelo Masagão se fez presente pelo revolucionário Nós Que Aqui Estamos Por Vós Esperamos, que nos mesmo ano foi premiado nos festivais de Gramado, Recife (Cine PE), Cuiabá, Munique e Miami, além de ter ganho em duas categorias no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro – Montagem e Lançamento de Cinema. Já o trio de TraiçãoJosé Henrique Fonseca, Arthur Fontes e Claudio Torres – se inspirou em histórias de Nelson Rodrigues para esse longa episódico que adapta três contos do autor para a tela grande. Os três foram premiados em conjunto pelo mesmo trabalho no Festival de Cinema Latino-Americano de Huelva, na Espanha, e Torres, pelo segmento Diabólica, foi consagrado nos festivais de Brasília, Recife (Cine PE) e pela APCA – Associação Paulista de Críticos de Arte. Como curiosidade, Claudio Torres é filho de Fernanda Montenegro, que foi premiada pelo mesmo filme!

 

 

FILMES PREMIADOS
Por Trás do Pano (6 indicações): Filme, Ator
Dois Córregos (6 indicações): Fotografia, Trilha Sonora
Coração Iluminado (5 indicações): Direção, Atriz
Mauá: O Imperador e o Rei (3 indicações): Direção de Arte, Figurino
Traição (3 indicações): Atriz Coadjuvante, Revelação
Ação Entre Amigos (3 indicações): Roteiro
Até que a Vida nos Separe (2 indicações): Ator Coadjuvante
Nós Que Aqui Estamos Por Vós Esperamos (2 indicações): Revelação

 

FILMES INDICADOS
A Hora Mágica (7 indicações)
O Primeiro Dia (4 indicações)
Orfeu (4 indicações)
Outras Estórias (3 indicações)
Um Copo de Cólera (2 indicações)
O Tronco (1 indicação)